quarta-feira, julho 14, 2021

Brasil

No passado, Lula e o PT perderam apoio pela sua constante desculpabilização do autoritarismo de Chávez e Maduro. Neste tempo de tentativa de recuperação da sua credibilidade, Lula cometerá um erro se caucionar uma reação violenta do regime cubano às reivindicações democráticas.

18 comentários:

Luís Lavoura disse...

Tem a certeza de que em Cuba há "reivindicações democráticas"? Eu creio que haverá sobretudo reivindicações por comida, combustível, eletricidade, etc. Não tanto por democracia.

Lúcio Ferro disse...

Só há uma coisa que eu acho curiosa nesta narrativa das"reivindicações democráticas" em Cuba. É que as imagens que tenho visto não me dão a entender que esteja em marcha uma ampla e maioritária contestação ao regime, apesar da gula com que os media ocidentais as empolam à exaustão. Olhe, assim por assim, impressionam-me bem mais as inocentes imagens que chegam da África da Sul, esse farol da democracia para todo um continente.

Unknown disse...

Cá por mim deve estar por aí a rebentar um "guaidó" cubano para animar aquilo. Que diabo, a receita está mais que testada...
E o nosso santos silva há-de logo, logo, vir dizer que é preciso que o governo cubano dialogue com o exemplar. E vai logo ser recebido em "vacinton", como diria o Solnado. E na nossa Assembleia vai logo ser aprovado um voto de apoio ao coiso. Um voto democrático, claro...
E os comentadores assalariados, mais os convidados do costume, dirão logo que sim e que esta é uma revolução muito cor-de-rosa, rosinha.
E que finalmente Guantanamo será legalizado, que aquilo deve ser território dos dos estados unidos.
E coisas...
MB

Jaime Santos disse...

Lúcio Ferro, até agora os protestos em Cuba parecem ser em larga medida pacíficos, o que se compreende, em primeiro lugar os cubanos não estão armados como as milícias na África do Sul (que começaram por protestar a prisão de Zuma), em segundo lugar parece-me que não seria muito inteligente dar ao regime um motivo para suprimir violentamente esses mesmos protestos.

Não tenho meio de medir as dimensões de tais protestos. O que parece ser relevante é o seu carácter inédito...

Luís Lavoura, como bem sabe muitos protestos que levam a mudanças de regimes misturam diferentes reivindicações. A revolução francesa, a russa...

MB, a crise cubana não parece ser tão grave como a venezuelana, muito embora os disparates colectivistas sejam os mesmos. Claro, Cuba é uma sociedade totalitária ao passo que a Venezuela não o é, pelo menos completamente, pelo que há diferenças, o PC cubano não tem que se preocupar como é que há de ignorar o resultado de eleições que dão a maioria à oposição, porque isso nunca acontece :) ...

Francisco Tavares disse...

Na verdade, um comentário do sr. embaixador que não pode deixar de se estranhar. "No passado, Lula e o PT perderam apoio pela sua constante desculpabilização do autoritarismo de Chávez e Maduro"???. O processo de impedimento do Lula concorrer ás presidenciais já foi posto a nu, as montagens feitas, a falta de suporte das acusações. E de que apoio fala? Daquele que é transmitido via órgãos de comunicação social que participaram ativamente no autêntico golpe de Estado que constituiu o impeachment de Dilma? E de que reação violenta está o embaixador a falar? É claro que a reação da polícia na Colombia, ou em França contra os coletes amarelos, ou no santuário da democracia estado-unidense não são reações violentas desses regimes contra reivindicações democráticas. Ele há comentários muito infelizes, sobretudo destoam de outros bem mais acertados. Ele há dias, reconheço que é difícil manter uma coluna todos os dias....
Francisco Tavares

Jaime Santos disse...

Aquilo que o Francisco Tavares chama comentários infelizes eu chamo comentários com os quais você não concorda...

Além de termos que aturar as racionalizações idiotas sobre Cuba, ao estilo de que é necessário ver a situação desse País no contexto mais geral da luta anti-imperialista, ou que democracia sim senhor, mas só depois do fim do embargo, também temos que aturar o paternalismo daqueles 'democratas' que parecem ter uma costela castrista...

Como dizia Orwell, o comunista e o católico nunca são capazes de argumentar assumindo que o seu interlocutor é simultaneamente inteligente e honesto...

Poupem-nos e vão morrer longe, sim?

Francisco Seixas da Costa disse...

Francisco Tavares. Para além de todo o arsenal de mentiras usado para destruir Dilma e afastar Lula da corrida presidenciial de 2018, quem conhece e acompanha bem a realidade brasileira sabe que o facto do PT e de Lula nunca se terem afastado do autoritarismo bolivariano de Chávez e Maduro teve um impacto muito negativo em algum eleitorado moderado que, no passado, com eles se identificava. Negar a brutalidade da repressão da ditadura cubana sobre os manifestantes (que levou à demissão, em protesto, de um vice-ministro) é confundir afetos com factos. Falar de outros países (ainda por cima democráticos) neste contexto é “whataboutism”. Não vou porr aí.


Lúcio Ferro disse...

Sabe, Jaime Santos, quando afirma que lhe parece "que não seria muito inteligente dar ao regime um motivo para suprimir violentamente esses mesmos protestos", pretendendo assim justificar um protesto sem substância entretanto desaparecido (querem ver que foram todos presos e estão todos em sórdidas masmorras em Guantanamo?, ah não, espere, não, Guantanamo não é território cubano...), não lhe ficariam mal umas noções de história. Olhe, por exemplo, na revolução francesa, na revolução russa, em tantas outras, pensa que as pessoas que as levaram a cabo estavam mesmo preocupadas em não dar aos regimes pretextos para os suprimir "violentamente"? Que venha um Guaidó e que se mude a capital de Cuba para Gitmo.

Lúcio Ferro disse...

Caro Senhor Embaixador,
Discordo da sua leitura na resposta a um comentador. Não é whataboutism falar dos desmandos do Ocidente e, em particular, desse grande farol da democracia que são os EUA no continente sul americano. Não é whataboutism colocar em causa os motivos reais que conduziram Cuba a um pré-colapso económico: são evidentes e similares ao que sucede em solo Venezuelano, intervenção externa, guerra económica total, nem mais, nem menos. Não é whataboutism denunciar os media falaciosos, pagos pelos poderes ocidentais, que transformam desacatos em lutas libertárias contra “assassinos totalitários”. Não é whataboutism referir o que sucedeu historicamente sempre que regimes de Esquerda foram golpeados, para lhe serem sacos os recursos, fomentadas as corrupções e agigantar as desigualdades. Não é whataboutism dizer isto. Whataboutism, em proposição lógica e partir do seu argumento, é dizer-se que, oh senhores, coitados dos cubanos, que não veem satisfeitas as suas justas, pias e castas “reivindicações democráticas”. Com toda a estima, esta é meramente a minha leitura.

Lúcio Ferro disse...

Jaime Santos, muito elucidativo, o seu closing argument; eu poupá-lo-ei, fique descansado, não se amofine com quem discorda de si e utiliza argumentos lógicos, afinal não é o Jaime Santos um democrata dos sete costados? Hum, como é? Porém, desculpe, mas, pessoalmente não pretendo ir "morrer longe", coisas, veja lá que não desejo sequer a minha morte, quanto mais a de indivíduos que discordam de pessoas que argumentam de forma diferente.

Jaime Santos disse...

O Lúcio Ferro nunca ouviu falar do protesto pacífico e de como ele pode ser eficaz na resistência contra a opressão, sobretudo contra quem dispõe do monopólio da violência? Sabe, os tempos mudaram de 1917 para cá. Estou a lembrar-me do movimento pelos direitos cívicos nos EUA e das manifestações na RDA em 1989... Quer me parecer que quem precisa de estudar História não sou eu...

maitemachado59 disse...

Jaime santos:



que quer dizer essa expressao "va morrer longe" que ultimamnete tem usado?

eu, como em principio vou morrer longe porque vovo em Inglaterra, estou imune, mas ha
outros... nao sei.

maitemachado59

Jaime Santos disse...

Maité Machado, ironias à parte, 'ir morrer longe' é uma expressão antiga que é sinónimo de 'vai mas é chatear o Camões' ou mais concretamente, 'Quem é que tu pensas que consegues enganar com esse género de argumentos? A mim não é de certeza...'

Bem entendido, o Jaime Santos não deseja a morte literal de ninguém e muito menos deseja que alguém acabe os seus dias longe do sítio onde é feliz, seja em Portugal ou onde for. Isso aliás é coisa que os ditadores, incluindo os ditadores comunistas, normalmente obrigam os seus concidadãos que lhes resistem a fazer.

Muito simplesmente, não tem qualquer espécie de pachorra para quem o quer fazer de parvo, como aquelas pessoas que aparecem com racionalizações idiotas como a de dizer que é o embargo que impede a existência de uma Cuba democrática.

O embargo é criminoso, mas não é ele que impede o PC cubano de largar mão do poder absoluto e submeter-se a eleições.

Ou aquelas outras (como o atual líder cubano) que dizem que Cuba não é uma ditadura porque os cubanos gozam de direitos sociais, as tais liberdades coletivas.

Ou que é necessário entender a situação cubana no contexto mais global da luta anti-imperialista. Os cubanos seguramente não olharão para a supressão das suas Liberdades neste processo com muito bons olhos, como não o faziam os povos de Leste no tempo da Guerra Fria...

Um regime de Partido Único que mete dissidentes na prisão e coarta a Liberdade de Pensamento é uma ditadura, com ou sem embargo, com ou sem Direitos Sociais, com ou sem luta anti-imperialista. Ergo, Cuba é uma ditadura.

Negá-lo seria dizer que o aspeto mais aviltante da Ditadura Salazarista era o atraso a que condenava o País e que as Prisões, as Torturas, o Tarrafal, a Censura, eram meros pormenores...

Aposto aliás que deve ainda haver antigos fascistas que argumentam algo de parecido, dizendo que eram necessários contra a subversão comunista mas que no fundo a intenção de Salazar era outra... Substitua subversão comunista por fascista e verá o que quero dizer...

Os militantes do PC que resistiram à ditadura de Salazar, resistiram a todas essas violências, pelo que é particularmente penoso ver os seus herdeiros políticos a caírem exatamente no mesmo tipo de justificações, ou então no whataboutism de 'sim, aquilo é uma ditadura, mas o que os EUA fazem é pior, logo calem-se todos'... Como o Sr. Freitas frequentemente faz.

Porque o que esta gente no fundo defende é que o que interessa é quem vence no fim, fica tudo reduzido a meras relações de força. Nesse caso, tenho más notícias, porque andam a perder a guerra desde o fim da guerra fria...

Ou a Esquerda é a favor da Liberdade de Pensamento para todos, no ifs or buts, com todos os riscos que isso acarreta, ou não é Esquerda. Ponto.

Jaime Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lúcio Ferro disse...

Não concordo. Por isto: a liberdade democrática tem costas muito largas, sim senhor, é uma liberdade formal, permite, por exemplo, vir aqui mandar umas bocas que só meia dúzia de pessoas vão ler. Permite, num café, dizer, sem medo de ser preso, O Costa (ou outro qualquer) é um f da p. Mas permite pouco mais. A liberdade democrática do ocidente é tão só a liberdade que o sistema capitalista quer. Temos liberdade para sermos carneiros, trabalharmos que nem cães, sistemas de saúde que são o que são e até temos, pasme-se, liberdade para sermos pobres, para sermos proletas altamente qualificados nas nossas áreas técnicas, com a miséria sempre à espreita, se não estivermos formatados no pensamento democrático único em que vivemos. Esses outros regimes, que provocam urticária a Jaime Santos, têm pelo menos uma virtude: mal ou bem são muito mais igualitários. E devo dizer o seguinte: que se enfie a liberdade democrática num certo sítio; sem Igualdade, ou pelo menos um assomo de Igualdade, falacioso é vir-se falar em liberdade, como se fosse um valor independente e soberano sobre todos os outros. Papas e bolos, circo, ronaldos, telefones estúpidos, uberização, easy jet pra trás e para a frente e tal. Não, este modelo é uma merda e Marx deveria voltar a ser lido, porque um belo dia os escravos do capitalismo acabarão por tomar os assuntos em mãos, isto se a depredação capitalista e selvagem dos recursos, em nome, claro, da "liberdade", não levar à extinção da espécie. Entenda, sociedades com a norte-americana não são democráticas, nem sequer são livres. Os EUA tem a maior população prisional de todo o mundo, nos EUA as cadeias são privadas, são um negócio. Nos EUA, ser negro é um passaporte para a miséria. E esse modelo, que na américa latina sufoca qualquer outro (é o quintal, doutrina monroe e tal) é corrupto, vende falsidades, exponencia desigualdade e, portanto, não serve à liberdade.

Jaime Santos disse...

Lúcio Ferro, a explicação algo longa era também para si. Não se amofine você se recorro a uma expressão popular cujo significado parece que se perdeu e que quer meramente dizer que não tenho paciência para quem se revela incapaz de aplicar ao seu regime favorito a mesma bitola que aplica a outros regimes.

Descanse, não desejo a sua morte ou a de mais ninguém...

Lamento, mas não me sinto obrigado a respeitar todas as opiniões com as quais não concordo. Desde logo, não respeito argumentos falaciosos como os que enumero acima.

Não é o seu caso, note-se, não me lembro de o ler a defender o regime de Cuba com tais argumentos, meramente questionou a relevância dos protestos presentes, o que é legítimo.

Mas se quiser tomar para si as dores de terceiros, faça favor.

Quanto a eu ser ou não um democrata de sete costados, nunca reclamei tal qualidade. Não sou eu que devo avaliar isso.

Mas calho de acreditar que um verdadeiro democrata não arranja desculpas para ficar agarrado ao Poder, que é sempre efémero.

E isso mesmo que o Povo seja injusto e se engane, coisa que naturalmente pode fazer... Mesmo que o preço possa até ser o retrocesso social... Não há organizações ou Partidos, por mais que tenham contribuído para a democracia ou o progresso social, que se possam arrogar um qualquer 'droit de regard' sobre o regime democrático ou os resultados eleitorais.

E aquilo que felizmente vale entre nós deveria, na minha modesta opinião, valer também em Cuba...

Francisco Tavares disse...

Francisco Seixas da Costa. Brasil: A do efeito negativo em algum eleitorado moderado. Factos que me foram dados ver: uma desenfreada e ignóbil campanha de mentiras contra Lula e a sua prisão, ilegal, comandada pelo aparelho judicial (ai, a democracia…) e pelos grandes media, para impedir que concorresse às presidenciais, mais a fantochada dos argumentos do golpe de Estado de destituição da presidente eleita Dilma Roussef. O eleitorado estava totalmente intoxicado com esta campanha, e isso foi decisivo nos resultados da votação. Objetivo: reverter os avanços sociais feitos sob Lula.
Cuba: Facto: a demissão do vice-ministro não está confirmada. Fonte da notícia da suposta demissão: ABC e LaRazón, jornais espanhóis de direita. Para já a demissão foi desmentida pelo governo de Cuba.
Whataboutism: eu estaria a tentar desacreditar a posição de FSC sem refutar diretamente a sua argumentação. Dito depressa: estaria a desviar a discussão sobre Cuba. As notícias não confirmam “a brutalidade da repressão da ditadura cubana”(governo confirmou existência de um morto; a youtuber Dina Stars afirmou, após ser libertada, não ter sido maltratada nem sequestrada). Estas posições fazem-me recordar uma das ideias que foi invocada na invasão e destruição do Iraque e da Líbia, só p/ citar dois casos: a exportação da “democracia”. Falar da repressão na Colômbia, no Brasil, em França, nos Estados Unidos é estar a desviar a discussão sobre Cuba. Mas é possível e entendível debater Cuba como se fosse um mero problema interno?
Porquê é desviar a conversa relembrar o destacamento de forças armadas, a Guarda Nacional, em 1992 para Los Angeles, a arder após duas noites de violência devido à absolvição de agentes da polícia que tinham espancado brutalmente Rodney King, evento recordado por C.J. Chivers (à época fuzileiro) a propósito da mobilização por Trump de forças armadas para reprimirem os protestos em múltiplas cidades pelo assassinato de George Floyd em Maio 2020. Aqui não se fala de repressão brutal e falta de democracia? Porquê é desviar a conversa recordar que em Cuba os EUA mantêm uma prisão de alta segurança, Guantánamo, utilizada pelos Estados Unidos para detidos acusados de terrorismo: 780 detidos, 9 morreram na prisão e 40 continuam presos sem acusação nem julgamento. E já passaram cerca de 20 anos! É esta a democracia que se quer para Cuba?
Porquê é desviar a conversa afirmar que Brasil e Índia, tidas como democracias, são exemplos gritantes de miséria, pobreza, exclusão e opressão.
Mas e porque não se fala sobre o modo como se processam as eleições para o parlamento cubano, que se realizam cada 5 anos? E o modo de formação do Conselho de Estado e do Governo?.

Jaime Santos disse...

Lúcio Ferro, estou esclarecido acerca da sua opinião que devo dizê-lo, é honesta, honra lhe seja feita. Pelo menos não apresenta desculpas ao estilo da teoria, chamemos-lhe assim, da ditadura profilática, como tenho lido noutros sítios, ou seja como os americanos mataram a Liberdade na Guatemala de Arbenz ou no Chile de Allende (e fizeram-no, sem dúvida), toca de defender a ditadura de Cuba porque pelo menos é de Esquerda.

In order to save it, we had to destroy it, como com a aldeia vietnamita bombardeada pelo Exército Americano...

Agora, desculpe-me que lhe diga, é uma opinião ingénua. Igualitário, o socialismo real? Há ou havia uma clara diferença entre a vida dos apparatchiks e a do resto da população. Não é uma sociedade sem classes, de todo. A maioria dos quadros do PC nos diferentes países é ou era pobre, note-se, simplesmente menos pobre que o resto...

Pobre e medíocre... Como os miseráveis que se alistavam na Legião Portuguesa para conseguirem um empreguinho de carteiro ou cantoneiro (como um Bisavô meu, e já sei que vão dizer que tenho sangue fascista :) )...

Era e é, onde ainda dura, um socialismo de miséria. E nem sequer serviu para proteger o meio-ambiente, pelo contrário, basta olhar para as terras exauridas do Leste Europeu depois do colapso da URSS... Afinal, o movimento ecologista ocidental existe porque existe liberdade de expressão e protesto...

O Liberalismo Ocidental, com todos os seus defeitos, pelo menos permite o dito protesto e algum progresso social...

Será isto suficiente para salvar o planeta? Não sei, mas as alternativas que surgiram à Esquerda eram ainda piores (não falamos de uma qualquer utopia de cooperativas industriais que se organizam em auto-gestão mas de experiências históricas que deviam fazer pensar aqueles que ainda as incensam, mas parece que como a teoria marxista radica do idealismo alemão, o exemplo empírico da dura realidade não parece preocupar-lhes muito).

E pior, ou faliram todas com estrondo ou capitalismo em que se converteram (à chinesa, p.e.) é ainda pior que o ocidental...

E isto nada tem que ver com a leitura de Marx ou com a sua análise do capitalismo que merece atenção (The Economist dixit)... Tem simplesmente que ver com o modelo estatista que os seus sucessores implementaram...

E com certeza que a grande maioria, entre os quais eu me incluo, não faz mais do que 'vir para aqui mandar umas bocas'... Mas convenhamos, em Cuba quem o faz adormece com o receio de ser acordado de noite por batidas na porta... Nós podemos dormir descansados...

Desejo-lhe pois um bom descanso de fim-de-semana...

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...