É mais do que evidente que a senhora já não vai sobreviver como secretária de Estado. A sua posição e autoridade estão definitivamente afetadas, seja ela culpada ou não de alguma coisa. É a sina da vida num governo.
O que é grave é que, desta forma e de outras similares, cada vez menos pessoas qualificadas podem ocupar lugar num governo. Somente pessoas puras como os anjos, ou então pessoas que fizeram toda a sua vida nos partidos, o poderão fazer. Virtualmente ninguém que tenha feito a vida profissional em empresas tem as mãos completamente lavadas e poderá, portanto, ir alguma vez ocupar lugar num governo.
Mas alguém com sensatez considera legítimo mais este caso deprimente e inadmissível? Por favor…! num tempo de tantas dificuldades e num país pobre com uma população cada vez mais pobre, questionou-me com tristeza e desilusão sobre esta ocorrência de extrema gravidade!
Tenho a impressão, que não tem nada de vaga, que vi este filme várias vezes ao longo da vida. Mas no filme que vi (e revi) havia gente que renunciava ao lugar (se demitia) e não levava nada (*) e havia “rescisões amigáveis” devidamente negociadas com as administrações das empresas. Estas últimas são sempre mais fáceis de concretizar quando o trabalhador tem alternativa e a administração percebe que não lhe pode dar mais do que lhe dá (dinheiro, estatuto, etc) e portanto não vale a pena discutir, vai perdê-lo de qualquer modo e não quer hostilizá-lo. Mas um administrador não é um “trabalhador”, não é assim que a lei o vê. E um administrador não é suposto negociar com os seus pares a sua saída airosa da empresa, um administrador renuncia ou os accionistas “renunciam-no”. Ora lê-se por aí que houve negociações das condiçóes e advogados de parte a parte a discutir as subtilezas da lei num caso em que, na minha modesta opinião, os únicos que podiam decidir e aprovar algo (os accionistas) não foram aparentemente vistos nem achados.
(*) Aconteceu comigo há muito, muito tempo, a empresa abriu a porta a rescisões em massa, eu tinha alternativa e disse que queria saír, disseram-me que não negociavam comigo porque eu era insubstituível, tiveram que me substituír porque me demiti (ou renunciei, como queiram).
Acabo de ler que " A TAP ... acrescenta que por iniciativa da própria empresa, "foi iniciado um processo negocial com Alexandra Reis no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação imediata de todos os vínculos contratuais".
Por iniciativa da própria empresa? E sem a benção e o aval dos accionistas? Numa S.G.P.S. constituída como sociedade anónima (S.A.) e onde se aplicam "as respectivas disposições em tudo o que não seja contrário ao seu regime específico"? Com um membro do C.A. eleito em Assembleia Geral de 24 de Junho 2021, assim como os restantes Órgãos Sociais? Ou há um "regime específico"?
António Costa tem que começar a recrutar uns sem-abrigo para o governo. E mesmo assim sabe-se lá se não vasculhariam à procura de algum com rabos-de-palha!
8 comentários:
O que é grave é que, desta forma e de outras similares, cada vez menos pessoas qualificadas podem ocupar lugar num governo. Somente pessoas puras como os anjos, ou então pessoas que fizeram toda a sua vida nos partidos, o poderão fazer. Virtualmente ninguém que tenha feito a vida profissional em empresas tem as mãos completamente lavadas e poderá, portanto, ir alguma vez ocupar lugar num governo.
Mas alguém com sensatez considera legítimo mais este caso deprimente e inadmissível? Por favor…! num tempo de tantas dificuldades e num país pobre com uma população cada vez mais pobre, questionou-me com tristeza e desilusão sobre esta ocorrência de extrema gravidade!
E o próprio Governo sobreviverá a estes escândalos até quando, senhor embaixador?
Tudo isto me faz confusão: o salário na TAP; a indemnização; o ir para o Governo após a anterior.
Estão a fazer de propósito?
Não subscrevo ser sina. Não escrutinar, antes, quem se nomeia, ou é inépcia, infantilidade ou falta de competência.
Tenho a impressão, que não tem nada de vaga, que vi este filme várias vezes ao longo da vida.
Mas no filme que vi (e revi) havia gente que renunciava ao lugar (se demitia) e não levava nada (*) e havia “rescisões amigáveis” devidamente negociadas com as administrações das empresas.
Estas últimas são sempre mais fáceis de concretizar quando o trabalhador tem alternativa e a administração percebe que não lhe pode dar mais do que lhe dá (dinheiro, estatuto, etc) e portanto não vale a pena discutir, vai perdê-lo de qualquer modo e não quer hostilizá-lo.
Mas um administrador não é um “trabalhador”, não é assim que a lei o vê.
E um administrador não é suposto negociar com os seus pares a sua saída airosa da empresa, um administrador renuncia ou os accionistas “renunciam-no”.
Ora lê-se por aí que houve negociações das condiçóes e advogados de parte a parte a discutir as subtilezas da lei num caso em que, na minha modesta opinião, os únicos que podiam decidir e aprovar algo (os accionistas) não foram aparentemente vistos nem achados.
(*) Aconteceu comigo há muito, muito tempo, a empresa abriu a porta a rescisões em massa, eu tinha alternativa e disse que queria saír, disseram-me que não negociavam comigo porque eu era insubstituível, tiveram que me substituír porque me demiti (ou renunciei, como queiram).
Acabo de ler que " A TAP ... acrescenta que por iniciativa da própria empresa, "foi iniciado um processo negocial com Alexandra Reis no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação imediata de todos os vínculos contratuais".
Por iniciativa da própria empresa?
E sem a benção e o aval dos accionistas?
Numa S.G.P.S. constituída como sociedade anónima (S.A.) e onde se aplicam "as respectivas disposições em tudo o que não seja contrário ao seu regime específico"?
Com um membro do C.A. eleito em Assembleia Geral de 24 de Junho 2021, assim como os restantes Órgãos Sociais?
Ou há um "regime específico"?
e sem o aval dos accionistas?
António Costa tem que começar a recrutar uns sem-abrigo para o governo.
E mesmo assim sabe-se lá se não vasculhariam à procura de algum com rabos-de-palha!
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