O vergonhoso "Ni-Ni" ("ni Rassemblement National, ni Nouveau Front Populaire") de Édouard Philippe e François Bayrou, que pode entregar o poder à extrema-direita, dá, uma vez mais, razão póstuma a Mitterrand: em França, "le centre n'est ni de gauche, ni de gauche"...
6 comentários:
O centro é centro. A malta de Macron é um falso centro. É direita, só que direita do dinheiro. Nas questões dos valores, aí sim - não pesa na bolsa - são de esquerda.
Por cá, se as coisas correrem mal ao PS,não vai faltar quem tente a mesma sorte dos macronistas saídos do PS francês. E bem à direita, quer dizer, da direita CMVM.
Está errado esse seu comentário. É o ni ni entre os candidatos RN e os candidatos lfi (não é entre os RN e front populaire).
...dos meus 15 anos.
Mesmo que o Rassemblement National venha a constituir governo (com maioria absoluta) ou em coligação com os Republicanos, o sistema semipresidencialista francês de "co-habitação” não obriga a uma partilha das funções governativas, conferindo a Macron (presidir ao Conselho de Ministros, dirigir a política externa, incluindo a europeia, cabendo-lhe por ex. representar o país no Conselho Europeu, nomear os titulares dos mais altos cargos públicos, etc., etc.) amplos poderes que limitam fortemente a liberdade de acção de um governo radical de direita?
O problema só se tornará problemático se eventualmente Marine Le Pen vier a ganhar as próximas presidenciais (de 2027) e passar a existir uma consonância política da direita radical entre o Palácio do Eliseu e o Hotel Matignon!
Mas é evidente que foi Macron com a sua teoria de governação liberal ao centro ("nem de direita, nem de esquerda") o causador do actual imbróglio político em França!
PS: Marcelo com a sua conduta perante o governo de maioria absoluta de António Costa, bem tentou um golpe político para alterar a natureza parlamentar do regime para um semi-presidencialismo à francesa, ao arrepio do disposto na CRP e, até pasme-se, do que ensinava como Professor de Direito Constitucional.
AC resistiu sempre às diatribes de Marcelo de usurpar ilegitimamente os papéis do Governo (vd. caso de demissão de Galamba), impedindo-o da tentativa de destruição do regime constitucional da 2.ª República.
Face à nova postura de Marcelo de não interferência na governação da AD, bem pode Montenegro agradece-la a AC!
que pode entregar o poder à extrema-direita
Quem entregará o poder à (erradamente designada) "extrema-direita" serão os eleitores, tal como o Francisco muito bem fez notar num post ontem. Não será o Ni-Ni, nem Edouard Philippe, nem François Bayrou. Os eleitores votarão em quem quiserem, independentemente desses dois ilustres senhores.
Suponhamos que Edouard Philippe decide candidatar-se à presidência da República e se qualifica para a segunda volta contra Le Pen. Que condições terá então para pedir à esquerda que vote nele para fazer "barrage" contra Le Pen? Ups!... Que bela encrenca. As tomadas de posição dos políticos são muito importantes e podem vir a ter consequências decisivas para a comunidade num futuro mais ou menos próximo.
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