sábado, setembro 03, 2022

Wiriamu

Devemos estar bem atentos às reações internas à declaração de António Costa sobre Wiriamu. A separação moral das águas faz-se por aqui.

10 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não creio que vá haver muitas reações internas.

Unknown disse...

Se o ridículo matasse, António Costa estaria já morto. Pedir desculpa após tantos anos? Com que sinceridade? E O PR, sempre tão pressuroso, não se lembrou antes disso?

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Ora bem!
É assim que se conhece as pessoas.

Anónimo disse...


Procurai, então, quem fez aquilo em Wiriamu e siga-se o seu percurso militar; e a quem serviram; e quem os venerou e venera...
MB

Carlos Antunes disse...

A propósito do pedido de desculpas de António Costa sobre o massacre de Wiriyamu, permito-me tão só salientar as afirmações insuspeitas do antigo militante nacionalista do MPLA e historiador angolano Carlos Pacheco (Público, 13/07/2021): “Se Portugal incorreu em crimes de lesa-humanidade, as forças insurgentes não lhe ficaram atrás. Nos últimos tempos reganhou fôlego nos círculos da intelectualidade portuguesa o debate em torno do que é comum designar por guerra colonial. Fala-se muito da legitimidade da violência das organizações nacionalistas em armas contra o terror da hidra colonialista e das balas disparadas pelos portugueses contra populações inocentes nos teatros de guerra africanos. As guerrilhas independentistas, cada vez que se fala delas, ganham quase sempre cores especiais nesse debate, de louvor entusiástico, como se nelas fosse tudo excelso e heróico e as suas pelejas um sacrifício imortal nas gestas da “luta global da humanidade” para acabar com as injustiças e a exploração. Claro que as lentes desta abordagem apenas retêm uma parcela ínfima do real. Para lá deste espelho desenha-se uma outra constelação de factos sobre os quais ninguém quer falar, tal a magnitude dos crimes execrandos então cometidos e que envolvem todos os protagonistas da guerra. Portugal, na condição de potência ocupante, jamais deixou de ser visto como um “Deus selvagem”, repressivo e destruidor da alma africana. Quanto aos patriotas armados, cedo as ilusões se dissiparam no espírito da massa do povo que desistiu de acreditar nos actos virtuosos dos combatentes. As agressões a civis ao longo dos tempos tornaram-se tão sinistras que por vezes, em resposta, os camponeses se viram obrigados a pegar em armas para se proteger das violências continuadas dos seus pretensos libertadores” (sic).
E cita, a título de exemplo, vários episódios de terror que as populações nativas rurais de Angola viveram às mãos dos revoltosos do MPLA, da UNITA e da FNLA, tal como sucedeu em Moçambique pela Frelimo, como é denunciado no seu livro “Odisseia de um Guerilheiro” por Zeca Caliate, que foi o Comandante da Frelimo da frente de Tete na guerra colonial, e acabou após a independência de Moçambique por ter de se refugiar em Portugal, para fugir à “teia do mal da Frelimo” (sic), e onde acabou por falecer em Santa Iria de Azóia em 2018.
Mas enfim, para certa intelectualidade política e historiadores em Portugal, só Wiriyamu é que existiu!

Luís Lavoura disse...

Unknown tem evidentemente razão. Pede-se desculpa, investiga-se e pune-se massacres destes atempadamente; com 50 anos de atraso, não tem significado. É malhar em ferro frio.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Não pensem que Wiriamu foi único

Anónimo disse...

Que me lembre nunca o Holden Roberto ou os dirigentes da UPA pediram desculpa pelos bárbaros assassinatos de homens, mulheres e crianças cometidos em 1961 no norte de Angola.

Retornado disse...

Depois de tantos anos de desastres com as independências africanas, os africanos precisam que os europeus lhe lembrem de vez em quando os crimes colonialistas.

Porque esses já lhe passam ao lado, já não lhe dizem nada.

Se alguém duvida, que vá entrevistar os africanos quando desembarcam felizes em Lampedusa.

João Cabral disse...

Declarações para ficar bem na fotografia. Inutilidades já temos de sobra neste rectângulo. Mas pronto, está feito. Espera-se agora o devido agradecimento do outro lado por tantas coisas.

RTP

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