Foi no primeiro semestre de 1986. Portugal tinha acabado de entrar para as então chamadas Comunidades Europeias. Recém-chegado de Luanda, eu estava colocado na Direção-Geral que, entre nós, se ocupava das questões das ditas.
segunda-feira, julho 19, 2021
Da fornada de Wilton Park
Foi no primeiro semestre de 1986. Portugal tinha acabado de entrar para as então chamadas Comunidades Europeias. Recém-chegado de Luanda, eu estava colocado na Direção-Geral que, entre nós, se ocupava das questões das ditas.
Javier Cercas
Há dias, numa determinada circunstância social, ouvi alguém dizer “e ali o Javier Cercas…” Voltei-me para o escritor e editor Francisco José Viegas, que estava ao meu lado e, em voz baixa, perguntei-lhe: “Qual é o Javier Cercas?” O Francisco, com o sorriso que é o dele, apontou, de forma discreta, para a pessoa que estava precisamente junto de mim…
A “roleta britânica”
domingo, julho 18, 2021
Nã conhecia!
sábado, julho 17, 2021
José Carlos Serras Gago
Fico sempre sem saber o que dizer nestas situações e, invariavelmente, saem-me expressões tontas, pouco ajustadas ao momento. Uma vez mais, foi isso que aconteceu.
Conheci o José Carlos Serras Gago em Paris, há quase meio século. Ele vivia na Casa do Líbano, na Cidade Universitária.
Foi-me apresentado pelo Joaquim Pais de Brito e, logo nessa noite, num jantar num "bistrot", trocámos notas sobre os muitos amigos que tínhamos, em comum, em Lisboa. E, como era natural nesse pequeno mundo em que nos tinhamos movido, das Avenidas Novas a algum Chiado, tínhamos estado em "cenas" (à época, o termo não se utilizava) comuns: "O quê?! Também estiveste naquela Assembleia Geral da Livrelco? E foste para o Canas, fugido à polícia, no enterro do António Sérgio?"
Depois, em alguns dias de turismo livresco e intelectual, andei com o José Carlos pela universidade de Vincennes, onde me levou a uma aula do Nicos Poulantzas e me foi introduzindo a outras vedetas do esquerdismo em moda. Eu, intimamente, prestes a fardar-me de verde em Mafra, sem lho dizer, invejava-lhe aquela jornada parisiense.
Depois do regresso do José Carlos a Portugal, após Abril, tentámos fazer um livro a duas mãos. O projeto morreu, e guardo a minha quota de culpa nisso, depois de três reuniões numa casa no Alto da Barra. O José Carlos passou a andar pela Sociologia, eu passei a andar por fora.
Um dia, coincidimos no MNE. Ele na OCDE, outra vez em Paris, eu por Lisboa. Encontrávamo-nos a espaços. Lembro-me de que tivemos algumas discussões, em regra pela avaliação diferente que fazíamos de algumas figuras políticas em voga. Mas navegávamos nas mesmas águas.
Isso ficou muito mais patente nos últimos anos, quando uma das mais ruidosas e animadas tertúlias almoçantes lisboetas nos reunia com alguma regularidade. O José Carlos, numa regra sempre confirmada, era o último a chegar à mesa. E trazia sempre um sorriso aberto, uma graça na ponta da língua, uma história divertida - e sempre inteligente e culta - para contar. Às vezes, não poucas, a sua cara traduzia uma saúde frágil, mas ficava a ideia de que o regresso ao grupo o animava, lhe dava um sopro de vida. Um dia, mais pálido, confessou-me: "Vim do hospital para aqui".
Nos longos meses da pandemia, suspensas as refeições do grupo, falámo-nos, de quando em quando, para saber como estávamos a aguentar a chatice coletiva. Nunca o vi esmorecer, mas, sem grandes pormenores, pressenti que as coisas se estavam a agravar, para os lados da saúde dele.
Naquela nossa última conversa, pelo telefone, a uma frase de ânimo, da minha parte, respondeu de uma forma que me deixou entrever o que aí vinha: "Não sei se vou ter força para aguentar isto". Não teve.
Manuel Alberto Valente
A tristeza de Cuba
A partir dos anos 60 do século passado, os Estados Unidos, que até então tinham vivido felizes e contentes com o regime ditatorial que Fulgencio Baptista mantinha em Cuba, convertida num bordel americano, abespinharam-se quando um grupo de guerrilheiros tomou conta do poder, com amplo apoio popular, naquela que os EUA sempre consideraram ser uma sua zona indisputada de influência. E enfureceram-se bastante mais quando o novo regime caiu nos braços da União Soviética e instalou um modelo de comunismo tropical às portas da Florida.
sexta-feira, julho 16, 2021
Presidências rotativas em risco?
Portugal concluiu, no final de junho, mais um tempo de presidência europeia. Tal como sucedeu nas vezes anteriores, e neste caso em condições bem difíceis, fez uma boa prestação, reconhecida por quem conta. O nosso país, que vive há muito no “mainstream” da União, revelou um sentido de compromisso que lhe permitiu assegurar resultados, exercendo, com rigor, a autoridade que lhe advinha da função desempenhada.
quinta-feira, julho 15, 2021
Gonçalo Reis
quarta-feira, julho 14, 2021
Bloco
Brasil
Africa do Sul
terça-feira, julho 13, 2021
Paulo Tarso
Quando cheguei a Brasília, em 2005, uma das primeiras pessoas que fiz questão de visitar foi o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima.
segunda-feira, julho 12, 2021
“Então é Portugal, hem?… Cheira bem!”*
Imagino que a evocação do Luís tenha sido sentida, mas acho que deve ter sido igualmente divertida, como sei que ele gostaria, como iria bem com o seu sorriso e o seu humor.
Posso imaginar que terá havido umas palavras do Jacinto, que o Zé Fernandes tenha trazido a tia Vicência, lá de Guiães, de certeza que o Pimenta subiu da estação, que o Silvério deixou os compromissos em Castelo de Vide para se juntar ao ato e que o Melchior (que, ao que consta, anda de candeias às avessas com o Grilo) tinha a quinta arrumada a preceito. Disseram-me (mas “vendo-a” como me a venderam) que, de Lisboa, veio o chefe das Cortes e que até um poeta, que em horas ocupadas exerceu ofício como diplomata de mérito, se juntou à ocasião.
Desta vez, dizem-me, não terão sido servidas favas. Será que, nos almoços antes do evento, terá sido servido bazulaque? O que é o bazulaque? Não me digam que não sabem?
Tenho pena, repito, de ter estado ausente desta evocação do Luís Santos Ferro. É melhor assim: a mim também não me apetecia dizer-lhe adeus.
* (A expressão é do Jacinto, quando o comboio que o trazia de Paris chegou a Portugal).
Cuba, aqui neste blogue
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Wembley
Este post é enganador. Conta uma história passada em Wembley, onde, há pouco mais de uma hora, a Itália derrotou a Inglaterra, para o Europeu, “at home”. Ora, na realidade ela passa-se no estádio antigo, ali ao lado. Por isso, quem quiser “sair” aqui, faça favor.
domingo, julho 11, 2021
Vasco
Vasco de Castro, que, como desenhador, assinava Vasco, era da minha terra, de Vila Real. Tal como aconteceu ao açoreano Medeiros Ferreira, que nasceu casualmente na Madeira, também Vasco veio à vida em Ferreira do Zêzere, porque nenhuma biografia consegue controlar as incidências das viagens de mães grávidas.
sábado, julho 10, 2021
O paralelo 38, Britney Spears e um embaixador bem disposto
Em 2003, quando representava Portugal na OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), em Viena, fui convidado pelo governo coreano para pronunciar, em Seul, uma conferência sobre um tema que pode parecer algo etéreo para os leitores deste blogue: "OSCE's confidence and security bulding measures".
Geografias
sexta-feira, julho 09, 2021
Liberdade
quinta-feira, julho 08, 2021
Brasil
quarta-feira, julho 07, 2021
RTP
O Butão em falta
Quem consultar, no site de MNE, a lista dos países com os quais Portugal tem relações diplomáticas verificará que são 194. Ora a ONU tem apenas 193 países membros (Portugal e mais 192).
terça-feira, julho 06, 2021
Maria José Nogueira Pinto
A vida é feita de coisas improváveis. Mesmo de amigos improváveis. Sou amigo, vai para meio século, de Jaime Nogueira Pinto. Conhecemo-nos no serviço militar, onde as nossas profundas divergências políticas não só nunca conduziram a homéricas discussões como nos levaram mesmo a construir um insólito patamar de constante diálogo, sempre assente no respeito, no humor e no sabermos rir-nos de nós mesmos. Alguns de quantos nos julgam conhecer nunca perceberam isto, mas nós, sem nunca combinarmos nada, concordamos em não ter de dar satisfações de seita a ninguém.
Andorra e os humores de Sarkozy
Falar da América
Pode ouvir aqui.
segunda-feira, julho 05, 2021
Déjà vu
Foi num hotel de Tashkent, capital do Usebequistão. A minha passagem por ali, em 2004, como embaixador português junto da OSCE, em Viena, coincidiu com o cocktail de despedida do representante da organização no país. Havia sido convidado para a festa. O ambiente estava divertido, com muitas garrafas a abrirem-se e uma barulheira que se pressentia ir prolongar esse fim de tarde pela noite.
domingo, julho 04, 2021
Cardoso Pires
Acaba de ser publicada uma biografia de José Cardoso Pires, escrita por Bruno Vieira Amaral. Não a tinha conseguido comprar em Lisboa e no Porto. Estava esgotada onde a procurei (bom sinal!). Foi preciso chegar a Vila Real para a poder adquirir. E ter tempo para a ler.
sábado, julho 03, 2021
Apolo 70
Ainda há poucas semanas, a comunicação social saudou a existência do Apolo 70, o segundo mais antigo “drugstore” (dizia-se assim, à época) de Lisboa. (O primeiro foi o “Sol a Sol”, entre a Avenida da Liberdade e a Rua Rodrigues Sampaio).
Remodelar
sexta-feira, julho 02, 2021
Uma história da lusofonia
O jantar estava a ter lugar num local histórico muito famoso, nos arredores de Paris. Tratava-se da reunião dos mecenas, franceses e portugueses, de um evento cultural português, cuja inauguração teria lugar dentro de dias. Eu por ali estava, como representante oficial de Portugal em França.
quinta-feira, julho 01, 2021
Pandemia
“A Arte da Guerra”
O programa pode ser visto aqui.
Nas próximas duas semanas, o programa fica suspenso para férias.
Diana
Entrevista à revista "Must"
Aque horas se costuma levantar? Em regra, tarde. Desde que saí da função pública, recusei todos os convites para atividades “from-nine-to-f...