quinta-feira, dezembro 29, 2022

A santificação dos Santos

O mais curioso desta crisezeca é que os que se mostraram mais indignados com a trapalhada da secretária-de-Estado-que-afinal-tinha-empochado-uma-indemnização-choruda-vírgula-legal-vírgula-mas-imoral parece serem aqueles que acarinham e adubam o futuro do ministro “sortant”, o tal que esteve no centro da história e que, pelos vistos, lhes alimenta os amanhãs que assobiam para o lado. Vá-se lá perceber esta gente!

6 comentários:

Anónimo disse...

Ilustre senhor embaixador! Esse agora é um pensamento muito rebuscado de v. Exa. Contudo, tudo é possível! Certo é que o ministro já deveria ter saído há muito tempo quando, alegadamente tomou uma decisão de forma unilateral. Bem! Está na altura de o governo “fechar para balanço” e de forma pensada convidar pessoas capazes, competentes e sérias( independentemente da cor política ou ausência de cor) . Este “menu” não serve e só contribui para a degradação da democracia e do país! Os portugueses merecem e agradecem.

João Cabral disse...

«Crisezeca», senhor embaixador? Por um décimo das trapalhadas deste Governo, Sampaio correu (e bem) com Santana Lopes. O sensato Sampaio.

Tony disse...

Senhor João Cabral. Uma pequenina diferença. Só quero lembrar que o Santana Lopes, não fora sufragado em eleições. Foi assim: Eu vou para a Europa e tu ficas aqui, no meu lugar. As coisinhas no seu devido lugar! Verdade?. Este Governo foi a eleições e o nobre povo, até lhe deu uma maioria. Como diz o outro: Habituem-se!. Mesmo com os seus 9 décimos de trapalhadas, é assim que vai ser! Daqui por quatro aninhos logo se verá. Mas já agora, palpita-me que vamos ficar com "esta trapalhada". Um Bom Ano de 2023 é o que lhe desejo.

João Cabral disse...

Governo sufragado e maioria absoluta: responsabilidade a duplicar para cada uma das situações. Quanto ao mais, reitero o que tenho dito desde as últimas eleições, este Governo não vai durar toda a legislatura.

manuel campos disse...


Como já escrevi aqui hoje é naturalíssimo que "alimentem" o adversário que consideram mais fácil de bater, qualquer pessoa inteligente faz isso.
E não vejo porque não o fariam, dado que ele afirma que não sabia de nada e PR, PM e tutti quanti aceitam isso sem discussão neste momento.

Ainda que o jogo de hífens seja bem apanhado, tal como está e num contexto de oposição a outras partes, é muito desculpabilizante da situação, porque se a indemnização fôr legal não é de modo algum imoral.
Agora o que eu digo (e repito) é que está ferida de irregularidades, a(s) tutela(s) tinham que aprovar uma deliberação de AG ou, no mínimo, emitir uma "aprovação escrita" a juntar à acta do CA (ainda que eu duvide muito desta só, mas enfim).
Pelo que sei até agora temos uma aprovação pelos vistos "de boca".
Se assim é não percebo como é que a tutela o fez e a TAP o aceitou, é preciso ter muitas certezas sobre a própria inimputabilidade para procederem assim uns e outros.

Assim sai história.
Fui director de uma certa empresa e dependia de determinado membro do CA, como é usual.
Quando lhe enviava propostas para aprovação ele devolvi-as com um post-it a dizer OK e a rúbrica dele.
Depois de 3 ou 4 situações destas comecei a achar que já era tempo de lhe pregar um susto antes que ele mo pregasse a mim.
Portanto fiz uma proposta perfeitamente abstrusa, pus-lhe no canto superior um dos famosos post-it dele e apresentei-me no gabinete do senhor a confirmar que ele tinha percebido bem o que estava em causa.
Claro que ele leu tudo com atenção e quase lhe ía dando uma coisa má, só me dizía "Mas eu aprovei isto?".
Esclarecidos os factos lá deve ter tomado consciência da situação e não só passou a pôr OK na folha de rosto como rubricava as outras todas.
Vinte anos depois ainda nos damos muito bem.


Unknown disse...

"Crisezeca" não é de certeza porque deu origem à demissão de um ministro, de uma secretária de estado e de outro apêndice. E a trapalhada não se resume ao empochamento de "uma-indemnização-choruda-vírgula-legal-vírgula-mas-imoral". Tem a ver com a saída da dita engenheira da TAP, com a dira indemnização choruda, passar para outra empresa pública e desembocar no Estado como secretária do estado do tesouro (DO TESOURO, sublinhe-se), para tutelar a TAP, sem que haja o mínimo estremecimento dos senhores ministros. Quem recomendou Alexandra Reis e porquê gostava eu de saber. Como democrata, espero que a comunicação social me venha a esclarecer.

Agostinho Jardim Gonçalves

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