terça-feira, julho 30, 2024

Venezuela

Vale a certeza dos que acham que "aquilo foi uma descarada fraude, para disfarçar a continuidade da ditadura de Maduro" ou dos que entendem que "o povo venezuelano deu uma lição aos títeres de Washington, desejos de regresso violento do capitalismo selvagem ao país"? 

16 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Maduro enfrentou Edmundo González Urrutia, o candidato da extrema-direita. González é um projeto político acirrado, ainda mais que o de Milei na Argentina González lidera a Plataforma Unitaria, criada em 2021 por Juan Guaidó.

Vale lembrar que Guaidó é o político que os Estados Unidos arrancaram da obscuridade para ser candidato à presidência em 2019 (seguindo um modelo que teve sucesso na Ucrânia, quando o governo havia colocado Arseniy Petrovych Yatsenyuk como Primeiro-Ministro e que, com o apoio ocidental, organizou o roubo em grande escala de numerosos bens estatais venezuelanos).

A narrativa da “fraude de Maduro” há muito que é martelada pela extrema-direita e pelo seu grande aliado: a homogeneidade dos meios de comunicação. Bastou Nicolás Maduro dizer que temia “um banho de sangue” (dados os 24 anos de experiência) no caso de a extrema-direita racista regressar ao poder, para um refrão perfeito cantar da CNN à Globo e ao Le Figaro que “Maduro. -ameaças-de-banho-de-sangue-em-caso-de-derrota”.

Curiosamente, na Venezuela, o Ocidente alinha atrás da extrema-direita, enquanto a combate na Europa…Talvez porque há “boas” e “más” extremas-direitas, como para o islamismo…

Unknown disse...

Ms há dúvidas?

JA disse...

E valerá ainda, digo eu, a certeza da incerteza daqueles que estabelecem jocosamente conexões entre as eleições num país e a estética dos fatos de treino usados nos centros comerciais do dito, especialmente se se lhe cola o valor maior da Liberdade! Afinal, a fluidez das posições políticas também tem um valor intrínseco, não é?! Desde que não esbarronde!...

Anónimo disse...

Penso que é por isso que nunca se fala do curriculum político da Senhora Corina Machado.
Zeca

Carlos Antunes disse...

Julgo que na Venezuela se confirmou uma vez mais, a velha máxima de Joseph Staline "Não importa como se vota e nem quem vota. O importante é quem conta os votos".

J. Carvalho disse...

E há ainda os que pensam que o povo venezuelano esta divido entre os que apoiam o Maduro e os que apoiam a oposição.

Ou seja,
quase metade do povo atribui as dificuldades por que passa às sanções políticas e económicas que do estrangeiro lhe são impostas,

a outra metade, desvaloriza as sanções e atribui toda a culpa ao Governo.

Pelo que se ouve e escreve, maioritariamente, por estas bandas, é óbvio que se está com a segunda metade, a que não valoriza as sanções.

Fernando Martins disse...

Há que dar os parabéns ao maduro e aos que o apoiam, dentro e fora da Venezuela. Os avanços em termos de saúde, justiça, segurança, economia e alimentação tornavam expectáveis estes resultados - isso e o facto de os cerca de 7 ou 8 milhões de fugidos do paraíso não saberem como se faz para se poder votar. Espero que os observadores internacionais da Rússia, Cuba, China, Irão, Nicarágua e Coreia do Norte, bem como alguma extrema-esquerda não caviar, estejam contentes.

Joaquim de Freitas disse...

Carlos Antunes disse: "Julgo que na Venezuela se confirmou uma vez mais, a velha máxima de Joseph Staline "Não importa como se vota e nem quem vota. O importante é quem conta os votos".

Tem piada que estava a pensar na mesma coisa, mas na Florida, EUA, aquando das eleições de 2000 entre Bush Júnior e Algor. E é que ainda hoje nao se sabe quem ganhou....

E contaram os votos varias vezes, para no fim a decisão vir do Tribunal que “optou” por Bush !

O jornalista Greg Palast investigou esta questão desde 2000, quando revelou como as autoridades da Flórida garantiram a eleição de George W. Bush ao remover ilegalmente os eleitores afro-americanos e democratas dos cadernos eleitorais.

Todos os factos estavam lá, nos arquivos da Comissão de Assistência Eleitoral do governo federal. Esses eleitores receberam cédulas provisórias e um milhão dessas cédulas foram deitadas no lixo.

Mas isto era nos EUA, o farol da Democracia...E todas as sacanices americanas sao em importância !

Joaquim de Freitas disse...

Aparecem aqui comentadores que na maneira como analisam os factos na Venezuela de hoje, deixa pensar que não conhecem a sua Historia. Argumentar em favor de Corina Machado, feroz oponente de Maduro, e parceira de Guaido !por exemplo !

“Devemos limpar este chiqueiro, começando pela cabeça, aproveitar o clima global com a Ucrânia, afirma a ex-deputada Maria Corina Machado, herdeira de um grande grupo privado venezuelano e gestora da extrema-direita, num dos mails trocados com o político Diego Arria, o advogado Gustavo Tarre e autoridades americanas, incluindo o embaixador Kevin Whitaker, estacionado em Bogotá.

“É hora de fazer esforços, tomar as decisões necessárias e obter o financiamento para destruir Maduro, o resto cairá pelo próprio peso”, acrescenta Machado na sua missiva.

Estas trocas fazem parte de um novo conjunto de provas apresentadas quarta-feira durante uma conferência de imprensa por Jorge Rodriguez, prefeito de Caracas e líder político da Revolução Bolivariana, sobre o plano de magnicídio contra o presidente Nicolás Maduro, no qual envolveram agentes nacionais e estrangeiros.

Já em Junho de 2013, uma conversa telefónica cuja autenticidade Maria Corina Machado admitiu revelou os seus contactos com o governo dos Estados Unidos. Nós o ouvimos insistindo na necessidade de organizar um novo golpe de Estado precedido de “confrontos sem diálogo”

Incapaz de vencer eleições validadas por observadores internacionais, a direita radical tentou durante vários anos derrubar o governo através da violência.

Este plano passou por várias etapas como o golpe de Estado de Abril de 2002 contra Hugo Chávez ou mais recentemente os surtos de violência ("guarimbas") e a tentativa de promover o assassinato com o apoio dos paramilitares de Álvaro Uribe, da Colômbia.

Perante a erosão dos centros de violência e a recusa da grande maioria da população em participar nela, Machado considera urgente assassinar Maduro.

É isso que temos que fazer”, responde Burelli, ex-director da Petróleos de Venezuela na época em que esta empresa estava nas mãos da elite (e desde então renacionalizada).

Ela é bela a oposição a Maduro...Se ele escapar e com ele o povo venezuelano será um milagre!

María Corina Machado, ex-membro da direita radical, assinou o decreto do golpe de estado de 2002 contra Hugo Chávez, um decreto que aboliu o parlamento, a constituição e todas as instituições democráticas.

Anónimo disse...

As piedosas e cristãs almas ocidentais que sempre criticaram Maduro e lhe impuseram sanções são as mesmas que receberam com simpatia a vitória do traste de extrema-direita da Argentina, Milai e que não se chocam com o genocídio, crimes de guerra e apartheid praticado pelo facínora do PM Israelita (a quem ninguém se atreve a impor sanções) E, décadas antes, não se incomodaram em manter relações cordiais com os diversos ditadores e assassinos na América Latina (com destaque para Pinochet e Videla), os Marcos das Filipinas, ou com o regime Saudita, etc, etc. A quem também não foram impostas sanções.
A moral política Ocidental fede! Sempre a velha postura de dois pesos e duas medidas. Desprezível.
a) P. Rufino

Fernando Martins disse...

O "traste de extrema-direita da Argentina" não mandou matar à fartazana os opositores, não os mandou torturar, não pôs 8 milhões a fugir do país. Não pegou no país mais rico da América latina e transformou-a no cruzamento perfeito entre Haiti e Cuba, não transformou o país numa cleptocracia misturada com narco-estado. Por muito que não goste do maluco que os argentinos escolheram democraticamente para presidente, acho um pouo bizarro que o tentem compara sequer com um ditador cleptocrata assassino...

Joaquim de Freitas disse...

"O "traste de extrema-direita da Argentina" não mandou matar à fartazan", escreve o Sr.Fernando Martins!!! Que falta de memoria ....


Acaso esquece ou não soube do drama histórico e social construído incansavelmente desde o regresso à democracia em 1983, após uma sangrenta ditadura militar que deixou 30 mil pessoas desaparecidas, marcada por tortura, violação e roubo à queima-roupa de 300 bebés?

A direita argentina não deve nada à direita chilena…Entre Pinochet et Vilela

Mas porque deixar de lado a direita venezuelana, antes de Chavez? Esta é que nos interessa!

Devido aos fabulosos tesouros do seu subsolo, em particular os hidrocarbonetos, a Venezuela é um país muito rico. Mas quase toda a sua riqueza foi monopolizada durante mais de um século pelas elites dominantes e pelas empresas multinacionais. Até à eleição de Hugo Chávez em 1999, o povo só recebia migalhas. Mais de metade dos venezuelanos viviam abaixo do limiar da pobreza (70,8% em 1996).!

Já vimos algum “regime ditatorial” expandir o âmbito da democracia em vez de a restringir? E dar direito de voto a milhões de pessoas que até agora não tinham cartão de eleitor? Foram eles que deram a vitoria a Chavez...

As eleições na Venezuela só ocorreram a cada quatro anos, o chavismo organizou mais de uma por ano (19 em 17 anos). Sob condições de legalidade democrática reconhecida pelas Nações Unidas (ONU), pela União Europeia, pela Organização dos Estados Americanos (OEA), pelo Centro Carter, etc.

O governo de Nicolás Maduro dedica 43,2% do orçamento às políticas sociais.

Resultado: apesar da guerra económica, a taxa de mortalidade infantil foi reduzida para metade. Analfabetismo erradicado. Mais de um milhão de casas foram construídas. O número de professores escolares quintuplicou (de 65.000 para 350.000).

O país tem o coeficiente de Gini (que mede a desigualdade) de melhor desempenho na América Latina. Num relatório recente, a Comissão Económica para a América Latina e as Caraíbas (CEPAL, órgão da ONU) estabelece que a Venezuela é o país sul-americano - juntamente com o Equador - que mais reduziu a taxa de pobreza.

O que há de mais escandaloso na actual campanha de difamação é a afirmação de que a liberdade de expressão está restringida na Venezuela.

A verdade é que o sector privado, hostil ao Presidente Maduro, controla em grande parte os meios de comunicação locais. Todos podem verificar. Dos 111 canais de televisão, 61 são privados, 37 comunitários e apenas 13 públicos. Com esta particularidade de que a quota de audiência dos canais públicos é de apenas 5,4%, a dos privados ultrapassa os 61%... A mesma coisa para a rádio. E 80% dos jornais de imprensa escrita são controlados pela oposição.

É claro que tudo está longe de ser perfeito na Venezuela Bolivariana. Mas nada justifica estas campanhas de mentiras, violência e ódio.A qual aparentemente o Sr. Fernando Martins participa.

O maior problema a Venezuela é os EUA, os seus embargos, a sua politica hostil, que todos sabemos donde vem e porque existe...O petróleo do Iraque e da Líbia foram mais fáceis de apanhar, e o da Síria continua...

Joaquim de Freitas disse...

Errata: Por favor ler no 2° paragrafo : "e roubo de 300 bebés?

Fernando Martins disse...

Errata - é preciso ser muito burro para se tentar ligar o atual presidente, eleito democraticamente, para o bem ou para o mal, da Argentina, com o que aconteceu com a ditadura dos generais nos anos setenta e oitenta nesse país. E o que se estava aqui a discutir era a "eleição" do ditador do estado narco-traficante e cleptocrata da Venezuela. E convém dizer que parte dos "apoios" das "políticas sociais" são alimentação e pagamento a grupos criminosos paramilitares armados que defendem quem os paga.

Anónimo disse...

O leitor Martins é um cromo! Vejamos. O Milai não passa de um tratante acabado, embora, haverá que reconhecer eleito democraticamente. Na verdade, nada distingue o patife do Milai de Videla. O programa económico de ambos não varia muito, assentando num Neoliberalismo agressivo. A diferença reside no facto de, naquela época, esse programa necessitar de um regime “musculado”, so to say, para se fazer vingar, ao contrário de hoje, quando, após tanta manipulação, desinformação e propaganda pró-Neoliberal se conseguiu levar a cabo o tal projecto anti-social do anormal do Milai. Quanto à designação de “Ditador narco-traficante e cleptocrata” não passa de uma alucinação. Sejamos honestos e distantes na crítica política que se faz sobre a Venezuela. Quem tende a criticar o que se passou na Venezuela, genericamente acolhe a propaganda Neoliberal. Nada haveria a perder, talvez, que se fizesse uma recontagem dos votos, com, por exemplo, representantes das NU. Mas, estiveram por lá inúmeros observadores e convém lembrar que o sistema de verificação dos votos em eleições naquela país é, ao que pude perceber, bastante credível. Se alguém me comprovar o contrário, agradeço. Repito, provar o contrário, com base em factos.
a) P. Rufino

Fernando Martins disse...

Caro rufino: faça um pequena pesquisa na Internet sobre o dinheiro que alguns generais e familiares próximos de chavez e maduro têm e depois venha aqui outra vez. A mesma coisa para uma pesquisa sobre narco-estados e Venezuela... E eu a pensar que estava a conversar com o camarada jaquim...

Tarde do dia de Consoada