Olhando a onda de críticas a Marcelo, cada vez mais me convenço de que o sentimento português pende para a ciclotimia: cansaço com as figuras seráficas, subsequente escolha de “porreiraços” e, depois, regresso ao primeiro modelo. Afinal, a democracia também é isto.
6 comentários:
Caro Chicamigo
Não precisas de aplausos nem de apoiados. Donde apenas: presente, estou contigo!
Abração
Henrique
É isso mesmo, tudo leva a crer que iremos, mal ou bem, regressar ao primeiro modelo, logo se verá no que dá.
Há um grande e generalizado cansaço face à incontinência verbal do senhor, mesmo vindo de muita gente que o apoiou quando tinha opositores sérios.
Cada vez menos gente se revê num modelo de presidência que está a desprestigiar a Presidência dia após dia.
Claro que se ele se pudesse candidatar outra vez, não apareceriam determinados eventuais opositores, muito provavelmente ainda ganharia.
Era outro o estilo de Mário Soares, popular qb mas também elitista qb, um mestre nesse equilíbrio difícil e que, mesmo assim, ao fim de dois mandatos devia ter ido para casa, saía em grande, escusava de estragar prestígio com tentativas de regresso que deram no que deram.
Ora aquilo a que estamos a assistir é um estragar de prestígio ainda em funções, uma espécie de "hara-kiri" político em alguém óbviamente inteligente e esperto mas que não consegue resistir a esse apelo suicida (o que ainda por cima é "acarinhado" por muitos amigos da onça que por aí tem).
E ao não resistir não se apercebe que está a abrir a porta a alguém que pouco fale e menos sorria, o tal pendor para a ciclotimia de que fala.
E isso não é uma boa ideia.
O mal é que passamos sempre de um extremo ao outro. Mas já tivemos presidentes "moderados".
Então, mas já é possível não gostar do PR sem se ser um ressabiado de direita lixado por causa da Geringonça?
Já estamos autorizados - mesmo! -, a achar que o MRS não serve para PR? Já podemos - nós, os opositores de MRS -, ter a nossa honra resgatada do fosso onde se acumulam os (supostos) radicais de espinha torta?
Para mim não há ciclotimia: sempre fui contra MRS como PR. Nunca votei nele e tenho arrepios cada vez que o vejo!
Acontece que MRS não se limita ao populismo mas, o que é mais grave, interfere amiudadamente nas competências doutros órgãos do Estado, v.g. o Governo, adoptando um estilo de semipresidencialismo à francesa que, até aqui não foi o de nenhum dos presidentes cessantes. Resta saber se não quererá, com este comportamento, consagrar (de facto) uma mudança de regime constitucional.
porreiraço?
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