sábado, setembro 03, 2022

Não sou de modas!

Sei que se diz assim. Mas, quando ouço ”procedimento concursal”, aparece-me logo urticária. Mais do que o prurido dérmico que surge quando ouço “hodierno“, “alavancar”, ”empoderamento”, “resiliência”, “novas ferramentas”, “as geografias” e, claro, “experienciar”.

10 comentários:

Flor disse...

E as "ignições" nos incêndios, "musculados", "no terreno" e outras.

Luís Lavoura disse...

Excelente post. Estou plenamente de acordo.

(Tudo isto surgiu no pós-25 de Abril. Uma das primeiras palavras a aparecer foi "implementar".)

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Já me ensinou uma hoje, "hodierno", de facto, um forte alergénio vocabular.
As restantes palavras são do mais chinfrim que por aí anda em voga, tão chinfrins quanto o "título" de "influencer".

Anónimo disse...

Muito bom! Realmente já não se aguenta…e ainda temos o “inclusivo”, “sustentável”, “paridade”, “quotas” , “discriminação” (por tudo e por nada), “mitigar” e outras expressões que se podiam enunciar, porque gastas e cansativas!

Nuno Figueiredo disse...

novilíngua.

manuel campos disse...


Disse Albert Einstein qualquer coisa como "se não consegues explicar algo de forma simples é porque não o percebeste".

Esta linguagem "cabalística" que se instalou vem para mim nessa linha de impressionar o "pagode" porque, não dominando os temas não se sabe como explicá-los (estou a ser simpático pois 90% das vezes não se quer mesmo) e, de qualquer modo, o êxito do discurso fica garantido ("a/o sujeita/o fala mesmo bem").

Há uns bons anos fui aí PDG de duas empresas de alguma dimensão (não ao mesmo tempo...) em que era muito frequente os quadros fazerem palestras sobre temas científicos, técnicos, económicos, financeiros (havia gente para ír a todas, bons tempos!).
Tanto lhes chamei a atenção que a partir de certa altura muitos deles habituaram-se a dar-me a ler os "papers", nunca emendei ou eliminei uma linha mas chateava-os bem chateados para substituírem os "palavrões" do tipo destes e as expressões inglesas com tradução bem conhecida em português.
Claro que me davam a ler as coisas só para não me aturarem...

Continua-se sem perceber (e a muitos não convém) que a informação tem que chegar ao maior número de pessoas e de que pouco serve - excepto à vaidade de uns poucos - que se viva numa espécie de onanismo colectivo dentro do "clube".

Anónimo disse...

São palavras que não se ouviam "há uns anos atrás".

Anónimo disse...

...mandatório, cometer suicídio e também massiva.

João Cabral disse...

Senhor embaixador, quereria dizer "novas tecnologias"? Nunca envelhecem, essas. "Hodierno" é usado normalmente mais em tom irónico por ser pomposo (hodierna ortografia...). Sobre implementar: anda por aí desde o século XVIII.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Outro alergénio potente: a versão aportuguesada do "is supposed to...", sendo a pior versão quando se aplica a pessoas, tipo "o Manuel e Maria são supostos de irem entregar os papeis".

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...