Ontem, saído de uma jantarada de aniversário, no calor da noite ao ar livre, borrifei-me de repelente contra mosquitos e deu-me para começar ler um le Carré, "A Casa da Rússia", numa tradução portuguesa. Quando chegaram as cinco horas da manhã, achei que, para essa noite, já tinha q.b. de Guerra Fria vista pelos britânicos.
John le Carré é um autor que sempre tive alguma dificuldade de ler em inglês. Recordo ter comprado, há mais de trinta anos, o "Tinker, Tailor, Soldier, Spy", em "audiobook" em cassetes, e, ocasionalmente sozinho em Inglaterra, onde então vivia, ter passado um fim de semana a passear no meu Mini, pela zona de Cornwall, a "ouvir o livro", antes de o ler. E, depois, mesmo assim, deu-me imenso trabalho. Desde então, leio sempre os le Carré em traduções. E há-as magníficas, como as do meu amigo vila-realense Francisco Agarez.
Na tarde de hoje, tendo-me baldado à praia (constou-me que estava vento e eu aproveito todos os alibis para não me confrontar com a areia), e tendo avançado no livro, deu-me para ir rever o filme com o mesmo nome. Maluqueiras de quem está em férias e pode dar-se ao luxo destes repentes da vontade.
Há uma versão gratuita do filme na net, imaginem! Lá estava a incomparável Michelle Pfeiffer, ao lado do Sean Connery, com este a falar "à Viseu". A imagem é do que julgo ser uma sala do grupo Entreposto, com Connery a olhar Lisboa da janela. Decidi parar o filme no exato momento em que vou na leitura do livro, para não desgastar o que me resta de suspense - embora eu esteja farto de saber como aquilo vai acabar.
Logo à noite, regresso ao livro. Amanhã, acabo o filme. Podia dar-me para pior, não é?
7 comentários:
Permito-me um "off-topic" que pode ser útil a alguém que, em vez de estar quietinho a ver um filme e a ler um livro (que é o que eu também faço), ande por aí de carro.
Aconselho assim a pesquisa de "acp cuidados incendio", que nos diz o que (tentar) fazer quando apanhados numa situação destas e tenhamos o sangue frio suficiente para nos lembrarmos de pelo menos alguns dos conselhos.
É no entanto de bom senso não nos pormos a passear muito de carro em zonas potencialmente perigosas quando se verifica a regra dos três 30, a saber, humidade relativa abaixo de 30%, temperatura acima de 30ºC, vento acima de 30 kms/hora, tudo informações disponíveis online.
A janela é de facto essa que refere.
Uma actualização.
"Porsche retirou Cristo Rei de anúncio publicitário gravado em Portugal, mas voltou atrás e pediu "desculpa".
A marca de carros de luxo retirou Cristo Rei de um anúncio gravado em Portugal. Internautas queixaram-se e Porsche voltou atrás, colocando um novo vídeo — desta vez com o monumento."
Algum bom senso mas isto anda tudo ligado.
Por curiosidade fui ver como andavam as vendas da Porsche por esse mundo fora e, pensando melhor, pôr Cristo de braços abertos para um carro cujo preço em Portugal começa nuns banais 372 048 euros não lhes deve ter parecido grande ideia na altura.
Só o mercado de todos os modelos da Porsche para a "Ásia-Pacífico e Médio-Oriente" comprou em 2021 uns miseráveis 44% das vendas mundiais e só a China 32% (um terço, quase nada).
Quase um terço dos Porsches novos vai para a China e ainda há quem continue sem perceber nada do que se passa por lá.
Meu querido Chicamigo
Voltei: De um longo período de pesadelo [(uma vez mais a maldita bipolar; que; no entanto; está muito melhor; já leio; já escrevo, até já canto o fado o «Não venhas tarde...» ou «É numa rua bizarra, a casa da Mariquinhas...»)]
Pois o Le Carré. A grande fã é a Raquel, tem-nos todos publicados em português, eu também os leio, sou louco por policiais (tenho a Vampiro quase toda).
Por isso, a tua lembrança dum escritor/espião ou espião/escritor trouxe-me aos dias de hoje uma alternativa à sport TV que vai dando futebol - e a Raquel e eu a ver...
Abração
Henrique
Peço desculpa Sr. Embaixador mas comentando a mensagem do amigo Henrique quero enviar-lhe os meus cumprimentos e continuação de óptima recuperação.
Manuel Campos tem razão fui ver o anúncio da Porsche e o Cristo Rei já voltou ao pedestal. Só ainda não entendi foi o motivo de o terem retirado da imagem?? "Ele há coisas"!!!!!!
Os meus agradecimentos pela sua chamada de atenção.
Flor
Eu também não entendi mas suspeito da razão, talvez uma espécie de "politicamente correcto" comercial.
Por isso fui buscar as estatísticas das vendas: quase metade das vendas vai para países não cristãos (e a subir quase 10% ao ano ultimamente).
Seja como fôr a Porsche veio dizer que tinha sido "um erro" (sic) e que se tinham dado conta disso através dos "comentários dos internautas" (sic).
Uma desculpa muito manhosa, pouco digna de uma grande empresa com aquelas responsabilidades.
Mas antes assim.
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