quinta-feira, abril 29, 2021

“O Mundo não tem de ser assim”


Ela aí está, com o belo título de “O Mundo não tem de ser assim”, uma biografia muito completa de António Guterres.

Um dia, já há uns bons anos, um dos autores, Filipe Domingues, disse-me ter tido a ideia, com um amigo, de fazerem uma obra sobre a vida do secretário-geral da ONU e antigo primeiro-ministro. Na altura, lembro-me de lhe ter comentado que o único trabalho sobre Guterres que existia, além de datado, ficava muito aquém do que era devido ao cidadão português que mais longe fora no mundo internacional, pelo que uma boa biografia de Guterres claramente que se impunha. E que, antes que alguém, lá por fora, avançasse com isso, era muito bom que se colocassem em movimento.

Para tal, disse-lhes, era vital que eles conhecessem o embaixador João Lima Pimentel, um grande amigo de juventude e que também havia sido colaborador próximo de António Guterres, o qual tinha uma imensidão de histórias sobre o amigo e que, além disso, poderia ser a chave para muitas portas se abrirem, a principal das quais era o próprio potencial biografado, o qual, à época, estaria ainda longe do projeto.

Com os autores, o João Lima Pimentel e eu tivemos uma longa conversa, durante um simpático jantar onde eu conheci aquele que seria o outro autor, Pedro Latoeiro, e em que ambos conheceram João Lima Pimentel. Esse foi, ao que recordo, o meu único contacto com os autores da obra, durante toda a sua feitura. Às vezes, ao longo dos anos que se passaram entretanto, perguntava ao Filipe Domingues como iam as coisas, que sempre teriam de demorar o tempo que este tipo de obras sempre leva.

Fico muito satisfeito por ver agora surgir o fruto daquele que deve ter sido um intensíssimo trabalho. Porque a vida não dá para tudo quando queremos, ainda só tive tempo de passar os olhos por alguns capítulos daquelas quase 700 páginas, densas de um tempo de Guterres que acompanhei, grande parte dele à distância mas, desde cedo, com atenção. Numa outra parte, relativamente curta, com alguma proximidade. Agora, mesmo sem ter lido o livro todo, não quero deixar de saudar um empreendimento que sei ter sido feito com grande rigor e entusiasmo. Como António Guterres merecia, aliás.

1 comentário:

Rui Figueiredo disse...

Consta a descrição da fuga a 16 de Dezembro de 2001?

Parabéns, concidadãos !