segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Assim, não vamos lá!


A propósito do que ontem aqui referi, sobre uma minha ida a Tróia, um amigo atento lembrava-me, há pouco, o verdadeiro escândalo nacional que é o facto da Ponte Bocage, que liga Setúbal àquela península, estar, desde há vários anos, fora de serviço, por problemas ditos insuperáveis ocorridos no seu tabuleiro.

"Deve ser o negócio dos ferries ou as doçarias de Alcácer, onde se vendem os famosos salacianos, que fazem lóbi contra a ponte", avançou aquele amigo, muito dado a teses conspirativas. Ele é tão cético que também não acredita na data do 1º de abril, anunciada para a reabertura daquela via de acesso.

Obra maior do engº Edgar Cardoso, o empreendimento foi inaugurado pelo brigadeiro Vasco Gonçalves, no mesmo dia de 1975 em que o antigo chefe do governo se deslocou à outra banda e, em Almada, disse do "Expresso", num discurso para a história, o que nem José António Saraiva se lembrou alguma vez de dizer sobre a estimável folha do dr. Balsemão.

Deixo a fotografia do belo e até agora inútil empreendimento.

Assim não vamos lá! A Tróia. Nem no Carnaval! Nem a brincar!

7 comentários:

AV disse...

É bom sonhar. Talvez a magia de certos sítios seja alguma inacessibilidade.

Anónimo disse...

Há sempre alguma "ponte" de verdade.
Na realidade o Edgar Cardoso projetou não uma, mas duas pontes sobre o Sado um pouco mais a montante.
Foram as pontes ferroviárias conhecidas por Ponte do Sado e Ponte da Marateca, construídas nos finais dos anos 70 ou princípios dos 80 respetivamente pelas Construções Técnicas e pela Soares da Costa.

Anónimo disse...

Fernando Neves
A mim cheira-me a coisas de Atenas

João Cabral disse...

Tróia perdeu o acento com o seu querido AO90, senhor embaixador.

Anónimo disse...

Tropeçou num problema cada vez mais comum: o da falta de verbas. Vá estando atento. Um exemplo: Familiares meus têm produção de arroz no Baixo Mondego, arroz carolino. Estão a ser invadidos por água salgada, porque o Estado não tem dinheiro para reparar as comportas. Isto repete-se em todo o lado, em grandes e pequenas infraestruturas e na falta de pessoal qualificado. É uma lenta corrosão que, normalmente, não é comentado. O Senhor Embaixador apenas tropeçou num caso, que o irritou.

Anónimo disse...

Colocou o dedo na ferida, ou melhor numa das muitas feridas…é realmente inadmissível!

Nuno Figueiredo disse...

o grande arquitecto...para quando o Nobel?

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