segunda-feira, julho 01, 2024

Ni-Ni

O vergonhoso "Ni-Ni" ("ni Rassemblement National, ni Nouveau Front Populaire") de Édouard Philippe e François Bayrou, que pode entregar o poder à extrema-direita, dá, uma vez mais, razão póstuma a Mitterrand: em França, "le centre n'est ni de gauche, ni de gauche"... 

7 comentários:

Anónimo disse...

O centro é centro. A malta de Macron é um falso centro. É direita, só que direita do dinheiro. Nas questões dos valores, aí sim - não pesa na bolsa - são de esquerda.

Por cá, se as coisas correrem mal ao PS,não vai faltar quem tente a mesma sorte dos macronistas saídos do PS francês. E bem à direita, quer dizer, da direita CMVM.

Anónimo disse...

Está errado esse seu comentário. É o ni ni entre os candidatos RN e os candidatos lfi (não é entre os RN e front populaire).

Nuno Figueiredo disse...

...dos meus 15 anos.

Carlos Antunes disse...

Mesmo que o Rassemblement National venha a constituir governo (com maioria absoluta) ou em coligação com os Republicanos, o sistema semipresidencialista francês de "co-habitação” não obriga a uma partilha das funções governativas, conferindo a Macron (presidir ao Conselho de Ministros, dirigir a política externa, incluindo a europeia, cabendo-lhe por ex. representar o país no Conselho Europeu, nomear os titulares dos mais altos cargos públicos, etc., etc.) amplos poderes que limitam fortemente a liberdade de acção de um governo radical de direita?

O problema só se tornará problemático se eventualmente Marine Le Pen vier a ganhar as próximas presidenciais (de 2027) e passar a existir uma consonância política da direita radical entre o Palácio do Eliseu e o Hotel Matignon!

Mas é evidente que foi Macron com a sua teoria de governação liberal ao centro ("nem de direita, nem de esquerda") o causador do actual imbróglio político em França!

PS: Marcelo com a sua conduta perante o governo de maioria absoluta de António Costa, bem tentou um golpe político para alterar a natureza parlamentar do regime para um semi-presidencialismo à francesa, ao arrepio do disposto na CRP e, até pasme-se, do que ensinava como Professor de Direito Constitucional.
AC resistiu sempre às diatribes de Marcelo de usurpar ilegitimamente os papéis do Governo (vd. caso de demissão de Galamba), impedindo-o da tentativa de destruição do regime constitucional da 2.ª República.
Face à nova postura de Marcelo de não interferência na governação da AD, bem pode Montenegro agradece-la a AC!

Luís Lavoura disse...

que pode entregar o poder à extrema-direita

Quem entregará o poder à (erradamente designada) "extrema-direita" serão os eleitores, tal como o Francisco muito bem fez notar num post ontem. Não será o Ni-Ni, nem Edouard Philippe, nem François Bayrou. Os eleitores votarão em quem quiserem, independentemente desses dois ilustres senhores.

marsupilami disse...

Suponhamos que Edouard Philippe decide candidatar-se à presidência da República e se qualifica para a segunda volta contra Le Pen. Que condições terá então para pedir à esquerda que vote nele para fazer "barrage" contra Le Pen? Ups!... Que bela encrenca. As tomadas de posição dos políticos são muito importantes e podem vir a ter consequências decisivas para a comunidade num futuro mais ou menos próximo.

Joaquim de Freitas disse...

Duas fotos recentes dizem muito do naufràgio de Macron: O saco Vuiton da sua Esposa, bem visivel, no local de voto, e a casquette do Presidente.

Na realidaden não há um naufrágio, mas há vários: o naufrágio de um homem, o de um presidente, o de um sistema. É isso que dá essa dimensão trágica e shakespeariana ao evento.

É também o colapso de um sistema. A democracia francesa está obviamente doente. O seu estado patológico é subitamente corporificado, concretamente, no Presidente Macro e no espectáculo que ele oferece.

Será que o séquito do Presidente Macron, as forças dominantes, o sistema, as elites dominantes, o estado das nossas finanças, em suma, o sistema, como lhe queiram chamar à medida que se materializa em várias formas, simplesmente queriam esconder as coisas, ou não tinham outra alternativa?

Em França a resposta foi NAO. Pas d'alternative...Mas Macron é jovem. Nos USA, a resposta foi "um senil" ou"outro senil"...


Macron e Biden, dois espectaculos deprimentes da DEMOCRACIA.

Sim, porque é também o colapso de um sistema. A democracia americana é claramente o que é. Onde o seu estado patológico foi subitamente corporificado, concretamente, no Presidente Biden.

O seu estado de saúde é claramente visível para todos. Aqueles ao seu redor certamente sabiam muito mais. Por que esta condição, sujeita a alguma artificialidade, muito provavelmente,a está exibindo nos momentos determinados para deixar de ser creditada sem contrario?

Se ele era obviamente incapaz de governar, de presidir, é porque outros o fizeram em seu lugar. A conclusão é óbvia. Grave problema democrático. Então agora há provas concretas de que eles governaram o país em seu nome. Estas são forças extra-constitucionais, por definição.

Était-il impossible à ce point de changer le président, de déclencher une campagne dans ce but, et quelles sont donc ces forces extraconstitutionnelles qui ont ce pouvoir aussi grand ?

Est-ce le système lui-même qui est frappé de sénilité, à tous les niveaux, même d’ailleurs dans ses institutions où les sénateurs et représentants ont souvent un âge canonique ?

Será que o sistema chegou a tal ponto de podridão que não teve outra solução senão continuar a operar por trás do Presidente Biden, com mentiras e falsos pretextos. Então, o que é esta democracia bloqueada? E por que ela está?

Em quase todo o Ocidente, momentos de possibilidade de mudança no sistema, tal como tem funcionado até agora, suscitam receios de guerras civis. A palavra é pronunciada nos Estados Unidos, e agora em França, por Macron !

Até agora, o confronto democrático permitiu a gestão pacífica dos conflitos políticos e sociais. Hoje tudo acontece como se, pelo contrário, os agitasse.

Ora quando sem razao aparentente, os lideres ditos democràicos , "pensam na guerra civil, esta é uma grande contradição e só pode ser paga, no final, pelo colapso de tal sistema.

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