Lola é o nome que foi dado, sabe-se lá por quem, a uma tempestade que, por estas horas, está a cair, a rodos, sobre Lisboa.
As gerações atuais talvez o desconheçam, mas houve longas décadas em que as noites, em alguns lugares da cidade, eram animadas por umas jovens espanholas que, para finalidades tarifadas, “por supuesto”, tinham atravessado a fronteira e acabavam o seu dia a chamar “cariño” a uns cavalheiros abonados, cansados do serralho familiar. Havia então o mito estatístico, quiçá exagerado, de que uma em cada três dessas senhoras dava sempre pelo nome de Lola.
Já nos tempos do Eça, como poderão verificar, isso se passava assim e um cronista da vida noturna lisboeta mais contemporânea, o humorista José Vilhena, encheu de Lolas as suas belas historietas - de que, infelizmente, ao contrário do escritor e diplomata, ainda não há uma edição completa em papel bíblia.
Como antigo profissional de relações externas, entendo que nunca foi feita devida justiça ao papel histórico desempenhado por essas Lolas para a promoção do bom relacionamento bilateral ibérico - ou, para utilizar o “politicamente correto” das Necessidades (onde, no meu tempo, se aprendia que a palavra “ibérico” era demasiado hispano-centrada), peninsular.
2 comentários:
uma tempestade que, por estas horas, está a cair, a rodos, sobre Lisboa
Não sei a que horas está o Francisco a referir-se. Eu tenho estado em Lisboa nas horas anteriores a este post e ainda não vi tempestade nenhuma. Ouvi meia dúzia de trovões distantes, nada mais. Nem chuva nem vento intensos.
Ao contrário do anterior comentário não ouvi trovões ( o que não me admira pois sou surdo como uma porta ) mas quanto à água, durante largos minutos , foi um fartote
C. Gomes
Enviar um comentário