Não é popular dizer isto, eu sei, mas hoje é o dia em que, gostemos ou não (e eu não gosto), Leonel Messi fica consagrado, sem a menor dúvida, como o melhor jogador da atualidade e um dos três ou quatro melhores de sempre.
Tomo a liberdade de transcrever parte do meu post no meu blog Beijós II raízes:
Depois da novela que todos assistimos, "zangas/birras" e castigos.
Que se diga, metade do mundo, foi ou ficou de olhos postos na televisão, na internet, jornais e revistas para ver Cristiano Ronaldo (CR7), Messi, Mbappe, Neymar e outros artistas.
Cristiano (37 anos) devia ser o que arrebatava mais emoções, paixões, invejas, ciúmes, ódios. Teria muitos fãs na maioria dos países do mundo, muitos detratores nomeadamente na Europa e em Portugal.
Alguém já se perguntou porque Messi (35 anos) marcou 7 golos e ganhou o prémio de melhor jogador do Mundial 2022. Será que foi por se apresentar motivado e motivou os colegas, por ficar galvanizado e ajudado a galvanizar os colegas, adeptos, o país inteiro e muitos de nós pelo mundo que adoramos o espetáculo, as emoções. Fácil, esta é fácil, hem, porque jogou. O Messi jogou quanto quis, se falhou já ninguém se lembra, tudo lhe foi perdoado, por algo Maior.
Agora imagine-se que o melhor jogador de sempre da Argentina ou de qualquer outro país fosse posto no banco contra a sua vontade, mesmo ao lado dos jovens que esperam pacientemente por uma oportunidade, dos que tinham 5 ou 10 anos quando Cristiano ganhou a sua 1ª bola de ouro.
A Argentina lá mereceu vencer, portaram-se à altura desta vez, com o guarda-redes argentino a consolar Mbappé e guarda de honra e tudo. Um jogo que foi uma verdadeira final como há muito não se via em competições internacionais.
Messi não ficou consagrado hoje "como o melhor jogador da atualidade e um dos três ou quatro melhores de sempre". Para mim, não sendo já o melhor (mais influente) foi, sem a menor dúvida, o melhor de sempre, melhor do que Pelé, Maradona, Neymar, os Ronaldos brasileiros e o português incluído, etc, etc.
Um problema tem que se começar a resolver no minuto a seguir a surgir. O nosso problema ficou evidente neste Mundial e há que preparar o futuro, que está já aí, sem concessões ao sentimentalismo habitual da alma lusa. Lamentos e choraminguices sobre o que foi e não devia ter sido e o que não foi e podia ter sido, na cabeça de cada um e pelas razões de cada um, só servem para gastar tempo e energia inutilmente, atrasando a resolução do problema. Ver jogar Messi hoje, no fim de um torneio que o obrigou a um esforço enorme para a idade, devia ter levado muita gente a interrogar-se sobre os porquês de ser ele "o melhor jogador da atualidade e um dos três ou quatro melhores de sempre", como muito bem diz. Também não gosto, mas as coisas são o que são e para a frente é que é o caminho (cheira a chavão mas não é tanto como parece, pois por cá muitos o dizem e depois poucos o fazem).
Quer se goste ou não da seleção Argentina (como eu gostaria que tivesse sido Portugal e ontem torci pela França) há que ser desportivista e pensar na próxima competição em que a nossa seleção vai participar!!!
A celebração dos argentinos mal soou o apito foi das coisas mais bizarras que já vi. Em vez de haver uma corrida geral seguida da formação de um monte de gente aos berros, não: formaram-se três ou quatro grupinhos de jogadores em vários locais; o Messi, calmamente, batia palmas em direção ao público; o jogador que marcou o "penalty da vitória" estava mais preocupado em tirar a camisola e assoar-se a ela do que em correr que nem um doido; havia uns abraços e choro muito controlados... tudo tão esquisito para a ocasião que era.
Espero que esta forma fria de comemorar a conquista do prémio desportivo mais importante no planeta tenha sido do agrado dos moralistas de sofá e que a Argentina possa voltar a ter um lugar nos corações dos puros.
Mas, se quiserem persistir na análise mundo-cor-de-rosa, podem sempre deleitar-se com aquele momento em que o guarda redes argentino recebe o prémio e...
Era só o que faltava que, depois da prima donna, da namorada, da mãe, e das irmãs, agora tenhamos que levar com as "viúvas" do Ronaldo a carpirem pelo seu mais que tudo.
Memória, precisa-se! Jogo com o Gana: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença. Jogo com o Uruguai: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença. Jogo com a Coreia: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença (e ainda perdemos). Jogo com a Suíça: o "maior do mundo" não jogou e demos uma lição de bola (quando entrou o "maior do mundo", a equipa abrandou imediatamente).
Agora, deixem a Seleção em paz, por favor.
E, para quem quiser perceber um bocado como está o "maior do mundo" por estes dias, leiam este artigo (surpreendentemente, uma revista cor de rosa fez mais do que o jornalismo "sério"): https://www.flash.pt/the-mag/detalhe/tudo-ou-nada-ronaldo-afasta-se-de-jorge-mendes-e-poe-em-causa-imperio-do-agente-saiba-quem-e-a-nova-entourage-do-craque
Tudo o que leio sobre futebol, e é pouquíssimo, faz-me lamentar o tempo que perdi a ler. E nunca vejo ou oiço pessoas a discorrer sobre futebol. Gosto muito de ver jogar futebol mas o jogo começa com o apito do árbitro e acaba com o outro apito. Tudo o que se passa antes e depois não me interessa absolutamente nada.
Do meu post continuo: Como diz MEC "sem prazer é tudo uma estucha".
Se o selecionador da Argentina tivesse por alguma razão qualquer posto Messi no banco que seria? pior ainda se fosse por castigo 😲.
Como disse Camões "ó vã glória de mandar", dirão uns perdemos mas o "gajo aprendeu a lição". 😰
Não há motivação que resista. E como se sentirão os tais jovens à espera de oportunidade, nas costas dos outros podemos ver as nossas. Se o melhor jogador de sempre de determinado país já não está em condições de jogar ao mais alto nível, não é convocado, se é convocado é porque está.
Barak Obama disse certa vez, "ser presidente do país mais poderoso do mundo não é difícil, difícil é não nos levarmos demasiado a sério". Em bom português"mulher séria não tem ouvidos".
Nenhum general ganha a Guerra a castigar o melhor Soldado, deixado-o no aquartelamento.
Parabéns Messi.
Mas, gostava que tivesse sido dada oportunidade ao mais direto "rival" ao título de goat. 😭
"Não havia necessidade" como disse Diácono Remédios.
Só não percebo como é que durante este Mundial se constatou que Messi é melhor que Mbappé. Por os colegas de Mbappé serem menos eficazes nos penalties?
Nos anos 60 muito pouca gente viajava em turismo mais longe que Badajoz para comprar caramelos, só os muito abastados o faziam. Fora deste grupo restrito dos endinheirados só quem tivesse que viajar em serviço o fazia, meu Pai trabalhava numa empresa com fortes ligações a outras por essa Europa fora e era raro o mês em que não tinha que ír algures e, como ele, muita gente conhecida dele. Fossem onde fossem passavam por dois tipos de situação: a "vergonha" de serem governados por Salazar e o orgulho de serem conterrâneos de Amália e Eusébio.
Estamos a falar de uma época "pré-histórica" dos meios de comunicação, todos eles, as notícias chegavam a toda a parte um ou dois dias depois (e não no minuto seguinte), as fotos nos jornais eram raras e num preto e branco manhoso, a televisão era pouco comum e pouca gente a tinha em casa (mesmo em países ricos, quanto mais aqui), os telefones fixos eram difíceis de arranjar e pagava-se as chamadas locais por "períodos" salvo erro de 3 minutos, quanto mais longe mais caro, para a Amadora já contavam 2 ou 3 por cada 3 minutos (em 1974 esperava-se ainda 2 anos para ter telefone em casa, eu esperei).
No entanto havia portugueses conhecidos em todo o mundo (pelas melhores e pelas piores razões) apesar de todo esse mundo viver fechado sobre si próprio, não só porque era assim que funcionava como porque as comunicações mais básicas eram poucas e muito caras.
Só para dar um exemplo ainda mais recente que os anos 60. Por razões profissionais vivi no Japão uns bons meses no fim dos anos 70. Fiz a assinatura do Expresso que me chegava lá 6 dias depois de sair aqui e uma chamada telefónica de 3 minutos de Tóquio para Lisboa custava o preço de 4 refeições num restaurante médio (sem vinho, mau e a preço proibitivo, só água e da torneira). Nessa altura um filho meu foi atropelado, não aconteceu nada (Deus pôs a mão por baixo), só soube meses depois quando voltei, como é que eu ía saber que não me estavam a mentir se me dissessem a verdade foi a decisão da família.
Isto tudo vem a propósito destas excitações todas a que vamos assistindo. Quem leia muito do que se escreve por aí e tenha vivido nessa época, não esteja chéché nem demasiado formatado pelo sistema, não pode deixar de achar isto tudo a modos que deslocado. O mundo não começou quando nós nascemos nem quando o sector terciário saltou directamente para o primário, nem quando se passou da Zundapp para o BMW.
Num mundo tão globalizado, com toda a gente com dinheiro e influência suficiente a não saír nunca da ribalta, com 200 canais no pack TV, internet cheia de GB que consultamos calmamente até no WC do restaurante, smartphones e mesmo stupidphones variados que nos põem a dizer adeus "ao vivo" ao primo da Austrália logo que ligamos, não seria mau de todo acabar com frases que começam por "Nunca houve..." ou "Não há memória de...". Claro que nunca houve nem há memória, o contrário é que seria muitíssimo estranho.
Finalmente percebi porque razão não ganhámos a frente da Guiné, durante a guerra do Ultramar: o nosso melhor soldado, o Milhões, não foi convocado!!! O homem estava vivo! Não o puseram a jogar - perdão -, a lutar porquê?!
Pois...O jogo com a Suíça...Um banho de bola e tal...Nem foi preciso o Ronaldo..."Trombetas e fanfarras", citando o Dr. Barbosa da Cruz, e depois foi o Mundial adeus...
Haja memória, efetivamente, nomeadamente não desdenhando de quem foi central em manter a Seleção no top 10 mundial nas duas últimas décadas.
Entre clubismo, moralismo e preconceito social assim se vão entretendo.
O Francisco de Sousa Rodrigues acusa os outros de...
clubismo - Mas... o Ronaldo nem clube tem. E se tivesse seria estrangeiro. A rivalidade seria entre quem?
moralismo - Mas... os moralistas são os "poetas" que andam a vergastar os outros por serem "ingratos". Os maus (como eu), são "amorais" nestas coisas.
preconceito social - Mas... o CR7 é classe A+++ enquanto que a maioria de nós é de classe média.
Não se percebe, de facto.
Aproveito para sugerir que o Paulo de Carvalho passe a ser o nosso concorrente a todos os festivais da Eurovisão. Há que mostrar gratidão por quem cantou o início da Liberdade.
É consabido qual o clube nacional de Cristiano Ronaldo, clube aliás que o formou, o que ainda consiste num certo "melão". Os rivais de uns quilómetro a Oeste andam há anos a ver se arranjam quem lhe chegue à qualidade, mais ainda não conseguiram.
Teremos alguns poetas, decerto, também dispenso apoteoses "patrioteiras", mas achar que esta campanha de detonação do Ronaldo é algo entre o patético e o rasteiro é da mais elementar justiça.
Preconceito social, sim! Há de facto alguma classe média que não perdoa o facto de o homem ter tido enorme aptidão para uma atividade muitíssimo bem remunerada. Aqui há uns dias alguém se referia por aqui a Ronaldo como um ”ícone de moda dos mitras", como quem diz o gajo é rico, mas um piroso de marca x e um ícone da ralé.
Declaração de interesses: sou do Futebol Clube do Porto, critiquei Ronaldo naquilo que achei claramente criticável e bastante adepto de algum franciscanismo.
Ó Francisco de Sousa Rodrigues, essa do "ícone de moda para mitras" foi minha. E tenho toda a razão no que escrevi. Agora, você está a descontextualizar, claro porque, na altura, discutia-se se ele era um "exemplo" e não se ele era ainda um jogador necessário à equipa.
Nada como se falar de futebol e, mais ainda, de temas neste momento algo controversos, para termos um número pouco frequente de comentários e um diálogo ainda menos frequente entre os comentadores. Era bonito que isso também acontecesse sobre outros temas muito mais importantes para todos nós e que muito mais influenciam as nossas vidas, temas que aqui são chamados todos os dias pelo autor, mas as coisas são o que são, deixamo-nos por vezes cair para um lado para fugir ao outro.
De facto é o único tema, que me lembre, sobre o qual toda a gente tem opinião, mesmo os que nunca a dão e preferem passar por ignorantes no tema a falarem e assim confirmarem que de facto o são (no que só demonstram bom senso e bom gosto). E toda a gente é toda a gente, sem distinção de sexo ou idade. Se fôsse assim com mais temas não andávamos nesta "apagada e vil tristeza" intelectual, a discutir o acessório porque não nos revemos no essencial.
Bem me parecia, José, como não tinha a certeza de quem escreveu, não atribuí autoria. Quanto ao ter razão, é uma forma de ver os outros que não é a minha.
Entretanto, vai-se sabendo mais coisas sobre o futuro do "maior do mundo".
Agora apareceu o patrão do Eintracht Frankfurt (onde isto já vai) a dizer que até a ele foi "oferecido" o CR7.
Nenhum clube europeu se mostra interessado no concurso do "maior do mundo". Mas isto apenas quer dizer que está toda a gente errada. Toda!!! Não é só Portugal que é ingrato, é a Europa onde CR7 jogou e à qual "tanto deu" que também não sabe ser digna.
O craque, esse, depois de se autoconvocar para o Europeu de 2024, parece já ter dito que também quer ir ao Mundial de 2026 (com mais de 40 anos).
Já se vê o imbróglio que tudo isto é. Obcecado por recordes, a presença do C7 em qualquer clube cria uma pressão sobre o treinador que se torna desestabilizadora para o grupo. Logo, não o querem (ainda que baixe imensamente o ordenado).
Quanto à a Seleção, mesmo que fique de fora, lá vai o "maior do mundo" contando com os seus "fiéis" para irem chagando a cabeça ao selecionador e alimentando novelas na comunicação social. Com ou sem CR7, a desestabilização do coletivo nacional está assegurada. E se não arranjarmos um treinador firme e com voz de comando, então... vai ser um espetáculo.
Ou seja, a própria escolha de um comandante para a "nossa" equipa, está dependente de um jogador que cada vez jogará menos e a um nível mais baixo.
O homem tornou-se tóxico!!!
Dizem os "mentideros" (que quase sempre falam verdade), que a única hipótese para o "maior do mundo" (que não tem lugar em qualquer clube do mundo civilizado mas "devia" jogar na Seleção portuguesa), é, mesmo, a Arábia Saudita e que o contrato incluiria o homem tornar-se embaixador da candidatura saudita ao Mundial de 2030. Ora, isto seria interessante por duas razões: a primeira, porque iria fazer concorrência aos "interesses" portugueses (Portugal/Espanha/Ucrânia, lembrem-se); a segunda, porque nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar um mundial naquela zona apenas 8 anos depois do Catar (mais uma derrota para o "maior", portanto).
Há um cheiro mau no ar e, a menos que uma grande janela se abra, a coisa vai ficar cada vez pior.
31 comentários:
Tomo a liberdade de transcrever parte do meu post no meu blog Beijós II raízes:
Depois da novela que todos assistimos, "zangas/birras" e castigos.
Que se diga, metade do mundo, foi ou ficou de olhos postos na televisão, na internet, jornais e revistas para ver Cristiano Ronaldo (CR7), Messi, Mbappe, Neymar e outros artistas.
Cristiano (37 anos) devia ser o que arrebatava mais emoções, paixões, invejas, ciúmes, ódios. Teria muitos fãs na maioria dos países do mundo, muitos detratores nomeadamente na Europa e em Portugal.
Alguém já se perguntou porque Messi (35 anos) marcou 7 golos e ganhou o prémio de melhor jogador do Mundial 2022. Será que foi por se apresentar motivado e motivou os colegas, por ficar galvanizado e ajudado a galvanizar os colegas, adeptos, o país inteiro e muitos de nós pelo mundo que adoramos o espetáculo, as emoções. Fácil, esta é fácil, hem, porque jogou. O Messi jogou quanto quis, se falhou já ninguém se lembra, tudo lhe foi perdoado, por algo Maior.
Agora imagine-se que o melhor jogador de sempre da Argentina ou de qualquer outro país fosse posto no banco contra a sua vontade, mesmo ao lado dos jovens que esperam pacientemente por uma oportunidade, dos que tinham 5 ou 10 anos quando Cristiano ganhou a sua 1ª bola de ouro.
A Argentina lá mereceu vencer, portaram-se à altura desta vez, com o guarda-redes argentino a consolar Mbappé e guarda de honra e tudo. Um jogo que foi uma verdadeira final como há muito não se via em competições internacionais.
Messi não ficou consagrado hoje "como o melhor jogador da atualidade e um dos três ou quatro melhores de sempre". Para mim, não sendo já o melhor (mais influente) foi, sem a menor dúvida, o melhor de sempre, melhor do que Pelé, Maradona, Neymar, os Ronaldos brasileiros e o português incluído, etc, etc.
Um problema tem que se começar a resolver no minuto a seguir a surgir.
O nosso problema ficou evidente neste Mundial e há que preparar o futuro, que está já aí, sem concessões ao sentimentalismo habitual da alma lusa.
Lamentos e choraminguices sobre o que foi e não devia ter sido e o que não foi e podia ter sido, na cabeça de cada um e pelas razões de cada um, só servem para gastar tempo e energia inutilmente, atrasando a resolução do problema.
Ver jogar Messi hoje, no fim de um torneio que o obrigou a um esforço enorme para a idade, devia ter levado muita gente a interrogar-se sobre os porquês de ser ele "o melhor jogador da atualidade e um dos três ou quatro melhores de sempre", como muito bem diz.
Também não gosto, mas as coisas são o que são e para a frente é que é o caminho (cheira a chavão mas não é tanto como parece, pois por cá muitos o dizem e depois poucos o fazem).
Quer se goste ou não da seleção Argentina (como eu gostaria que tivesse sido Portugal e ontem torci pela França) há que ser desportivista e pensar na próxima competição em que a nossa seleção vai participar!!!
Emocionante : muitos golos e reviravoltas. Uma partida de tirar o fôlego.
Elogio a Lionel Scaloni.
A celebração dos argentinos mal soou o apito foi das coisas mais bizarras que já vi. Em vez de haver uma corrida geral seguida da formação de um monte de gente aos berros, não: formaram-se três ou quatro grupinhos de jogadores em vários locais; o Messi, calmamente, batia palmas em direção ao público; o jogador que marcou o "penalty da vitória" estava mais preocupado em tirar a camisola e assoar-se a ela do que em correr que nem um doido; havia uns abraços e choro muito controlados... tudo tão esquisito para a ocasião que era.
Espero que esta forma fria de comemorar a conquista do prémio desportivo mais importante no planeta tenha sido do agrado dos moralistas de sofá e que a Argentina possa voltar a ter um lugar nos corações dos puros.
Mas, se quiserem persistir na análise mundo-cor-de-rosa, podem sempre deleitar-se com aquele momento em que o guarda redes argentino recebe o prémio e...
Excelente, Sérgio Nunes.
E a apreciação do José também muito acertada.
Next...
Um miserável frango arrumou com Portugal neste mundial.
Tínhamos rapazes para estar nesta final.
Ronaldo no banco não era tao grave como um guarda redes experimentadíssimo e em plena forma, sentadinho no mesmo banco.
Verdade. Mas Ronaldo foi o melhor de sempre, Foi
Fernando Neves
Não é popular ? Há em torno de Messi um consenso mais categórico sobre a sua qualidade futebolistica do que em qualquer outro jogador da atualidade.
Lamento o vernáculo, mas subscrevo as palavras de Mário de Carvalho (escritor) - " a merda da bola"
Era só o que faltava que, depois da prima donna, da namorada, da mãe, e das irmãs, agora tenhamos que levar com as "viúvas" do Ronaldo a carpirem pelo seu mais que tudo.
Memória, precisa-se!
Jogo com o Gana: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença.
Jogo com o Uruguai: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença.
Jogo com a Coreia: o "maior do mundo" não fez qualquer diferença (e ainda perdemos).
Jogo com a Suíça: o "maior do mundo" não jogou e demos uma lição de bola (quando entrou o "maior do mundo", a equipa abrandou imediatamente).
Agora, deixem a Seleção em paz, por favor.
E, para quem quiser perceber um bocado como está o "maior do mundo" por estes dias, leiam este artigo (surpreendentemente, uma revista cor de rosa fez mais do que o jornalismo "sério"):
https://www.flash.pt/the-mag/detalhe/tudo-ou-nada-ronaldo-afasta-se-de-jorge-mendes-e-poe-em-causa-imperio-do-agente-saiba-quem-e-a-nova-entourage-do-craque
Tudo o que leio sobre futebol, e é pouquíssimo, faz-me lamentar o tempo que perdi a ler. E nunca vejo ou oiço pessoas a discorrer sobre futebol. Gosto muito de ver jogar futebol mas o jogo começa com o apito do árbitro e acaba com o outro apito. Tudo o que se passa antes e depois não me interessa absolutamente nada.
Senor Embazador, com se disse in mi tierra, embrulha, vai buscar.
Ninguém tem razão quando todos têm razão.
Do meu post continuo:
Como diz MEC "sem prazer é tudo uma estucha".
Se o selecionador da Argentina tivesse por alguma razão qualquer posto Messi no banco que seria? pior ainda se fosse por castigo 😲.
Como disse Camões "ó vã glória de mandar", dirão uns perdemos mas o "gajo aprendeu a lição". 😰
Não há motivação que resista. E como se sentirão os tais jovens à espera de oportunidade, nas costas dos outros podemos ver as nossas. Se o melhor jogador de sempre de determinado país já não está em condições de jogar ao mais alto nível, não é convocado, se é convocado é porque está.
Barak Obama disse certa vez, "ser presidente do país mais poderoso do mundo não é difícil, difícil é não nos levarmos demasiado a sério". Em bom português"mulher séria não tem ouvidos".
Nenhum general ganha a Guerra a castigar o melhor Soldado, deixado-o no aquartelamento.
Parabéns Messi.
Mas, gostava que tivesse sido dada oportunidade ao mais direto "rival" ao título de goat. 😭
"Não havia necessidade" como disse Diácono Remédios.
Só não percebo como é que durante este Mundial se constatou que Messi é melhor que Mbappé. Por os colegas de Mbappé serem menos eficazes nos penalties?
Senhor embaixador, apenas para indicar a gralha no texto. Escreve-se "Lionel" e não "Leonel".
Continuação de boa escrita.
Nos anos 60 muito pouca gente viajava em turismo mais longe que Badajoz para comprar caramelos, só os muito abastados o faziam.
Fora deste grupo restrito dos endinheirados só quem tivesse que viajar em serviço o fazia, meu Pai trabalhava numa empresa com fortes ligações a outras por essa Europa fora e era raro o mês em que não tinha que ír algures e, como ele, muita gente conhecida dele.
Fossem onde fossem passavam por dois tipos de situação: a "vergonha" de serem governados por Salazar e o orgulho de serem conterrâneos de Amália e Eusébio.
Estamos a falar de uma época "pré-histórica" dos meios de comunicação, todos eles, as notícias chegavam a toda a parte um ou dois dias depois (e não no minuto seguinte), as fotos nos jornais eram raras e num preto e branco manhoso, a televisão era pouco comum e pouca gente a tinha em casa (mesmo em países ricos, quanto mais aqui), os telefones fixos eram difíceis de arranjar e pagava-se as chamadas locais por "períodos" salvo erro de 3 minutos, quanto mais longe mais caro, para a Amadora já contavam 2 ou 3 por cada 3 minutos (em 1974 esperava-se ainda 2 anos para ter telefone em casa, eu esperei).
No entanto havia portugueses conhecidos em todo o mundo (pelas melhores e pelas piores razões) apesar de todo esse mundo viver fechado sobre si próprio, não só porque era assim que funcionava como porque as comunicações mais básicas eram poucas e muito caras.
Só para dar um exemplo ainda mais recente que os anos 60.
Por razões profissionais vivi no Japão uns bons meses no fim dos anos 70.
Fiz a assinatura do Expresso que me chegava lá 6 dias depois de sair aqui e uma chamada telefónica de 3 minutos de Tóquio para Lisboa custava o preço de 4 refeições num restaurante médio (sem vinho, mau e a preço proibitivo, só água e da torneira).
Nessa altura um filho meu foi atropelado, não aconteceu nada (Deus pôs a mão por baixo), só soube meses depois quando voltei, como é que eu ía saber que não me estavam a mentir se me dissessem a verdade foi a decisão da família.
Isto tudo vem a propósito destas excitações todas a que vamos assistindo.
Quem leia muito do que se escreve por aí e tenha vivido nessa época, não esteja chéché nem demasiado formatado pelo sistema, não pode deixar de achar isto tudo a modos que deslocado.
O mundo não começou quando nós nascemos nem quando o sector terciário saltou directamente para o primário, nem quando se passou da Zundapp para o BMW.
Num mundo tão globalizado, com toda a gente com dinheiro e influência suficiente a não saír nunca da ribalta, com 200 canais no pack TV, internet cheia de GB que consultamos calmamente até no WC do restaurante, smartphones e mesmo stupidphones variados que nos põem a dizer adeus "ao vivo" ao primo da Austrália logo que ligamos, não seria mau de todo acabar com frases que começam por "Nunca houve..." ou "Não há memória de...".
Claro que nunca houve nem há memória, o contrário é que seria muitíssimo estranho.
Errata outra vez
Já troco os sectores, deve ser da hora a que esvrevo.
A frase é "...quando o sector primário saltou directamente para o terciário".
Finalmente percebi porque razão não ganhámos a frente da Guiné, durante a guerra do Ultramar: o nosso melhor soldado, o Milhões, não foi convocado!!! O homem estava vivo! Não o puseram a jogar - perdão -, a lutar porquê?!
Pois...O jogo com a Suíça...Um banho de bola e tal...Nem foi preciso o Ronaldo..."Trombetas e fanfarras", citando o Dr. Barbosa da Cruz, e depois foi o Mundial adeus...
Haja memória, efetivamente, nomeadamente não desdenhando de quem foi central em manter a Seleção no top 10 mundial nas duas últimas décadas.
Entre clubismo, moralismo e preconceito social assim se vão entretendo.
E é isto.
😁
O Francisco de Sousa Rodrigues acusa os outros de...
clubismo - Mas... o Ronaldo nem clube tem. E se tivesse seria estrangeiro. A rivalidade seria entre quem?
moralismo - Mas... os moralistas são os "poetas" que andam a vergastar os outros por serem "ingratos". Os maus (como eu), são "amorais" nestas coisas.
preconceito social - Mas... o CR7 é classe A+++ enquanto que a maioria de nós é de classe média.
Não se percebe, de facto.
Aproveito para sugerir que o Paulo de Carvalho passe a ser o nosso concorrente a todos os festivais da Eurovisão. Há que mostrar gratidão por quem cantou o início da Liberdade.
Há 50.000 anos que a culpa é sempre dos outros.
José,
É consabido qual o clube nacional de Cristiano Ronaldo, clube aliás que o formou, o que ainda consiste num certo "melão". Os rivais de uns quilómetro a Oeste andam há anos a ver se arranjam quem lhe chegue à qualidade, mais ainda não conseguiram.
Teremos alguns poetas, decerto, também dispenso apoteoses "patrioteiras", mas achar que esta campanha de detonação do Ronaldo é algo entre o patético e o rasteiro é da mais elementar justiça.
Preconceito social, sim! Há de facto alguma classe média que não perdoa o facto de o homem ter tido enorme aptidão para uma atividade muitíssimo bem remunerada. Aqui há uns dias alguém se referia por aqui a Ronaldo como um ”ícone de moda dos mitras", como quem diz o gajo é rico, mas um piroso de marca x e um ícone da ralé.
Declaração de interesses: sou do Futebol Clube do Porto, critiquei Ronaldo naquilo que achei claramente criticável e bastante adepto de algum franciscanismo.
Ó Francisco de Sousa Rodrigues, essa do "ícone de moda para mitras" foi minha. E tenho toda a razão no que escrevi. Agora, você está a descontextualizar, claro porque, na altura, discutia-se se ele era um "exemplo" e não se ele era ainda um jogador necessário à equipa.
Credo, tanta gralha.
Aqui vai a errata:
No primeiro parágrafo:
"...o que consiste num certo "melão", não por acaso os rivais..."
"...à qualidade, mas ainda não..."
No segundo parágrafo, o primeiro aqui na terceira frase é dispensável e "como quem diz" deve estar entre vírgulas.
Nada como se falar de futebol e, mais ainda, de temas neste momento algo controversos, para termos um número pouco frequente de comentários e um diálogo ainda menos frequente entre os comentadores.
Era bonito que isso também acontecesse sobre outros temas muito mais importantes para todos nós e que muito mais influenciam as nossas vidas, temas que aqui são chamados todos os dias pelo autor, mas as coisas são o que são, deixamo-nos por vezes cair para um lado para fugir ao outro.
De facto é o único tema, que me lembre, sobre o qual toda a gente tem opinião, mesmo os que nunca a dão e preferem passar por ignorantes no tema a falarem e assim confirmarem que de facto o são (no que só demonstram bom senso e bom gosto).
E toda a gente é toda a gente, sem distinção de sexo ou idade.
Se fôsse assim com mais temas não andávamos nesta "apagada e vil tristeza" intelectual, a discutir o acessório porque não nos revemos no essencial.
Bem me parecia, José, como não tinha a certeza de quem escreveu, não atribuí autoria. Quanto ao ter razão, é uma forma de ver os outros que não é a minha.
Entretanto, vai-se sabendo mais coisas sobre o futuro do "maior do mundo".
Agora apareceu o patrão do Eintracht Frankfurt (onde isto já vai) a dizer que até a ele foi "oferecido" o CR7.
Nenhum clube europeu se mostra interessado no concurso do "maior do mundo". Mas isto apenas quer dizer que está toda a gente errada. Toda!!! Não é só Portugal que é ingrato, é a Europa onde CR7 jogou e à qual "tanto deu" que também não sabe ser digna.
O craque, esse, depois de se autoconvocar para o Europeu de 2024, parece já ter dito que também quer ir ao Mundial de 2026 (com mais de 40 anos).
Já se vê o imbróglio que tudo isto é. Obcecado por recordes, a presença do C7 em qualquer clube cria uma pressão sobre o treinador que se torna desestabilizadora para o grupo. Logo, não o querem (ainda que baixe imensamente o ordenado).
Quanto à a Seleção, mesmo que fique de fora, lá vai o "maior do mundo" contando com os seus "fiéis" para irem chagando a cabeça ao selecionador e alimentando novelas na comunicação social. Com ou sem CR7, a desestabilização do coletivo nacional está assegurada. E se não arranjarmos um treinador firme e com voz de comando, então... vai ser um espetáculo.
Ou seja, a própria escolha de um comandante para a "nossa" equipa, está dependente de um jogador que cada vez jogará menos e a um nível mais baixo.
O homem tornou-se tóxico!!!
Dizem os "mentideros" (que quase sempre falam verdade), que a única hipótese para o "maior do mundo" (que não tem lugar em qualquer clube do mundo civilizado mas "devia" jogar na Seleção portuguesa), é, mesmo, a Arábia Saudita e que o contrato incluiria o homem tornar-se embaixador da candidatura saudita ao Mundial de 2030. Ora, isto seria interessante por duas razões: a primeira, porque iria fazer concorrência aos "interesses" portugueses (Portugal/Espanha/Ucrânia, lembrem-se); a segunda, porque nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar um mundial naquela zona apenas 8 anos depois do Catar (mais uma derrota para o "maior", portanto).
Há um cheiro mau no ar e, a menos que uma grande janela se abra, a coisa vai ficar cada vez pior.
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