Já passa da meia-noite, aí em Portugal? Não vou apelar ao voto em nenhum partido. No domingo, votem no partido que lhes apetecer. Eu não vou votar. Já votei. Em quem votei? O voto é secreto, para quem o não quer dizer. Mas eu digo: votei PS! Claro. Vocês votem em quem quiserem, mas votem?
16 comentários:
O projecto europeu, actual, não entusiasma. E com uma traste como Ursula Van der Leyen à frente dos destinos da UE - sim porque Charles Michel não passa de uma figura de estilo e quem o vier a substituir irá representar o mesmo papel, só mesmo alguém “naive” acredita no contrário - se o cenário e o futuro que aí vem são cinzentos, e com um Parlamento Europeu cuja imagem está bastante diminuída (com uma líder sem carisma e sem capacidade para galvanizar essa Instituição), é preferível aproveitar o fim de semana alargado para ir arejar por terras deste país de encantar, em vez de ir desperdiçar um voto, já que o menu que se nos apresenta é fraquinho (para não dizer confrangedor). Olhando em volta, por essa Europa fora e a juntar à prata da casa não se vê um projecto, uma ambição, que nos faça deslocar até às urnas. A Europa/UE está em decadência, política, económica e social (e até militar). Já não há líderes como anteriormente, nem mesmo à frente da CE. Por conseguinte, um passeio em família pelo Interior do País (de 6ªFeira a Domingo à noite) é preferível do que ir enfiar um papelzinho com um voto sem sentido numa qualquer urna. E nem tão pouco perderei tempo a ver os comentários televisivos Domingo à noite. Tomarei nota dos resultados na manhã de Segunda-Feira, com um enorme bocejo. Talvez a única coisa que poderá, eventualmente, vir a mudar nos próximos tempos, venha a ser o travar de algumas ideias mais radicais ambientalistas (como aquela tontaria da eventual proibição de se produzir carros a combustão). O fundamental, ou seja, as políticas económicas neoliberais, o apoio à Ucrânia/Zelensky, a condescendência para com os crimes praticados por Israel em Gaza e na Palestina, etc, etc, tudo isso irá manter-se, mais coisa menos coisa. E provavelmente para pior. Não apareceram outras alternativas. Enfim, estas eleições serão mais um daqueles acontecimentos para entreter comentadores e um motivo para mais umas tantas declarações sem interesse por parte de dos diversos políticos e governantes desta constelação europeia, tão vazia de ideias e sem chama. Não perderei um segundo a incomodar-me com este acto eleitoral, que nada me diz, sinceramente.
a) P. Rufino
Bom dia Sr. Embaixador. Pelo que percebi, está fora do Pais. Não sei como aguenta, tanta "galderice" (peço que me desculpe pela expressão). Mas ainda terá 20 anos? Até já votou, sem refletir?. Eu cá só voto amanhã, dia oficial. Hoje estou em reflecção. Ainda estou indeciso. Mas pensando melhor, e como tenho muita estima por si, vou seguir-lhe o exemplo. Também vou votar PS. Pronto. Acabou-se a reflecção!. Faça uma boa viagem. E que, à chegada, seja surpreendido, mesmo que seja, só um eurodeputado a mais do que o segundo. Saudações cordiais.
"Mas eu digo: votei PS!"
Ninguém imaginaria, senhor embaixador.
«tontaria da eventual proibição de se produzir carros a combustão»
P. Rufino, É o que se chama um alinhamento perfeito com Trump (e seus Republicanos, apoiados pela indústria/lobby do petróleo) e Putin. Bravo!
P. Rufino, acho ótimo que vá dar uma volta pelo país, mas nem por isso deixe de votar: poderá fazê-lo (se tudo funcionar bem!) em qualquer local de voto no país.
Oh Marsupilami, você é capaz de estar mais próximo das ideias do traste do Trump do que eu, ao que vou vendo. Julgo, para quem está mais atento e menos distraído, que Trump diz-me tanto como diz o facínora e criminoso do Netanyahu. Quanto aos carros a combustão, basta ver algumas grandes marcas, como a Mercedes, a recuarem nesse projecto. Mesmo a Nissan e a Toyota já desaceleraram esse tipo de projectos. Por outro lado, a exploração do lítio nos países que o possuem e exploram, quer em África, América Latina e China, deixam e muito a desejar. Hoje em dia, já se produzem viaturas a combustão muito mais limpas do que há anos atrás. Outro dia, numa viagem que fiz para o Interior do país, por razões profissionais, enquanto eu parei numa dessas auto-estradas para tomar um café e meter alguma gasolina, reparei que um casal, sentado numa daquelas invenções sem estilo nenhum, do Elon Musk (parecem carros de feira), que já ali estava há uma data de tempo, a carregar a porcaria da bateria, com a mulher a bufar, de impaciência. Enquanto que eu, no tal carro a combustível limpo, enchi o meu depósito, tomei o café e zarpei dali para fora, prosseguindo viagem. Quanto ao Putin, mais facilmente almoçava com ele do que com o traste do Biden. Estamos entendidos? Vote bem, já que eu não vou perder tempo com essa fantasia.
a) P. Rufino
marsupilami
Tenha calma com isso do Trump e do Putin, como contra-argumentação reconhecerá talvez que tem os seus quês e as suas limitações.
Portanto digo-lhe que é de facto e para já uma tontice.
Mas isto digo eu que em 1981 e com 36 anos já chefiava uma equipa dedicada em exclusivo aos problemas ambientais numa grande empresa e que, como diz um amigo meu, já eu andava nisto quando ainda não tinham inventado a palavra "ecologia" (caricatura, claro).
Se quiser ter o incómodo de ler este artigo da SIC Notícias que aqui indico, artigo que apareceu em vários meios por aí, nalguns bastante mais desenvolvido (escolhi um curtinho para não cansar muito), aqui vai pois talvez possa ter alguma utilidade, se não tiver para si para alguém terá.
“Apenas 1,5% dos 250 milhões de carros em circulação na Europa são elétricos ou híbridos” (17 de Janeiro de 2023).
Isto quer dizer que já só falta substituir uns 246 milhões de carros por essa Europa toda e, como em 2035 podem continuar a circular os que forem vendidos até 31 de Dezembro de 2034 “qui vivra verra” (11 anos acho que ainda sou capaz de me aguentar, se nessa altura vou querer saber deste assunto para alguma coisa é que já é mais duvidoso).
Como já aqui disse em tempos não se compra o último gadget da moda antes de verificar que a respectiva tecnologia alcançou um nível de alguma estabilidade e segurança para o investimento que se está a fazer.
Portanto quem tem dinheiro pode comprar ou endivida-se para comprar mas isto tem um limite de crescimento, quando se fala de aumentos de X ou Y % nas vendas tem que se saber de que valor se parte.
Poderia assim falar do que está a acontecer com o fim dos subsídios à compra um pouco por toda a Europa e com a “invasão chinesa” de carros electricos “bon marché”, efeitos que conjugados vão dar pano para mangas, mais uma vez “qui vivra verra”.
Pela minha parte continuo a andar no bolso com um papelinho com a “pegada ecológica” dos que se metem em aviões de vez em quando e acham isso “bué da cool” versus aqui uns desgraçados no meu “algures” que se não tivessem um chaço velho para fazer 10 kms por dia não sei como sobreviviam com a conversa daqueles para quem o "resto do país" fora das grandes cidades é só "paisagem" pela qual se passa a 120 à hora numa AE qualquer.
E é sintomático que em Portugal haja 5.4 milhões de automóveis ligeiros (ACAP) para um pouco mais de 10 milhões de habitantes, o 6º país com mais carros por agregado familiar, mas só 0.8% electricos ou híbridos.
Sem querer ser metediço, uma exclamação no fim do texto vinha a calhar.
Amigo Rufino,
Mas, já agora, qual foi a primeira medida do Trampas quando chegou ao poder?...
Quanto aos Teslas: não é por haver por aí 'n' aldrabões a praticar "greenwashing" (Musk entre eles) que os combustíveis fósseis passam por tabela a ser "limpos". Para que o carro eléctrico tenha um módico de virtude deve ser leve e pouco potente. Os Teslas estão nos antípodas destes critérios.
Não é certo que a opção fóssil seja viável. É até altamente improvável que o seja. É difícil ter uma ideia precisa de quanto resta , sabendo que quando para ter um 1 joule na traquitana for necessário 1 joule para o extrair, acaba a festa. Não há estimativas fiáveis. Estarão no segredo dos deuses, mas eu não tenho o número de telefone.
Fantasia por fantasia, o pior era se nos saísse aquela em que nos resta ainda petróleo q.b. para "rebentar" com o clima em 2 ou 3 décadas de desbunda adicional, mas escasso para quando tivermos de mitigar estragos em catadupa. Cheias, tufões, secas, colapso dos solos e da biodiversidade, e um sortido de outros males, (os dados e os cenários expectáveis para estes fenómenos são públicos - that's physics folks!) no momento em que começar a escassear a comidinha para os tractores, guindastes, e maquinaria em geral. Mnham, mnham, mal posso esperar.
Concedo que "alinhamento perfeito" foi maliciosamente hiperbólico ;) Fiquei com remorsos e vai daí saiu-me este relambório. Não leve a mal.
Amigo Rufino,
Mas, já agora, qual foi a primeira medida do Trampas quando chegou ao poder?...
Quanto aos Teslas: não é por haver por aí 'n' aldrabões a praticar "greenwashing" (Musk entre eles) que os combustíveis fósseis passam por tabela a ser "limpos". Para que o carro eléctrico tenha um módico de virtude deve ser leve e pouco potente. Os Teslas estão nos antípodas destes critérios.
Não é certo que a opção fóssil seja viável. É até altamente improvável que o seja. É difícil ter uma ideia precisa de quanto resta , sabendo que quando para ter um 1 joule na traquitana for necessário 1 joule para o extrair, acaba a festa. Não há estimativas fiáveis. Estarão no segredo dos deuses, mas eu não tenho o número de telefone.
Fantasia por fantasia, o pior era se nos saísse aquela em que nos resta ainda petróleo q.b. para "rebentar" com o clima em 2 ou 3 décadas de desbunda adicional, mas escasso para quando tivermos de mitigar estragos em catadupa. Cheias, tufões, secas, colapso dos solos e da biodiversidade, e um sortido de outros males, (os dados e os cenários expectáveis para estes fenómenos são públicos - that's physics, and biology, folks!) no momento em que começar a escassear a comidinha para os tractores, guindastes, e maquinaria em geral. Mnham, mnham, mal posso esperar.
Concedo que "alinhamento perfeito" foi maliciosamente hiperbólico ;) Fiquei com remorsos e vai daí saiu-me este relambório. Não leve a mal.
Manuel Campos,
Partilho grande parte daquilo que escreve e que diz respeito à escala do problema. Je dirais même plus: estamos metidos num grande sarilho!
Nunca houve uma transição energética (sempre acrescentámos novas energias às antigas), nunca houve 8+ mil milhões de humanos e nunca tivémos mais de 50% de população nas cidades. Como cereja em cima do bolo, sai uma transição energética numa só geração.
Je dirais même encore plus: que grande berbicacho!
Caro Marsupilami,
Li com interesse o que escreveu. Sigamos em frente. Sem mixed feelings.
Quanto a votar amanhã (como apela simpaticamente o Leitor Luís Lavoura), está totalmente fora de questão. E, cá por casa, por sinal em viagem por paisagens muito mais saudáveis que Lisboa (cada dia que passa a perder mais e mais qualidade de vida, mas, como lá não vivo, quem lá habita que procure mudar as coisas), a decisão é unânime. E depois, os nossos 21 Deputados europeus não vão adiantar, rigorosamente nada, às decisões a tomar nesse patético PE, que por sua vez não irá fazer nada para melhor esta UE decadente, política, social e economicamente.
a) P. Rufino
marsupilami
Pois estamos em total acordo quanto ao grande sarilho doublé de grande berbicacho e o seu parágrafo central resume bem tudo.
Em 1960 havia 3 mil milhões de humanos, em 2000 havia 6 mil milhões, agora 8 mil milhões, lá para 2060 serão uns 10 mil milhões, mais que triplica em 100 anos, umas quatro gerações, praticamente nenhum tempo.
Ora a acrescentar a isto temos a evolução dos rendimentos médios, algo que vale o que vale porque estão muito mal distribuídos, mas o dinheiro (real ou não) existe e é gasto.
É justo que todos possam ambicionar e ter o maior número de bens a que só alguns costumavam aceder, o facto é que isso tudo é cada vez mais porcaria descartável ou pedaços de vida gasta em frivolidades, mas com custos enormes para o futuro, não o do planeta que esse não está nada ralado, cá anda e cá vai continuar a andar com gente ou sem gente.
Como é que um milhão (Europa, América do Norte e mais alguns) explicam aos outros 9 mil milhões que, como andaram a crescer e viver razoavelmente à custa de determinados tipos de indústrias nos últimos 100 anos, escusam eles de ter determinados anseios pois é preciso e urgente acabar de vez com isso tudo até 2050 (ainda que não haja alternativas em tempo útil para quase nada à escala global)?
Boa noite para si
Podem ter muita razão no que dizem, mas se pensarmos bem o maior berbicacho seria o fim do projeto europeu.
O retorno do nacionalismo já tem via aberta e o nacionalismo é a guerra.
Ali no último parágrafo do meu texto das 01.09 não é evidentemente "Como é que um milhão..." mas sim "Como é que mil milhões...".
Por outro lado às 18.45, à força de ser discreto, acho que não me expliquei bem, referia-me a uma interrogação por lapso no fim do texto original cujo título tem a exclamação adequada .
Também já votei, na mãozinha, como diria o meu avô quando procurava convencer os indecisos a votar PS.
Muito interessante o diálogo entre P.Rufino, Marsupilami e Manuel Campos
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