Não recordo ter-me acontecido antes. Vivo no crescente incómodo de me sentir acompanhado, em alguns sentimentos que o caso ucraniano me suscita, por gente cujas ideias abertamente detesto e que estão nos antípodas de tudo aquilo que eu penso.
Também passo por uma situação semelhante mas no meu caso não é incómodo nenhum, antes pelo contrário, é a prova provada de que há gente que pensa pela sua cabeça em todos os quadrantes. E isso é que é o mais importante para mim, traz-me o reconforto de saber que é sempre possível haver temas graves em que os partidarismos não entram, porque há pessoas suficientemente inteligentes para terem dúvidas.
Há que admirar a arte da escrita genérica, redonda e subjetiva cujo maior valor é o de permitir ao autor - qualquer que seja o resultado da guerra -, aparecer como sempre tendo tido razão.
7 comentários:
Já somos dois
Também passo por uma situação semelhante mas no meu caso não é incómodo nenhum, antes pelo contrário, é a prova provada de que há gente que pensa pela sua cabeça em todos os quadrantes.
E isso é que é o mais importante para mim, traz-me o reconforto de saber que é sempre possível haver temas graves em que os partidarismos não entram, porque há pessoas suficientemente inteligentes para terem dúvidas.
Há que admirar a arte da escrita genérica, redonda e subjetiva cujo maior valor é o de permitir ao autor - qualquer que seja o resultado da guerra -, aparecer como sempre tendo tido razão.
Eu também. Sou um anticomunista ferrenho mas, lamentavelmente, nesta guerra acompanho mais ou menos a posição do PCP.
Compreendo. Nesse particular, também me custa ver-me acompanhado por gente que esteve de braço dado com gente que apoia o invasor.
Dá que pensar, senhor embaixador, dá que pensar.
2.
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