Disseram-nos que as mulheres no poder mudariam o destino do Ocidente decadente. Agora as mulheres estão lá, no poder: von der Leyen na Europa é um exemplo, ao mesmo tempo que Sanna Marin, líder da Finlândia, Truss na Inglaterra, na Itália, Meloni está a um passo do poder.
No momento, parece que as mulheres são geneticamente superiores, porque são úteis ao poder. São outra coisa, comparados aos homens cujo único mérito é participar imitando e copiando o verdadeiro ser humano: as mulheres. Em muitos países as mulheres acordam a sociedade.
As mulheres no poder são o comercial do poder neoliberal que, para se celebrar como progressista e inclusivo, deve “incluir” o melhor e restaurar sua justiça cósmica e genética. No passado, homens briguentos e violentos governavam; agora, o sistema liberal reequilibra a história: inclui as mulheres, coloca-as a serviço da humanidade com suas qualidades sublimes, que as tornam naturalmente superiores.
Mas atençao : Por trás do véu da inclusão esconde-se um poder hierárquico e profundamente fascista – uso o termo no sentido genérico, fascismo é uma categoria histórica de autoritarismo hierárquico e racista. O passado não quer morrer, pelo contrário, fortaleceu-se e deve necessariamente disfarçar-se para esconder a Górgona fascista que se esconde atrás dos sorrisos da inclusão. As qualidades de género são a nova face do racismo liberal.
No seu último discurso, von der Leyen, vestida com as cores da Ucrânia, demonstrou a sua "sensibilidade política". Vestir-se e ser fotografada com um enxame de senhoras enfeitadas com as cores da bandeira ucraniana é perturbador: a guerra transformou-se em uma partida de futebol, um desfile de moda ou, se preferirem, um clube exclusivo: para entrar, você tem de vestir-se adequadamente. Encarnar uma bandeira e usá-la é um acto de nacionalismo.
Truss na Inglaterra,vai ainda mais longe. Recebeu uma encomenda do Mestre do Império.Os personagens que o poder exalta, , são figuras de abstracção e privilégio, afastadas à distância sideral da vida dos povos.
O poder, se não está a serviço das comunidades e dos povos, é sempre mau. por isso é urgente compreender que não há poder bom que sejam as mulheres ou os homens que o administram, assim como não há bons nazistas.
Estas mulheres fazem mentir Aragon: "A Mulher é o futuro do Homem"...
Senhor embaixador, não deixa também de ser divertido como os que não se calam com as mulheres e as minorias na política andam agora caladinhos que nem ratos.
O "boneco" que escolheu é uma pequena maravilha de humor, o humor simples é o único que conta.
Estas situações levam-me muitas vezes a pensar num dos grandes chavões do jornalismo actual: nas organizações, da mais importante à mais manhosa, não há presidentes, directores nem outros que tais, já só há "líderes".
Ora muitos de nós passámos alguma parte da vida em lugares onde não tínhamos líderes à frente da "casa", tínhamos apenas gente que por razões que poucas vezes tinham a ver com as respectivas capacidades para ali estarem, eram pessoas "in office, not in power".
6 comentários:
Disseram-nos que as mulheres no poder mudariam o destino do Ocidente decadente. Agora as mulheres estão lá, no poder: von der Leyen na Europa é um exemplo, ao mesmo tempo que Sanna Marin, líder da Finlândia, Truss na Inglaterra, na Itália, Meloni está a um passo do poder.
No momento, parece que as mulheres são geneticamente superiores, porque são úteis ao poder. São outra coisa, comparados aos homens cujo único mérito é participar imitando e copiando o verdadeiro ser humano: as mulheres. Em muitos países as mulheres acordam a sociedade.
As mulheres no poder são o comercial do poder neoliberal que, para se celebrar como progressista e inclusivo, deve “incluir” o melhor e restaurar sua justiça cósmica e genética. No passado, homens briguentos e violentos governavam; agora, o sistema liberal reequilibra a história: inclui as mulheres, coloca-as a serviço da humanidade com suas qualidades sublimes, que as tornam naturalmente superiores.
Mas atençao :
Por trás do véu da inclusão esconde-se um poder hierárquico e profundamente fascista – uso o termo no sentido genérico, fascismo é uma categoria histórica de autoritarismo hierárquico e racista. O passado não quer morrer, pelo contrário, fortaleceu-se e deve necessariamente disfarçar-se para esconder a Górgona fascista que se esconde atrás dos sorrisos da inclusão.
As qualidades de género são a nova face do racismo liberal.
No seu último discurso, von der Leyen, vestida com as cores da Ucrânia, demonstrou a sua "sensibilidade política". Vestir-se e ser fotografada com um enxame de senhoras enfeitadas com as cores da bandeira ucraniana é perturbador: a guerra transformou-se em uma partida de futebol, um desfile de moda ou, se preferirem, um clube exclusivo: para entrar, você tem de vestir-se adequadamente. Encarnar uma bandeira e usá-la é um acto de nacionalismo.
Truss na Inglaterra,vai ainda mais longe. Recebeu uma encomenda do Mestre do Império.Os personagens que o poder exalta, , são figuras de abstracção e privilégio, afastadas à distância sideral da vida dos povos.
O poder, se não está a serviço das comunidades e dos povos, é sempre mau. por isso é urgente compreender que não há poder bom que sejam as mulheres ou os homens que o administram, assim como não há bons nazistas.
Estas mulheres fazem mentir Aragon: "A Mulher é o futuro do Homem"...
O Joaquim de Freitas me perdoe mas isto é só uma pequenina emenda,
quem ouve música francesa "cai" por vezes, eu também lá "caio" de
vez em quando :
"L'avenir de l'homme est la femme" é uma frase de Louis Aragon extraída
de "Le fou d'Elsa" (1963), uma recolha de poemas que continua bem actual.
"La femme est l'avenir de l'homme" é uma canção de Jean Ferrat do álbum
com o mesmo título (1975) e é uma referência, como é evidente, a Aragon.
Senhor embaixador, não deixa também de ser divertido como os que não se calam com as mulheres e as minorias na política andam agora caladinhos que nem ratos.
O "boneco" que escolheu é uma pequena maravilha de humor, o humor simples
é o único que conta.
Estas situações levam-me muitas vezes a pensar num dos grandes chavões do jornalismo actual: nas organizações, da mais importante à mais manhosa,
não há presidentes, directores nem outros que tais, já só há "líderes".
Ora muitos de nós passámos alguma parte da vida em lugares onde não
tínhamos líderes à frente da "casa", tínhamos apenas gente que por razões que poucas vezes tinham a ver com as respectivas capacidades para ali estarem, eram pessoas "in office, not in power".
out of the blue?
Manuel Campos: Bem visto! E nao é a primeira vez que confundo. Aprecio os dois autores imensamente...
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