sábado, setembro 17, 2022

Alemanha

Acredito que esta geração política alemã esteja, com sinceridade, ancorada nos princípios da paz e da democracia, pelo que não me assusta a recuperação do seu poderio militar. Mas não sei se, por essa Europa, nas capitais de alguns dos aliados da Alemanha, todos pensam como eu.

18 comentários:

Flor disse...

May God hear you!

Reaça disse...

Com ou sem poderio militar, a Alemanha e a Europa em geral, já era.
A Europa está nos últimos suspiros.
Se sobrar como museu, já não é mau.
Mais umas décadas...poucas!

Lúcio Ferro disse...

Vejo com muito apreensão estas manobras para rearmar a Alemanha. No passado não correu bem. Quase certo é que vão gelar este Inverno e por mim acho muito bem.

manuel campos disse...


Não sei se entre 1918 e quanto muito 1932 não terá havido muita gente a pensar e a escrever o que está na 1ª parte do seu post.
Sinceramente não sei de todo, é de facto uma dúvida que agora ponho.
Mas se houve então há razões para a 2ª parte do seu post.

Unknown disse...

Quem deve tremer com essa perspectiva deve ser a França, não será ?
Será que a objecção dos franceses ao gasoduto também tem a ver com isso?
Costuma-se dizer que em política o que parece é.
E o que me parece é que a França está a tentar travar o desenvolvimento da Alemanha e que vai pagar por isso. Até junto da Ucrânia.

maitemachado59 disse...



Flor, nao se esqueca que embaixador Seixas da Costa e ateu (gracas a Deus?)

Joaquim de Freitas disse...

Aprecio imenso o que escreve, quase sempre, Senhor Embaixador.

Mas desta vez, nao sei se por influência da minha Esposa, que "os viu " ou ouviu falar, na sua família, da travessia da fronteira três vezes desde Sedan, creio sinceramente que se engana.

Desde o início da operação russa na Ucrânia, Úrsula von der Leyen usou a sua posição como chefe da Comissão Europeia para impor sanções cada vez mais drásticas à Rússia, aumentando a ameaça de uma grave crise energética europeia neste inverno. Escondendo aos europeus que a Alemanha pode apoiar no botão do Nord Stream 2 e arrancar o gasoduto, como diz Putine, eliminando o problema. Porque foi a Alemanha que decidiu nao arrancar...e nao Putine.

Ela proclamou que "a Rússia afundará na decadência económica, financeira e tecnológica, enquanto a Ucrânia está marchando em direcção a um futuro europeu".

Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores dos Verdes alemães, está igualmente determinada a 'arruinar a Rússia'.

E tudo isto quando, ao mesmo tempo, 77% dos alemães seriam a favor dos esforços diplomáticos para acabar com a guerra – o que deveria ser da responsabilidade do ministro das Relações Exteriores. Mas Baerbock , mas esta não mostra interesse na diplomacia, apenas em um "fracasso estratégico" para a Rússia - não importa quanto tempo isso leve.
*
De facto, no movimento pela paz dos anos 1980, uma geração de alemães distanciou-se da de seus pais e prometeu superar as "representações do inimigo" herdadas de guerras passadas.

Eu conheci alguns, quando dirigi, durante dois anos, a nossa filial na Alemanha. Tinham uma certa “vergonha” do passado nazi dos pais. Mas nao exageradamente ! Alguns cultivavam amorosamente a "Cruz de Ferro", em casa...

Curiosamente, Baerbock, nascida em 1980, referiu-se ao avô que lutou na Wehrmacht como tendo contribuído de alguma forma para a unidade europeia. Este é o pêndulo geracional?

Há razões para supor que a actual russo fobia alemã deriva muito da sua legitimação da russo fobia de ex-aliados nazistas em países europeus menores. Embora o revanchismo anti-russo alemão possa ter levado duas gerações para se afirmar, vários revanchismos menores e mais obscuros floresceram no final da guerra europeia e foram integrados às operações dos Estados da Guerra-fria.

Toda esta clique tem as costas quentes dos EUA. E pensam que depois de terem absorvido 27 nações, ao expandirem-se para o leste, procuram, sob o domínio dos Estados Unidos, fazer pender a balança geoestratégica a seu favor.

E os 100 mil milhoes para o rearmamento visam este plano... Mas enganam-se.

A Rússia é a herdeira da segunda potência mundial, a União Soviética, e o Ocidente não se lembra disso; para o Ocidente, a União Soviética é uma relíquia do passado, está morta e enterrada e é aí que o Ocidente está errado

A Rússia tem forças consideráveis. É a primeira potência territorial do mundo, a primeira potência nuclear vinculada aos Estados Unidos, a primeira produtora e primeira exportadora de gás natural do mundo.
É também o terceiro maior produtor (atrás da Arábia Saudita e dos Estados Unidos) e o segundo exportador mundial de petróleo.

Quando os líderes ocidentais falam de "guerra económica contra a Rússia" ou de "arruinar a Rússia" armando e apoiando a Ucrânia, pergunta-se se eles estão se preparando conscientemente para a Terceira Guerra Mundial.

Flor disse...

Maitemachado59, é uma força de expressão.

Corsil disse...

Caro Joaquim de Freitas:
-Chapeau !!!!!!!!!!!

manuel campos disse...


Vêm aí tempos muito complicados para todos nós (ainda ontem o nosso PR o lembrou e, desta vez, acho que foi oportuno).

Não me parece que a Alemanha e os alemães, com toda a sua força económico-financeira (em tudo o que a expressão possa abarcar para o país e os individuais), esteja preparada para sacrifícios que vão para além de uns vagos e curtos cortes aqui ou ali.

A Europa, como costumo dizer, está cheia de idosos acomodados e jovens mimados e, tanto uns como outros, podem dizer frases bonitas e o mais políticamente correctas que fôr aconselhável, mas não acho que estejam dispostos a abdicar uns das suas vidas plácidas de reformados e passeios turísticos e outros das suas correrias à volta do mundo e dos seus i-phones de última geração.
Moro numa zona histórica e sei do que falo, vejo-os a uns e outros da minha janela e falo com eles todos os dias aqui na rua, aparentemente tenho um ar poliglota e é direito a mim que vêm.

Claro que há uma enorme quantidade de gente que não se enquadra aqui e só trabalham que nem os doidos pois não têm outro caminho, mas como trabalham para os primeiros e são aqueles que "fazem" a opinião publicada (que passa por "opinião pública") é como se não existissem, isto sendo assim em qualquer país europeu.

Reconheço que o relambório vai longo mas onde eu quero chegar é que este passo agora dado por Scholz me parece enquadrar-se numa política de "follow the flag" que não é única nestes conturbados últimos tempos, apelando a um espírito nacional de "grandeza" tão caro desde há séculos por aqueles lados e redondezas, espírito esse que está muito impregnado, direi mesmo que é uma base "cultural" e que pode ser muito útil enquanto a "grandeza" económica abana e se recupera, algo que nunca é fácil ainda que com eles seja mais que com outros.

É assim, a meu ver, uma manobra para consumo interno.
A Alemanha teria que investir muito nas suas Forças Armadas e não vai ter folga financeira para isso tão depressa pois a França, o Reino Unido e a Itália estão muito à frente (em especial os dois primeiros, claro) e a Espanha está logo atrás.

Desde o Brexit que muita gente se vai esquecendo que o RU é Europa mesmo que não seja UE (já tive que lembrar isso a muitos) e todos sabemos como o RU e a França encaram "visceralmente" a Alemanha mesmo que pareçam andar aos beijinhos (os tais aliados que podem ver as coisas de outro modo e têm excelentes razões para isso).



Unknown disse...

Qualquer país armado até aos dentes é um perigo; a Alemanh , ainda mais...
MB

manuel campos disse...


Ali entre o 3º e o 4º parágrafo tinha metido um outro a enquadrar sucintamente os grupos etários entre os 25 e os 60 anos, em princípio os "activos".
Pirou-se.
Nabices.

Fica o 4º parágrafo manco mas não vou reescrevê-lo, creio que a ideia se entende e já chega de me aturarem por hoje.

José disse...

Admire-se a "coerência" daqueles que se exaltam com possíveis vetos aos turistas russos mas admitem declarações pró congelamento de oitenta milhões de alemães.

João Cabral disse...

Espanta-me que permita aqui comentários claramente antialemães, senhor embaixador.

Francisco Seixas da Costa disse...

Essa agora! João Cabral. Porque não podem as pessoas criticar a Alemanha?

maitemachado59 disse...

Flor, I wrote it "tongue in cheek"!

maitemachado59

Flor disse...

maitemachado59

Ok!

Arber disse...

O meu comentário vai ser um pouco marginal, mas dentro do tema.
Fiquei hoje muito surpreso ao ver um militar americano, numa base militar na Alemanha, a explicar que ali é dada formação militar a ucranianos, "...aí, sei lá, há 20 anos" disse ele!
E fiquei a perguntar-me, mas há 20 anos porquê, se os problemas com a Ucrânia só começaram em 2014?
Aí lembrei-me da expansão da NATO, da ambição americana de desmembramento da Rússia e divisão em 18 países, dos pedidos desta para lhe ser garantida segurança. etc., etc.

Nota

Alguns comentadores deste blogue, por coincidência sempre aqueles que vivem refugiados num confortável anonimato ou em pseudónimos, procuram...