Claro que só visito unidades que ainda conservam alguma qualidade e charme, com pormenores arquitetónicos ou de decoração que guardaram memória dos velhos e mais gloriosos tempos. E, obviamente, só hotéis que nunca desceram abaixo das "4 estrelas"; é que já não tenho idade para sacrifícios...
Não farei aqui a lista nominativa dessas históricas unidades hoteleiras, por razões de simpatia para com o esforço que, nos dias de hoje, é feito para a sua manutenção. Umas mantêm ainda algum brio residual, outras deixaram-se cair, por falta dele. O serviço, em algumas, ainda é esforçado e cordial, em outras é penosamente burocrático, quase "de Leste", sem estímulo nem estamina, quiçá devido a salários menos apelativos. É a vida!
Não tarda muito que eu conclua o meu percurso por esse Portugal hoteleiro da série "já não é o que era...". No dia de hoje, estou precisamente numa dessas unidades.
20 comentários:
Permito-me sugerir o Curia Palace Hotel, na Curia, concelho da Anadia.
Não teria nunca a pretensão de “ensinar o pai-nosso ao vigário”.
Portanto é do “vigário” que eu estou sempre à espera de sugestões.
Aqui há uns 35 anos comecei a minha actividade como “bombeiro”, apagando "fogos" em participadas da casa-mãe onde estava, procedendo ao rescaldo.
Aliás foi para isso que me foram desafiar onde estava e levava uma vida
finalmente calma depois das maluquices do PREC e da cintura industrial.
Mas como a vida era calma demais para o meu gosto, apanharam-me no
ponto fraco e, como resisto a tudo menos às tentações, não resisti.
Comecei a andar “por aí” pelo país, daí ter descontado para cinco distritos fora o de Lisboa, como já contei.
Se nalguns desses lugares havia casas da empresa para albergar este tipo de “deslocados”, noutros não havia e um hotel ali por perto era a única solução, um raio de 30 a 40 kms era o aceitável para mim, fora dos grandes centros é “já ali”.
Ora há 35 anos não havia o turismo que há hoje e, de um modo geral, os hotéis ou eram bons ou eram assim-assim e, como é óbvio, eu não estava em passeio turístico por uns dias, estava a trabalhar e só queria dormir num sítio decente e com aquele mínimo de luxos que um “deslocado” toda a semana precisa para não voltar para a sede e mandar aquilo tudo à fava.
Fiquei assim por duas vezes longos períodos em hotéis que, tendo sido bons e continuando a ser, já começavam a demonstrar sinais de “já não serem o que eram”, ambos de 4 estrelas na altura (um deles entretanto perdeu uma estrela de há 25 anos para cá).
Foi neste último (o despromovido) que fiquei um ano e meio e apanhei uma aversão a hotéis que, no caso do outro a seguir, não descansei enquanto não aluguei uma casa ali na área.
E cada vez que falo nisto ouço que “então não é tão bom ficar num hotel?”.
Pois eu também achava o mesmo antes de “lá viver”, é que eu tenho um "lar".
balio, o Curia Palace Hotel é ótimo. Tem tudo o que é preciso e ainda o espirito e o charme de grand hotel e o cenário. Não é um Hilton, claro, mas ainda bem.
Eu até gostaria de ir passar férias a um hotel com as refeições incluídas, penso que uma semana dava. Dava! Estou farta de confeccionar e servir às refeições cá em casa. Que bom que seria ser servida e eu não ter que fazer NADA!
Oh Flor. Depois do seu desabafo e porque acho a Flor uma querida. sugiro-lhe que materialize essa sua necessidade em "zarpar" durante uma semana, na modalidade de pensão completa. Nem precisa de levar carro, os Autocarros das carreiras FLIXBUS, cobrem todo o país (e até estrangeiro)e as viagens são cómodas e muitíssimas baratas, com HI-Fi e tudo. Em Maio fui a Braga a um acontecimento, num fim de semana e fui de boleia de um amigo. Vim, numa dessas camionetas de Braga até ao Parque das Nações, repimpado e nas leituras e só paguei: 7:99 Euros. Fica a dica, pode-lhe ser útil.
Flor
Pois é isso mesmo que toda a gente pensa e é normalíssimo que pense.
Mas andar a dormir 3 ou 4 noites por semana sózinho num quarto de hotel a 3 horas de casa, durante quase 80 semanas, depois de ter jantado sózinho e passado um serão sózinho a beberricar um whiskyzito num bar de hotel quase deserto, enquanto se folheia pilhas de papéis para as reuniões do dia seguinte é menos divertido.
Mas ninguém me obrigou, não me queixo: constato.
Tony agradeço as suas informações mas... Tenho um caopanheiro que não me deixa dar um passo em falso. Tenho a certeza que na minha ausência destruía as cordas vocais e deixava a vizinhança em pé de guerra. :(
Manuel Campos dou-lhe um conselho....demita-se quanto antes. Desculpe dar-lhe um conselho tão radical.
Eu costumo brincar a dizer que para mim uma Pensão de 2* me chega, agora campismo é que não.
Flor
Expliquei-me talvez mal, a história do hotel foi há 30 anos.
Com a idade que tenho não iria decerto levar aquele tipo de vida, não que eu eventualmente não quisesse mas porque ninguém certamente me queria.
Flor,
hotéis com boas e completas refeições incluídas, use os do Inatel.
Flor,
hotéis com boas e completas refeições incluídas, use os do Inatel.
Só fiz campismo uma vez na vida, na "semana de campo" de cadete em Mafra.
E mesmo assim tenho ideia que vim sempre "jantar fora".
Manuel Campos,
Já fez mais que eu 😁
Balio o meu problema não é ir para este ou aquele hotel até porque há muita escolha. É mesmo só devido ao meu cãozinho que está muito agarrado "às saias" da dona :)
Flor
Uns amigos meus que tinham esse problema costumavam deixá-lo numa espécie de "alojamento local" para cães, creio que ali no Jardim Zoológico de Lisboa.
Claro que isto não é uma solução para toda a gente, depende da vontade e das possibilidades de cada um.
Eu nunca tive cães em apartamentos mas tive aqui no meu algures, onde tinham muito por onde correr o dia todo e até uma "mansão" de 30 metros quadrados onde se recolherem, ao fundo do jardim.
Manuel Campos eu sei que há esses "hotéis" para cães e também sei que muitos pets deixam de comer e morrem de saudades.
Flor
Também imaginei que não lhe estava a dar novidade nenhuma.
Só estava a contar desses meus amigos e por isso falei da vontade de cada um.
Eles sempre se deram bem com essa opção e os cães deles também.
Sempre tiveram cães (até mais que um ao mesmo tempo), o último cão que tiveram morreu recentemente de velhice e parece que não vão ter mais.
Gostam imenso de cães mas sabem que se iriam "prender" a outro que tivessem e isso é, em grande parte, incompatível no dia-a-dia com outras opções que gente com bastante dinheiro e cada vez menos anos expectáveis de vida ainda gostaria de tomar.
E à frente o acompanhamento dos netos ainda muito pequenos, algo que eu sei por experiencia própria acabarmos por nos arrepender de todo o tempo que não lhes dedicámos na devida altura.
Por razões que não trago aqui, fomos nós que na prática criámos o nosso neto mais velho, agora com 22 anos, é uma relação extraordinária, em especial com minha mulher, como ela ainda nem 50 anos tinha nessa altura acabou por ser a "mãe", ainda é.
Em tempo.
Criado por nós, relação extraordinária mas não vive connosco.
Trabalha e vive para já sózinho (que se saiba).
É uma espécie de "cultura familiar" que recebemos dos nossos pais, passámos aos nossos filhos e estes passaram aos nossos netos, toda a gente sabe para onde quer ir na vida desde muito cedo (e tem ido com bons resultados, desse lado tem sido um alívio).
razões que a razão desconhece..
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