quinta-feira, abril 01, 2021

Rosa enjeitado

O juíz Ivo Rosa sairá sempre mal do Processo Marquês. Já se percebeu que, se isentar Sócrates de alguns dos crimes de que o MP o acusa, será de imediato pendurado no pelourinho mediático. Se acaso vier a subscrever as propostas da acusação, a vitória “da justiça” (estou só a antecipar o que os jornais de título e estilo grosso trarão) será sempre atribuída a outrem que não ele. Em qualquer caso, Ivo Rosa será sempre ultrapassado pelo “juiz da rua”, o qual, como é sabido, já emitiu, sobre o assunto, uma sentença que há muito transitou em julgado na opinião pública e, em especial, na opinião publicada.

1 comentário:

josé neves disse...

E foi, precisamente, primeiro a opinião publicada em conluio com os donos do "processo" justiceiro, não de justiça, que condicionou e conduziu à falsa e ignorante opinião pública acerca de Sócrates; como pode ser possível que um homem só para mais PM que em tempos de crise financeira mundial passava mais tempo em serviço do país e, sobretudo, na UE tenha tido tempo e espaço físico-político para tramar tão grandiosas negociações sem deixarem o mínimo rasto documental dos assuntos de corrupção tratados?
Porquê, depois de procurarem e inventarem pelo mundo fora as suas acções corruptas acabaram a meter o Salgado na molhada e só depois do ddt ser atirado ao chão? E até inventaram uma amizade secreta ente Salgado e Sócrates que ninguém nunca tinha notado mas, ao contrário era notória tal amizade com quadrantes políticos da oposição?
Não é preciso grande conhecimento de lógica para se perceber que todo o "processo" Sócrates não tenha sido mais que especial imaginação e oportunismo para uma vingança daqueles a quem Sócrates tinha querido obrigar a trabalhar como todos os demais portugueses conluiados com os que julgavam poder continuar a fazer negócios chorudos à pala do Estado como sempre haviam feito; corrompendo e capturando o próprio funcionamento do Estado por meio de corrupção.
Sócrates levado ao sacrifício como o grande bode expiatório serviu à maravilha para desviar a opinião pública e encobrir os verdadeiros corruptos especialmente organizados à volta do BPN que Cavaco obrigou o PM a decretar a nacionalização para salvar a massa dos amigos depositantes e "sacadores" ex-governantes (ex-serventes) e depois ainda se serviu da própria nacionalização para enterrar mais de o PM na lama.
Mas, veja-se, qual é hoje a credibilidade de Cavaco junto da opinião pública? E dos novos "banqueiros" saídos do BPN que haviam entrado para o governo Cavaco com uma mão atrás e outra à frente?
E qual o caminho que está tomando a opinião pública acerca do juíz Alexandre cada vez mais igual ao Moro e seus capangas do Brasil?
Pode o juíz Ivo Rosa não ser capaz de absolver Sócrtes dos falsos crimes de que é acusado mas certamente pelo trabalho de limpeza que já fez nos atentados ao segredo de justiça feito durante todo o "processo" pelo outro juíz auto-convencido justiceiro do mundo, já será altamente meritório em favor da justiça democrática conta a justiça de moto-próprio, autocrática, vingativa, ressabiada de pretenciosos endireitas do mundo.

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...