quarta-feira, março 16, 2022

Uma coisa é a Ucrânia, outra coisa são as sanções

A Rússia pode vir a obter uma abdicação parcial da soberania da Ucrânia (aceitação da não entrada na NATO, estatuto diferente para os territórios no Donbass, talvez um passo institucional favorável aos seus interesses na Crimeia, admissão de um período de continuidade de presença militar no país, etc). 

Porém, mesmo na hipótese desse compromisso vir a ser obtido, o que representará sempre uma relativa rendição da Ucrânia, nunca conseguirá que o mundo ocidental venha a levantar a esmagadora maioria do pacote de sanções.

É que as sanções à Rússia, se foram claramente espoletadas pelo ataque à Ucrânia e para o punir, vão, de futuro, ter um outro objetivo: conseguir conter, enfraquecendo-a, a capacidade económica e estratégica de um ator político-militar que revela ser um poder que põe em risco a perspetiva ocidental da segurança europeia.

3 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

"um poder que põe em risco a perspetiva ocidental da segurança europeia."

Senhor Embaixador, muito francamente, com a minha idade, nunca me senti em "insegurança" com os actos da Russia. Nem dos discursos dos seus lideres.

Mas desde 1945 que a acção dos EUA na Europa e no Mundo me fizeram duvidar das intenções do país que se concedeu o papel de "gendarme" do Mundo.Na realidade para defender os seus interesses.

Quando o tresloucado presidente Donald Trump, , aumentou o tom das suas declarações destrutivas e ameaçadoras. contra a Coréia do Norte com “fogo e fúria jamais vistos no mundo”, como o seu predecessor G,Bush contra o Iraque, isso sim… senti-me ameaçado.

Quando Trump virou a sua metralhadora giratória contra a Venezuela, anunciando que poderia intervir neste país utilizando a força militar. A gravidade da crise política, económica e social da Venezuela, incluindo a quebra das regras democráticas, não justifica a ingerência externa de qualquer país, menos ainda esta condenável ameaça de intervenção militar norte-americana no anacrónico e grosseiro estilo do velho imperialismo.
Isso sim, me amedrontou., tendo sido

Desde a guerra do Vietname, o Mundo vive entre susto e perplexidade, o mundo vive num estado permanente de insegurança com as declarações estapafúrdias e as decisões irresponsáveis dos irresponsáveis americanos. O crime do Iraque, o crime da Líbia …

Até onde vai a sua insanidade e quanto tempo o mundo vai suportar a irresponsabilidade dos presidentes da mais poderosa nação do planeta.

Quando a América impõe a sua lei ao mundo inteiro, Senhor Embaixador! A extraterritorialidade da lei americana pesa como uma espada de Dâmocles sobre as empresas europeias A Rússia nunca ameaçou a minha empresa no mundo. Os EUA, sim.

Mal por Mal disse...

Com as barbaridades norteamericanas no Vietnam, Iraque e por esse mundo fora, e mesmo a destruiçao da Alemanha igual à destruição do Hitler, e arrasando cidades, e bombas atómicas no Japão e mesmo lembrando o parvalhão do Napoleão com invasões e saques, nada do que se passou até hoje, justifica qualquer explicação para este ataque sem declaração de guerra contra uma Nação "desarmada", sim, desarmada sem aspas.

E pior, ameaçando o mundo com armas nucleares.

A Rússia? PQP

Luís Lavoura disse...

Tem toda a razão o Francisco.
É como as sanções sobre a anexação da Crimeia: de então para cá (8 anos) têm-se mantido, por simples e continuada inércia. Ninguém sequer discute seriamente a possibilidade de acabar com elas.

BOAS FESTAS!

  A todos quantos por aqui passam deixo os meus votos de Festas Felizes.  Que a vida lhes sorria e seja, tanto quanto possível, aquilo que i...