sexta-feira, julho 26, 2024

O sol da terra

A esquerda putinista lusa, se fosse moralmente coerente, deveria estar num impasse: Trump presidente é, de longe, o pior cenário para o futuro dos palestinos; mas, a grande distância, é o melhor para uma paz na Ucrânia favorável aos russos. Gaza ou o Donbass? Moscovo! Old habits die hard! 

11 comentários:

manuel campos disse...


Entre uma paz favorável aos russos e uma paz favorável aos ucranianos onde é que cabe - se é que cabe - uma paz também favorável aos outros europeus todos?

Anónimo disse...

Um dia o senhor há-de explicar o que é isso de “esquerda putinista”. Haverá uma “direita putinista”? Essas pessoas estão a soldo de Moscovo? Ser a favor de uma solução negociada para o conflito mais perigoso que o mundo enfrenta pelo menos desde a crise dos mísseis da década de 1960 é ser-se putinista? Então o que será ser-se a favor de uma cambada de belicistas criminosos que instigou esse conflito, que o alimenta constantemente (mau grado o beco nuclear sem saída a que conduz), com o seu cortejo de morte e destruição económica sem fim? Será que não percebe o quão insultuosa é a sua afirmação? Isso dito, sim, Trump será a melhor solução para Ucrânia e, no que diz respeito ao Médio Oriente, não vejo diferenças de vulto entre Trump e a outra pessoa que foi alcandorada por intermédio de um golpe palaciano a uma candidatura à Presidência dos EUA. Aliás, vejo, vejo que em matéria de política externa o mandato de Trump foi o mais equilibrado para aí desde Carter (o homem não só conseguiu um acordo muito interessante para o Médio Oriente como meteu uma muito necessária água na fervura em relação à Coreia do Norte). Em contraponto, o que fez depois essa nulidade chamada Joe Biden (que pelo visto não tem capacidades para ser candidato, mas tem capacidade para continuar a ser Presidente)? E o que vai fazer a nulidade que as luminárias “democratas” impuseram aos eleitores? Pois. Sabe, meu caro senhor, sugiro-lhe que leia o último artigo publicado na Tertúlia Orwelliana, o seu nome é lá elencado - em mui nobre e ilustre companhia.
M. Prieto

Luís Lavoura disse...

Trump presidente é, de longe, o pior cenário para o futuro dos palestinos

Isso não é de forma nenhuma evidente para mim.

Anónimo disse...

pois faz todo o sentido o que diz. agora a culpa das guerras todas é dos "esquerdistas" que defendem a paz na ucrânia. não misture coisas !

Anónimo disse...

"A esquerda putinista lusa"
Putinista é um nome que se dá a todos que pensam que a Ucrânia não conseguirá derrotar a Rússia, salvo se a Nato intervier directamente correndo o risco de guerra mundial nuclear. E a todos que pensam que Zelensky não é um defensor da Democracia como se diz nos nossos media bem como diz a Senhora Van der Lyen. E a todos que pensam que a N ATO teve um papel importante (geralmente omitido pelos comentadores) no desencadear da guerra.
O dilema que o senhor Embaixador põe é verdadeiro. Se Trump for eleito é provável que desapareçam os camiões cheios de jovens mortos na Ucrânia e Rússia. Mas a desgraça dos palestinos aumentará e provavelmente Natanyahu acabará com os habitantes de Gaza e será aclamado como herói pela Senhora Von Lyen e em Washington.
Para terminar: gostei muito da entrevista de Viriato Soromenho Marques (um Putinista de esquerda?) a Vítor Gonçalves na TV.
Zeca

J. Carvalho disse...

"Esquerda putinista" foi o anátema criado pela direita para lixar o pcp. E conseguiram-no porque o PC não tem espaço na comunicação social nem o engenho para entrar nas redes sociais.

Toda e qualquer pessoa que defenda que deve haver negociações é tido como putinista. Como cerca de 45% dos ucranianos são a favor das negociações (razão para a alteração da posição do Zelensky), então, serão todos putinistas?

Anónimo disse...

Biden e as ratazanas que o rodeiam, do seu Partido Democrático, fecharam os olhos ao assassino e genocida de Telavive, na exacta medida do que fará Trump. Nos EUA, para se ser Presidente tem de se conseguir um financiamento (de privados) colossal, o que significa que, na prática não existe uma Democracia, mas uma Oligarquia de uns tantos patifes que pagam para lá terem um “assalariado” que lhes satisfaça os interesses económicos, militares e políticos. A agora ida/visita de Netanyahu a Washington diz tudo dos Democratas no respeitante à Palestina, Gaza e a Israel. Foi um acto político abjecto, a que, todavia, os EUA já nos habituaram há muito. Isto para dizer que Trump e Kamala (ou Biden) são tudo farinha do mesmo saco. Lixo!
Quanto à Ucrânia, foi o traste do “Nobel da Paz" (!) Barack Obama quem desestabilizou, sobretudo em 2014, aquele país, enviando para lá dois energúmenos, nas pessoas de David Petraeus (o então chefe da CIA) e Victoria Nuland (a Sub-Secretária de Estado), sendo Biden o vice-PR, com o filho a fazer grandes negociatas, entre outras relacionadas com o comércio de cereais. E foram os Democratas que inquinaram a política interna da Ucrânia e tudo têm feito para manter o conflito até ao infinito, com total desprezo pelas vidas humanas ucranianas entretanto perdidas, aos milhares. Isto tudo com a colaboração activa dos seus inqualificáveis vassalos europeus, os mesmos que igualmente vertem lágrimas de crocodilo pelas vidas perdidas ucranianas, mas vão ateando o fogo do conflito, e que viram a cara para a barbárie em Gaza.
Sendo ambos fruta podre, Trump e Kamala/Biden, ao menos que um dos conflitos possa ter um termo, seja a que preço for, desde que a perda de vidas humanas acabe. Não nos iludamos: Kamala nunca irá condenar Israel, nem impedir ou forçar que a carnificina acabe de uma vez por todas, pelo contrário, irá continuara fornecer armamento a Israel. Talvez escandalize algumas almas piedosas, mas considero Putin muito menos perigoso do que os facínoras que em Washington provocam o alvoroço e a guerra por esse globo fora. Putin não constituiu uma ameaça nem à Europa, nem ao Mundo. Já os EUA são indiscutivelmente um perigo. Basta olharmos para as patifarias militares e políticas (desde guerras, a golpes de Estado, até ao envolvimento indirecto na Ucrânia e directo com Israel) que desde o final da II Guerra Mundial Washington foi responsável.
a) P. Rufino

Anónimo disse...

Para um comentário adequado seria fundamental saber se o que entende por esquerda putinista. Sem esse esclarecimento o texto e provocação gratuita e deselegante.

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao anónimo das 15:30. Se considerou o texto uma "provocação gratuita e deselegante", então é porque lhe era dedicado.

Joaquim de Freitas disse...

Pois! Se o « putinisme » é o filho da perestroika e da queda da URSS e bisneto da Revolução Russa e da queda do Império Russo: eu sou “putiniste”.

Porque o Putinismo não é uma ideologia (conservadora, nacionalista, eurasianista), nem um projecto político (vingança contra a história, neo-imperialismo, neo-soviético).

O Putinismo apresenta-se antes de mais como uma estratégia política que visa mostrar a sua força, e por vezes utilizá-la, para fortalecer o poder Kremlinocêntrico e Kremlinocentrípeto com um objectivo principal, que nunca varia: defender o Estado russo contra as forças hostis que o ameaçam, de dentro e de fora.

E a existência da NATO justifica-o.

Putin déspota? É verdade que a definição de despotismo, uma muito conveniente para classificar governos e civilizações, veio de Montesquieu (“um poder, sem lei e sem regras”), mas a democracia ocidental também pode ser contaminada pelo despotismo, como também referiu Alexis de Tocqueville, em “Democracia na América.”

Anónimo disse...

Sim, embaixador, foi isso que senti. Entender a guerra na Ucrânia como aventureirismo ocidental e putinismo porque? Pq e que uma esquerdista lusa teria de optar entre amaricanos para ser coerente ? Vocelencia usa racionais de um maniquismo barroco. tenha dó!

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