1. De Fátima Fernandes:
“Tenho visto os seus comentarios sobre a guerra e estou SIDERADA. O sr, como alguns generais-comentadores mostram à evidencia o grau de sedução e penetração do regime cleptocrata russo penetraram, nos ultimos anos, as chancelarias e os militares de topo. É ASSUSTADOR! Shame on you, Sr embaixador. Shame !!!! Para si e para o PS”
2. De Mário Daniel:
“Devia ter vergonha por se prestar a ser na CNN um repetidor das mensagens da NATO e do seu patrão imperialista americano. Um diplomata deveria ser isento e não ajudar ao ódio à Rússia. Esperava de si isenção e não cumplicidade com os nazis ucranianos. Que desilusão, senhor Embaixador.”
Depois disto, dou por mim a pensar sobre se estamos todos a ver o mesmo filme.
23 comentários:
O que se nota é talvez, da parte de quem viveu ainda a guerra fria, demasiado "respeito" pelo poderio da Rússia e um medo, diria excessivo, relativamente ao uso de armas nucleares de destruição maciça. Mas vai-se aprendendo: a Rússia não é tão poderosa como julgávamos e até pode implodir antes de o Putin se lembrar, num acesso de loucura, de recorrer ao nuclear. Quanto aos EUA, e apesar de todos os defeitos neste momento só posso dizer: benditos sejam!
Parafraseando um grande filósofo português: se nem Cristo agradou a todos, por que haveria de ser eu a consegui-lo?
Penso' que o filme é o mesmo. Chama-se " maniqueísmo" e é marca d'água destes tempos . Quem não concorda comigo é porque está contra mim. Voilá ! Daí o estado de confusão das mentes perante qualquer tentativa de introduzir terceiras leituras nas narrativas dominantes - não pode, não deve ! Estas derivas não costumam ter finais felizes. É a vida!
MRocha
E alguma vez estivemos a ver o mesmo filme?
Isto não é um Sporting - Benfica à antiga como ainda ontem eu aqui dizía?
O que abunda mais por aí não são cabecinhas formatadas?
Pensar pela própria cabeça e tentar ser isento não é uma actividade cada vez mais masoquista porque cada vez mais perigosa?
Mais ainda, parar para raciocinar se uma pessoa, com determinada e longa experiência num determinado "ramo profissional", é capaz de saber um pouco mais que nós do assunto e não está necessáriamente a soldo das mais tenebrosas forças, essas forças que deixam uns siderados e assustados
e outros com vergonha alheia, veja-se bem o despautério.
Pois se temos aí o "prêt-à- porter" do pensamento para todos os gostos à distância de um clique para quê pensarmos nós, o que é reconhecidamente uma canseira?
Como disse Umberto Eco "O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a detentor da verdade" e só resta, aos que não estão dispostos a desistir, combater com os mesmos meios apesar de saber que isso é na prática completamente inútil.
Nunca ninguém com reconhecidos conhecimentos ganha uma discussão na Internet porque do outro lado estão vagos anónimos sem conhecimentos nenhuns de relevo, apenas preconceitos e ideias feitas.
Ter dúvidas é sinal de fraqueza para uma multitude que não as tem pois só assim se sente feliz, nas suas verdades incontestadas sentem-se seguros e ai de quem as queira abalar com a dúvida, lá vai aquele pequeno mundo por água abaixo.
Fatima Fernandes pretende pôr o nome do Sr.Embaixador nesta lista macabra dos nazis de Kiev, que ele apoia?
A ONG ucraniana Myrotvorets listou milhares de perfis em um site que descreve como "inimigos da Ucrânia" e que marca com a menção "liquidado" em caso de morte. Personalidades francesas, incluindo jornalistas, estão incluídas.
4 de Setembro de 2022: Há dois dias, a ex-ministra francesa Ségolène Royal é criticada por todos os lados por ter denunciado na TV BFM o que ela apresentou como propaganda de guerra ucraniana no contexto do conflito militar em andamento.
Em um silêncio agudo com o burburinho político-mídia que a visa, a ex-candidata presidencial de 2007, encontra-se ao mesmo tempo, e sem saber, denunciada no site de uma ONG ucraniana chamada Myrotvorets.
Em 13 de Setembro, o site investigativo americano The Grayzone publicou uma entrevista com Faina Savenkova, descrita como “uma residente de 13 anos da República de Lugansk [fichée em Myrotvorets] depois de apelar às Nações Unidas pelo fim da guerra que ela vive desde 2014".
Enquanto a menor de idade testemunha durante a entrevista sobre a sua experiência, ela menciona notavelmente as ameaças online que recebeu. Ela também afirma que muitas outras crianças de sua idade foram listadas.
O governo alemão , no passado “instou o governo ucraniano a trabalhar para a remoção deste site”. Em resposta, kyiv se defendeu explicando que o site em questão estava rodando em um servidor estrangeiro. E por uma boa razão, desde a sua criação em kyiv em 2014, a organização menciona em seu site acomodações do outro lado do Atlântico, mais precisamente no território de Langley, que abriga a sede da CIA.
Essa troca entre os dois diplomatas seguiu-se ao arquivamento de Myrotvorets de Gerhard Schröder, então presidente do conselho de supervisão da petrolífera russa Rosneft. Na época, a imprensa alemã alegou que a plataforma em questão estava diretamente ligada ao Ministério do Interior ucraniano.
A Sra.Fatima Fernandes pertence a essa imensa maioria de portugueses que sao russofobos, desde a mensagem da Cova da Iria em 1917.
Senhor Embaixador, depois de ler essas duas mensagens, achei que devia dizer-lhe que aprecio muito o seu posicionamento sensato e equilibrado. Muitas vezes concordo com o que diz, noutras tantas, discordo. Mas reconheço sempre, no que escreve, honestidade, inteligência e experiência de vida e do mundo.
Continue, lê-lo é um prazer.
Álvaro Carmo Vaz
Maputo
A propósito do 100º. aniversário do nascimento de Agustina Bessa Luís, a Srª. Profª. Isabel Pires de Lima mostrava há poucos dias, em breve aparição televisiva, o seu desencanto pelo facto de os jovens universitários evidenciarem uma total ausência e incapacidade de desenvolverem um pensamento crítico digno desse nome. Dizia aliás, que tal qual como cavalinhos de corrida (a expressão foi sua), são treinados para ter 20 e entrar em Medicina, com isso se bastando a sua densificação cultural. Aquilo a que nos habituámos a chamar democracia, não é pois, nem mais nem menos do que o ritual (com cada vez menos fiéis, o que é apesar de tudo, preocupante), em que uns cidadãos-zombies são chamados a participar de uma liturgia cujos termos essenciais estão estabelecidos ab initio, nomeadamente sob a égide do famoso arco da governação ou de qualquer outra figura esotérica semelhante. Para este estado de coisas, muito tem contribuí diariamente e de modo hiper-activo, o controlo férreo por parte do sistema, de tudo quanto é dito e por quem é dito, do que é notícia e do que o não é, de quem comenta e porque comenta, gerando assim os necessários autores para os lamentáveis textos que o Francisco teve a gentileza de aqui partilhar connosco. Sei (creio) que não cairão essas epístolas no mero desprezo ou desconsideração daquele a quem foram dirigidas, já que, sendo certo que são meros furúnculos à superfície, revelam bem do apodrecimento do tecido que os gerou. Todos - uns seguramente mais do que outros, dadas as armas com que cada um terça - estamos obrigados a ir a combate.
Só para informar que a frase "Quem não concorda comigo é porque está contra mim" é fundamentalmente uma leitura leninista e, praticamente utilizada e repetida, depois, por todas as ditaduras.
Nunca foi uma leitura das democracias onde há partidos eleitos e, consequentemente, uma variada diferença de opiniões sobre o mesmo assunto.
Ainda, hoje, os comunistas de todo o mundo usam tal pensamento de forma, mais ou menos invertida quando respondem ao adversário político; "ainda bem que está contra pois tal só confirma que tenho razão".
"Aquele que não está comigo está contra mim" (Mateus 12:30). Uma tese leninista, como se vê.
Sobre o post: não me admira, e até o elogio, Sr Embaixador. Quem não segue uma das duas cartilhas vigentes e, consequentemente, com elas concorda ou delas discorda conforme manda a sua consciência e a sua inteligência, corre o risco de, ora passar por lacaio do imperialismo ianque, ou por corrompido pela oligarquia putinista. É a vida...
Algo vai muito mal quando as pessoas aparentemente não têm mais nada em que se ocupar na vida para alimentarem tanta belicosidade.
Isto de ter capacidade de pensar gera muita urticária aos néscios.
A liberdade – que o Embaixador propugna e que sempre mereceu amplo reconhecimento no seu blog – é isto mesmo, implica ouvir e, mais importante, tolerar pontos de vista divergentes e antagónicos.
Mas parece-me que esta guerra da Ucrânia não pode ser comparada a um filme (que depende dos olhos de quem o vê), mas onde se exige uma clara posição – se calhar não coadunante com a diplomacia tradicional subjacente às relações internacionais – em que os que, como eu, se inserem na cidadania democrática europeia (União Europeia, Nato e demais organismos congéneres) se confrontam há mais duas décadas com Putin que, no poder, se mostra mobilizado por revisionismos históricos que remontam não só ao fim da União Soviética, mas à queda do Império Russo e até mesmo à sua formação (séculos atrás), ressentimentos em relação aos Estados Unidos e potências europeias que o levaram em pleno séc. XXI a invadir e a prosseguir uma guerra insana contra um país soberano (Ucrânia) em contradita com o direito internacional.
Deparo-me todos os dias com uma plêiade de argumentos, geralmente apresentados a coberto de grandes raciocínios estratégicos e geopolíticos, para justificar a invasão da Ucrânia.
É preciso ser claro: a invasão da Ucrânia pela Rússia não tem justificação, por mais razões que sejam invocadas e por mais acusações que se façam ao imperialismo americano e críticas que sejam dirigidas à UE e à NATO.
A invasão criminosa da Ucrânia – país europeu independente que tem o direito de definir os seus próprios caminhos, de aderir à democracia e ao modo de vida europeu ocidental – feita pela Rússia, que nos faz lembrar as invasões soviéticas da Checoslováquia e da Hungria – ainda assim, defendida por um leque de opinadores, influenciados pelo anti-americanismo e anti-Nato sistémicos, mas que se esquecem ou subalternizam o que é afinal a essência da guerra da Ucrânia, ou seja, a morte de crianças, de mulheres e de homens, a destruição das cidades, das escolas, dos hospitais e dos monumentos, e a maior onda de refugiados desde a 2ª Guerra Mundial, o que originou um movimento de solidariedade europeu, e mesmo para além da Europa, cujo significado e valor até querem diminuir, confrontando-a com a falta de solidariedade em relação às também abomináveis consequências das outras guerras no mundo.
Sim, a propósito desta guerra da Ucrânia, admiro (?) a coragem destes opinadores, alguns deles neste blog, de bem na vida, que surgem todos os dias a defender princípios muito bonitos sobre a guerra desencadeada por Putin.
Para não variar, Francisco Seixas da Costa, não deixa créditos por mãos alheias..!!!!!
Este blogue está inquinado, com eruditos de pacotilha...!!!!!
Toda a dialéctica do Sr. Carlos Antunes é definida na sua frase:” em que os que, como eu, se inserem na cidadania democrática europeia (União Europeia, Nato e demais organismos congéneres)”. Pois é Sr. Antunes, a sua cidadania define-se em instituições que, precisamente, não são democráticas. E é precisamente o que as mina do interior e lhes retira a representatividade que os seus dirigentes se esforçam de impor.
E os inimigos da EU, a começar pelos EUA, sabem-no muito bem, que exploram todos os dias os pontos fracos do “edifício”. Já Kissinger perguntava qual era o n° de telefone da EU. …
E Joe Biden, na estocada mortal ao chanceler Scholtz, em Washington,: Nord Stream 2, não, não, você não arranca o gasoduto, não, nós podemos impedir! Sim podemos! E puderam…
Para nos impingir o seu “produto” quatro vezes mais caro…
A guerra contra a Rússia fomentada há vários anos pelo eixo do mal Estados Unidos/Israel via NATO através da Ucrânia, impacta claramente os países da Europa. Apesar da propaganda feita por actores da esfera política e mediática ocidental para convencer os cidadãos dos méritos desta guerra – na qual parece que nossos Estados não estão participando! –
Os cidadãos europeus, desacostumados a sentir directamente os efeitos das guerras travadas regularmente a milhares de quilómetros das suas fronteiras pelos seus governos, sempre enredados em coalizões dúbias e movidos por seus objectivos coloniais atávicos, têm muita dificuldade em entender as decisões de seus gestores.
E a paz virá quando Putin e Biden assim o decidirem. A UE?
Mateus 12:30 terá dito tal frase e até a pode já ter retirado, copiado, de outro escrito mais antigo ainda, contudo, isso não impede, antes pelo contrário, de ter contribuído, para ser teorizado e utilizada pelo leninismo bolchevique durante a sua luta contra os mencheviques e tomada do poder na Rússia e posteriormente durante todo o tempo do"socialismo real" da URSS . E não impede nem nunca impediu que tal tese tenha sido, depois, usada por todas as ditaduras e, note-se, pela própria Igreja de Mateus, para prender, torturar e matar os adversários políticos ou religiosos.
"...a sua cidadania define-se em instituições que, precisamente, não são democráticas."
Note-se a infalibilidade mental da afirmação que afirma, sem mais, "que, precisamente, não são democráticas. Uma vez que não refere onde existem instituições democráticas e uma vez que defende a bondade de Putin contra a maldade da UE é caso para perguntar se entende que as instituições russas, chinesas ou norte coreanas é que são democráticas.
E perguntar, também, afinal qual a ideologia que defendem.
"Os cidadãos europeus, desacostumados a sentir directamente os efeitos das guerras travadas regularmente a milhares de quilómetros das suas fronteiras pelos seus governos, sempre enredados em coalizões dúbias e movidos por seus objectivos coloniais atávicos, têm muita dificuldade em entender as decisões de seus gestores."
Outra falácia da ladainha dos antidemocráticos apoiantes da invasão da Ucrânia. Esta falácia pretende encobrir a força das opiniões públicas das democracias; quem pensa que mais contribuiu para o 25 de Abril e derrube da ditadura em Portugal? Quem derrubou os USA no Vietnam senão a opinião pública americana? E no Afeganistão e em todos os lugares onde estiveram metidos em guerras? Não é a opinião pública que logo que a guerra deixa de ter sentido se lhe opõe e, ou o Presidente retira as tropas ou os americanos retiram o Presidente?
Não foi isso que os militares portugueses fizeram relativamente ao impasse da guerra colonial? E, uma vez que se tratava de uma ditadura e não havia eleições livres, derrubaram o regime e todos democratas gritaram nas ruas vivas à liberdade e democracia.
Não é verdade que os cidadãos europeus "sempre enredados em coalizões dúbias e movidos por seus objectivos coloniais atávicos, têm muita dificuldade em entender as decisões de seus gestores." A tomada de consciência em Democracia é uma dialéctica de confrontação de opiniões contínua e não a opinião única, imediata, indiscutível, irrevogável do ditador ou Presidente vitalício.
Em democracia não existe, não é possível, o culto de personalidade e adulação que em todas as ditaduras os medíocres e oportunistas fazem ao chefe e os leva a endeusarem-no; e uma vez endeusados e julgando-se ser deuses em seus países tornam-se totalitários e o totalitarismo precisa e alimenta-se de invasões e respectivas guerras para manter as massas humanas unidas e, sempre, em estado de prontidão.
E é, também, que chegados ao totalitarismo é imposto, à força e sob terror, o tal pensamento único; esse mesmo que os putinistas querem fazer crer que existe nas democracias mas, na realidade, é próprio do totalitarismo.
O Sr. José Neves escreve:
"Quem não concorda comigo é porque está contra mim" é fundamentalmente uma leitura leninista e, praticamente utilizada e repetida, depois, por todas as ditaduras.
Nunca foi uma leitura das democracias onde há partidos eleitos e, consequentemente, uma variada diferença de opiniões sobre o mesmo assunto.
Ainda, hoje, os comunistas de todo o mundo usam tal pensamento de forma, mais ou menos invertida quando respondem ao adversário político; "ainda bem que está contra pois tal só confirma que tenho razão".
Salazar, Bush Júnior, e muitos outros da mesma cepa, eram leninistas convictos…
E só menciono estes dois porque foram ao ponto de publicar os “Patriotic Act 1 e 2, por Bush, e já esqueci os de Salazar…
O Sr.José Neces escreve ainda: “Nunca foi uma leitura das democracias”! Isto parece-me exagerado! Que diabo! Nunca a Europa Ocidental esteve mais fraca! Nunca esteve tão dependente dos Estados Unidos. Guerra russo-americana sob a capa da pseudo-europeia NATO à custa do povo ucraniano e talvez da população europeia: a Europa Ocidental ,ao tomar sanções cujo efeito negativo é mais perceptível no seu próprio território do que na Rússia, adorna se com um manto de "pureza" ao insultar o governo russo, viola a sua própria liberdade de imprensa ao banir a mídia russa, fecha as suas universidades ou a sua cultura para estudantes e artistas russos, em suma, tudo o que lhe é pedido, mais ou menos discretamente , pelo Mestre de Washington, que ri na manga, com ar de santinho.Enquanto nos arruina economicamente. Que o digam os alemaes!
Em suma, a Europa tornou-se definitivamente incapaz de ter a menor influência positiva neste triste conflito. Apenas contribui para lançar lenha na fogueira e acolher os refugiados, o que – independentemente da questão humanitária, que é totalmente legítima – oferece a vantagem de aliviar a Ucrânia de um custo social (sem realmente, que saibamos, partilhar esse custo com os Estados Unidos). Ora bolas! Que democracia é esta?
O Sr. José Neves ::
Escreve“A tomada de consciência em Democracia é uma dialéctica de confrontação de opiniões” .
Exemplo : o assalto ao Capitole, em Washington, pelos republicanos e o seu chefe, D.Trump? O golpe de Estadodo do Chile e o de Maidan? E tantos outros...
Pergunta :Quem pensa que mais contribuiu para o 25 de Abril e derrube da ditadura em Portugal? Os militares talvez. Não?
Escreve: Quem derrubou os USA no Vietname senão a opinião pública americana? E no Afeganistão e em todos os lugares onde estiveram metidos em guerras?
Não. O maior erro na Guerra do Vietname, como na maioria dos conflitos perdidos ou supostamente vencidos pelos EUA (Iraque, Afeganistão), é a crença de que a vitória é apenas uma questão de desempenho militar. Porque neste último ponto os EUA dominaram cabeça e ombros. Na realidade, uma vitória deve primeiro ser construída política, social e economicamente. A hegemonia militar só será um epifenomeno se os demais aspectos não forem considerados.
A razão pela qual muitos americanos não admitem ter perdido a Guerra do Vietname e todas as outras desde 1945, é em grande parte devido aos mitos que os americanos criaram para si mesmos como sendo militarmente superiores a todos os outros. É por isso que eles acreditam profundamente que os Estados Unidos venceram a Segunda Guerra Mundial, e sem eles a Alemanha teria sido vitoriosa.
E vão perder a da Ucrânia, onde, por precaução, não enviaram um batalhão mas “conselheiros”…
Escreve: “o totalitarismo precisa e alimenta-se de invasões e respectivas guerras para manter as massas humanas unidas e, sempre, em estado de prontidão.”
Exacto, Sr Neves…Desde 1775, os EUA declararam 66 guerras…Sabemos bem que a oligarquia militaro industrial vive e tem necessidade da guerra. Única maneira de justificar as 800 bases militares à volta do mundo e o orçamento militar gigantesco financiado pela divida.
Entenda que os Estados Unidos têm uma cultura militar desde o seu início. Os mitos de poder e heroísmo estão profundamente enraizados. Se você considerar como, desde a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos estiveram constantemente em guerra, mas raramente venceram. Sim, eles são bons para a destruição, mas raramente ganham o resultado político ou alcançam algo significativo. Muitas vezes basta deixar países, sociedades e cidadãos em ruínas e ir embora.
Desta actividade belicista, os EUA, terão criado ao longo dos anos s: Al Qaeda (dividindo os mujahideen no Afeganistão, após a partida russa). Ísis (Iraque). Estabelecimento da maioria das ditaduras na América Latina e na América do Sul…
O cancro da humanidade.
Como sempre, em todas as discussões com apoiantes da invasão Russa da Ucrânia, o Senhor Freitas debita o rol do costume acerca das maldades dos USA e, normalmente, juntam-les a UE ou dizem desta que é lacaia daquela e fazem de conta que não existe uma maldade oposta, contraponente.
Ora, ninguém faz guerras por fazer, ninguém vai para a guerra só por ir, ninguém vai para a guerra por prazer e muito menos uma nação e um povo.
Ora, se os USA já entraram em 66 guerras desde 1775 (deve estar a contar com a guerra de cinco anos pela independência só obtida em 1776) será porque houveram outras tantas nações, também, em guerra como opositores.
E, penso eu que essa sua contabilidade deve referir-se, sobretudo ao período pós 2ª Grande Guerra (que também venceram e sem os quais dificilmente alguma outra potência ou coligação teria vencido), porque até aí os USA foram sempre auto-suficientes e isolacionistas.
Portanto, penso eu por mim próprio, que neste período preciso em que desponta o poder totalitário expansionista da URSS que se deram todas as guerras à volta do mundo.
E, logicamente, concluo que se houve/há um cancro da humanidade haverá, necessariamente, outro cancro da humanidade do lado oposto, ou seja o reverso da moeda.
Com a agravante de que do lado de cá trata-se de um Estado de nascimento democrático ao contrário do vosso lado que nasceu como império czarista e depois, com a URSS, se tornou um império concentracionário.
Com significativo diferimento, ocorrem-me umas perguntas simples, motivadas por alguns "duelos argumentativos" a que tenho assistido aqui e noutros lugares.
De um ponto de vista esquemático, ocorre-me então, pensar o seguinte:
a) A guerra é um facto;
b) As guerras, depois de iniciadas e por mais duradouras que sejam, caminharão necessariamente para um desfecho;
c) Havendo dois oponentes em conflito directo entre si, a guerra terminará pela vitória militar de um deles e consequente rendição do outro ou por negociações e Tratados de paz;
d) No caso em presença um dos contendores, é uma potência nuclear;
1ª. pergunta: irá essa potência nuclear aceitar a sua derrota e render-se?
2ª. pergunta: e, se o não fizer, como é que é expectável que a guerra termine?
3ª. pergunta: seria eticamente adequado e filosoficamente aceitável, erigir a paz pactuada como o único objectivo verdadeiramente plausível e em cuja direcção deveriam ser dados passos urgentes?
4ª. pergunta: e, se a resposta for afirmativa, que forças impedem que se trilhe esse caminho?
shameless!
Snr. Francisco, respondendo ao seu apelo respondo da minha parte!
Repare que quando digo que foi a opinião pública das democracias e, sobretudo, a americana que derrotou os USA no Vietnam, na Coreia do Norte ou no Afeganistão e noutras guerras estou precisamente a pensar no facto de o exército americano, se se quisesse tornar invencível, poderia ter usado, de novo como em Hiroxima, a bomba atómica. Não o fez precisamente porque a opinião pública mundial, depois de Hiroxima e Nagasaki, ser universalmente contra uso de tal barbaridade humana; aqueles lançamentos, em estreia, revelaram a impossibilidade, pelo seu efeito devastador, do uso de tais armas e muito mais actualmente visto a perfeição e poder de destruição de armas nucleares serem incomparavelmente maiores.
Na actualidade, o possuidor de arma nuclear quer-e-a como arma dissuasora e não a pode usar a menos que seja completamente louco; quando Putin diz que usará tal arma caso ataquem o seu país para defender o povo russo é uma inversão idiota da realidade pois, ao usar a arma nuclear receberá uma resposta tal que, provavelmente, quase fará desaparecer o povo russo do mapa.
A paz ou a vitória, uma das duas terá de acontecer, necessariamente, quando os contendores chegarem à conclusão de que só há perdedores e nenhum vencedor ou há um vencedor e rendição do outro. No impasse, ambos terão de ceder mas não será a paz dos amigos de Putin que, quando falam da paz fazem, paralelamente, a diabolização que é o apoio dos USA e da UE à Ucrânia porque a sua noção de paz é dar rédea solta ao exército russo para ditar a paz pela força bruta militar; o seu cinismo vai ao ponto de repetirem, com gozo, de que se trata de uma guerra entre Russia e Nato até ao último ucraniano.
Lançada a invasão de outro país a ética predominante é a da força militar e só passará para a discussão ética da paz pelo impasse militar onde o prolongamento da guerra conduzirá a uma vitória de Pirro. A paz, poderá então ser negociada na condição de retorno à situação inicial pré-guerra ou outra parecida com cedências negociadas de parte a parte.
Para já o que é preciso são forças que possam fazer parar o conflito e isso é, penso eu, mais fácil de encontrar do que forças que imponham a paz.
É tudo o que lhe posso dizer; não sou comentador da rádio e tv daqueles que sabem tudo, até o futuro.
Sr. José Neves escreve: "Ora, se os USA já entraram em 66 guerras desde 1775 (deve estar a contar com a guerra de cinco anos pela independência só obtida em 1776) será porque houveram outras tantas nações, também, em guerra como opositores."
Não, os EUA não tiveram opositores na maioria das guerras que declararam. Impuseram as guerras aos povos dos quais cobiçavam os recursos...Ou que a geoestratégia os incitava a invadir. Enfim, o Chile, as Honduras, o Salvador, a Guatemala, o Panamá, a Bolívia, e mesmo a pobre ilha de Grenada eram realmente opositores dos EUA? E Cuba, Vietname, Iraque, Síria, Líbia, Sérvia, Afeganistão (Bin Laden era saudita, não esquecer!) Somália, e tantos outros eram opositores, alguns deles invadiram os EUA?
Nenhum país no mundo possui 800 bases militares. Porquê e para quê?
Poderei mesmo acrescentar que os EUA enviaram mesmo um corpo expedicionário invadir a Sibéria, logo apôs a revolução a de 1917. Ao mesmo tempo que os franceses passeavam com os seus tanques nas ruas de Odessa e Sebastopol…Da guerra da Crimeia, os russos lembram-se bem…
Por isso hoje não aceitam vizinhos na soleira da porta, que se chame NATO ou outro. Eu compreendo-os.
Ia Napoleão e Hitler deixaram vestígios da sua passagem…Outros, hoje, vindos doutro continente ,sonham de copiar…os dois citados. Mas a arma nuclear faz reflectir…
Mais uma piada do pensamento URSS do Snr. Joaqquim Freitas:
Então a guerra Rússia-Ucrânia é uma guerra entre Rússia e USA /ou Nato, ou UE conforme proclamam aos sete ventos, mas a guerra USA-Cuba (Próxima do nuclear como a actual, e que nem houve de facto), essa, que foi dirimida única e exclusivamente entre USA e URSS foi, para J.Freitas, uma guerra entre Usa e Cuba. Claro todas as outras que cita são consequências de causas identicas mas, nisso, o senhor não só não acredita como nem quer pensar.
Outra versão do pensamento URSS de Joaquim Freitas e parceiros está patente quando pergunta, após arrolar todas as guerras e países;"algum deles invadiu os EUA?" Claro que não dado ser um acto não só absurdo como suicida mas, ao contrário, agora para o nosso amigo da URSS e agora, também, da Rússia putinista, dão cambalhotas sobre cambalhotas intelectuais a explicarem a que a Ucrânia promoveu uma guerra contra a Rússia por intermédio de ataques aos russófonos ucranianos.
Nem enxergam que com tais argumentos explicam-nos, claramente, a nós ocidentais, como posteriormente os Russos poderão querer invadir todos os países vizinhos e outros sucessivamente.
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