Há uma tese clássica segundo a qual a verdadeira igualdade entre homens e mulheres só será atingida quando mulheres incompetentes conseguirem chegar a cargos de topo, aos lugares onde frequentemente chegam homens incompetentes. O Reino Unido deve estar feliz por ter cumprido esse desiderato.
O facto de ter confundido o Mar Negro com o Mar Báltico não impediu esta senhora de ser ministra dos Negócios Estrangeiros de uma potência nuclear, com um dos maiores exércitos do mundo, membro permanente do Conselho de Segurança e do G7. E, como cereja no topo do bolo, de ser nomeada primeira-ministra, onde tirou da cartola propostas liberais de um radicalismo tal que fez com que o ridículo e os mercados a tivessem empurrado para o caixote do lixo da história. O nome? Nem interessa lembrar!
6 comentários:
Mas é mulher, senhor embaixador, coisa que agora é um posto. Não sabia?
Não precisamos de ir a Inglaterra, por cá, infelizmente, não nos faltam exemplos, não exatamente no cargo de primeira ministra mas noutras funções políticas…, ainda estamos todos envergonhados e incrédulos com o caso atual (da SS e sua indemnização)!!!
E logo uma pessoa com um apelido que soa como "Truth".
Que desperdício da vantagem.
Liz Truss é um produto de um sistema quebrado. Se o sistema não estivesse quebrado, não lhe seria possível fazer o que fez, sem oposição e sem ser impedida. Na verdade foi o Banco de Inglaterra que pôs os travões a fundo para à última hora evitar danos ainda mais graves.
Concordo com o seu ponto de que o género dela não a impediu de chegar lá, mas não chegou lá por isso. Rishi Sunak estava mais bem preparado e bem avisou contra o desastre que se via que as políticas de Truss iriam ser, mas tinha outras circunstâncias - e uma diferença noutros termos. Ela foi escolhida por membros do Partido Conservador que têm uma composição demográfica muito específica e muito pouco diversificada.
Vale a pena notar que ‘Equality, diversity, and inclusion (EDI)’ é actualmente uma área formal muito forte em muitas organizações britânicas, que têm EDI Managers/Directors e uma série de procedimentos para promover estas questões, mas sempre muito virados para as questões de género.
Os problemas de igualdade, diversidade e inclusão são muito mais complexos do que as questões de género e são interseccionais. As políticas de EDI no RU, parecem-me, pelo que tenho observado profissionalmente, um movimento que à conta de dizer que resolve algumas desigualdades, promove -ou pelo menos esquece - outras. Por exemplo, apesar the muitas oportunidades estarem abertas a muitos colegas de origens diferentes ao longo da carreira, os topos das carreiras continuam muito pouco diversificados.
Tendo dito isto, olhando para instituições e departamentos semelhantes em Portugal, parece-me haver ainda menos diversidade e inclusão.
"Mar Báltico" quer dizer, nas línguas bálticas (pelo menos em lituano, mas creio que não só), "mar branco", uma vez que "báltico" significa "branco". Portanto, confundir o Mar Báltico com o Mar Negro é mesmo confundir o branco com o preto.
As propostas da senhora eram tudo menos liberais. Como resto estou de acordo.
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