quarta-feira, setembro 21, 2022

Rigor

Quando é que os nossos jornalistas e gente aqui pelo Twitter aprende, de vez, que “Financial Times” se esteve com “c” e que não é “Finantial”? (Já que estou com a mão na massa: é “wishful” e não “wishfull” e é “welcome” e não “wellcome”. Pronto, andava para dizer isto há muito…)

Ainda a tempo: num âmbito diferente, não traduzam “eventually” por “eventualmente” e “actually” por “atualmente”.

5 comentários:

manuel campos disse...


E já agora, ainda que noutros registos, que "eventually" não é eventualmente e que "actually" não é actualmente.

Luís Lavoura disse...

É realmente difícil de compreender por que é que "financial" e "potential" se escrevem com letras diferentes.

João Cabral disse...

Podem sempre responder que escrevem como lhes apetece, senhor embaixador... Também já aqui o corrigi várias vezes, especialmente quanto a erros de aplicação do famigerado AO90, sem que recebesse um agradecimento por isso, pelo contrário.

João Cabral disse...

Porque difere "financial" de "potential"? A resposta está sempre na origem das palavras, é que uma veio pelo francês e o outra pelo latim, em períodos diferentes.

José disse...

E os barcos, aviões e naves espaciais passaram a ter um "capitão" em vez de um comandante.

A estupidez grassa. Como a malta se alimenta de conteúdos em inglês (e cada vez será pior conforme aumentar o bilinguismo, alegremente patrocinado pelo Estado), depois, traduzem tudo à letra sempre que apanham um "false friend".

Antigamente faziam-se homenagens. Depois - à custa dos discos americanos -, passou a só haver tributos. Nesta linha, a Clara Ferreira Alves saiu-se há umas semanas com um "é preciso pagar tributo a".

E há a questão do "tenha um bom dia", em vez de "passe um bom dia". E como o "have a" fica tão bem, já me desejaram "tenha um filme" e "tenha um bom café".

As pessoas já não se põem no lugar de alguém mas sim nos seus sapatos.

Traduzir à letra é a regra porque não há espírito crítico e o pessoal é uma carneirada que repete o disparate que o tipo anterior tiver bolçado.

Já agora: a língua inglesa é conhecida por ser um absurdo ortográfico onde praticamente não há regras e não resta ao aprendiz senão decorar como se escreve uma palavra. Do aluno de Eton ao migrante mexicano em LA, ninguém se parece confundir particularmente com tamanha falha. Talvez por isso nós sejamos uns atrasados e eles mandem gente à lua: estamos muito preocupados a mastigar regras.

Ai Europa!

E se a Europa conseguisse deixar de ser um anão político e desse asas ao gigante económico que é?