segunda-feira, julho 29, 2024

Coisa séria

Nos tempos em que andei pela OSCE, como embaixador português, falava-se, em tom irónico, num sistema de voto eletrónico bielorrusso, que apenas algumas repúblicas da Ásia Central teriam adquirido. Será que o venderam à Venezuela? É que aquilo nunca falhava e acabava com todas as angústias.

2 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Desde a vitória eleitoral de Hugo Chávez em Dezembro de 1999, a Venezuela realizou 35 eleições em 24 anos, incluindo um referendo sobre a nova Constituição. O chavismo perdeu duas eleições nacionais. A transparência do sistema eleitoral venezuelano, com dupla verificação, eletronica e impressa, fez com que Jimmy Carter dissesse em 2012 que “comparando-o com os 92 processos eleitorais que observei em todo o mundo, é o melhor do mundo”. As eleições mais recentes (2021) foram validadas por todos os observadores internacionais.

Maduro enfrentou Edmundo González Urrutia, o candidato da extrema-direita. González é um projeto político acirrado, ainda mais que o de Milei na Argentina González lidera a Plataforma Unitaria, criada em 2021 por Juan Guaidó.

Vale lembrar que Guaidó é o político que os Estados Unidos arrancaram da obscuridade para ser candidato à presidência em 2019 (seguindo um modelo que teve sucesso na Ucrânia, quando o governo havia colocado Arseniy Petrovych Yatsenyuk como Primeiro-Ministro e que, com o apoio ocidental, organizou o roubo em grande escala de numerosos bens estatais venezuelanos).

A narrativa da “fraude de Maduro” há muito que é martelada pela extrema direita e pelo seu grande aliado: a homogeneidade dos meios de comunicação. Bastou Nicolás Maduro dizer que temia “um banho de sangue” (dados os 24 anos de experiência) no caso de a extrema-direita racista regressar ao poder, para um refrão perfeito cantar da CNN à Globo e ao Le Figaro que “Maduro. -ameaças-de-banho-de-sangue-em-caso-de-derrota”

Curiosamente, embora as correntes progressistas ocidentais se pronunciem contra a extrema direita em todo o mundo, não o fazem em relação à Venezuela. »

Que o Sr. Santos Silva, antigo MNE, tenha saudades do amigo Guaido, pode-se compreender...Era o seu "candidato Presidente "preferido...Enquanto que em ""bom diplomata", devia pensar aos portugueses da Venezuela. Mas um lacaio nao pensa!



Anónimo disse...

Li com o maior interesse este comentário do leitor Joaquim de Freitas. Que, no essencial, diz tudo sobre a questão Venezuelana. Quanto ao parágrafo final, sobre a actuação do ex-MNE Augusto Santos Silva (ASS), relativamente ao fantoche Juan Guaidó, que ele (ASS) então explicou, ou justificou, como tendo sido tomada “em concertação com vários países da UE” e que “os Estados reconhecem Estados e não governos” (vide DN de 4 de Fevereiro de 2019), acrescentaria que foi um acto absolutamente lamentável por parte de ASS, que demonstrou o quão medíocre MNE ele foi em boa verdade. Prontificou-se a servir de vassalo (ou lacaio, como Joaquim de Freitas o designou) de uma UE a quem pouco interessa o que ali se passa na Venezuela, ao contrário de nós (e Espanha). Em boa hora ASS deixou os corredores do MNE.
E ver uns tantos patetas por esta nossa imprensa a perorar sobre as virtudes da oposição a Maduro, alguns como “senadores políticos” como contraponto a Maduro, dá que pensar. Um dia haverá uma oposição a Maduro, mas que não seja financiada e patrocinada pelos EUA.
a) P. Rufino

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