quinta-feira, março 24, 2022

O novo governo

Do que gosto mais, no novo governo?

Desde logo, acima de tudo, da continuidade de Marta Temido na Saúde. A competência, a pertinácia e a frontalidade premeiam-se. Esteve muito bem António Costa nesta decisão. Mal conheço, pessoalmente, Marta Temido, mas tenho uma imensa admiração pelo seu trabalho.

Depois, gosto muito de ver João Gomes Cravinho nas Necessidades (e como nº 3 do governo), onde vai substituir aquele que foi um excelente chefe da diplomacia nos últimos sete anos, Augusto Santos Silva. A experiência que traz da Defesa, onde revelou coragem e muita competência, além do seu profundo conhecimento de todas as dimensões da ação externa, são uma sólida garantia para o país.

Acho magnífica a escolha de Helena Carreiras para substituir João Gomes Cravinho na Defesa. Brincando, diria que a diretora do Instituto de Defesa Nacional nos vai fazer falta como vice-presidente do Clube de Lisboa / Global Challenges, mas o seu contributo para o executivo está primeiro! É uma pessoa determinada, que sabe muito da matéria e tem ideias muito claras.

Fernando Medina assume uma pasta muito difícil, mas não tenho a menor dúvida sobre a sua capacidade para a conduzir com êxito. É uma retribuição muito justa àquele que foi, na minha opinião, um excelente presidente da Câmara de Lisboa, embora reconheça que uma conjuntural maioria dos lisboetas não teve o mesmo entendimento do que eu. Pessoalmente, fico muito satisfeito ao ver Fernando Medina com este tipo de responsabilidades, que prenunciam outras.

Deixo um forte abraço de felicitações e votos de bom trabalho para três outros amigos que, pela primeira vez, assumem funções a nível ministerial: Ana Catarina Mendes, João Costa e José Luís Carneiro. 

Ótimas escolhas, a meu ver, são, igualmente, as de António Costa Silva (vão ouvir falar muito dele, podem crer!), de Pedro Adão e Silva (uma surpresa que vai fazer comichão a muita gente) e de Catarina Sarmento e Castro (veio-me à memória o seu pai, um amigo e colega de governo que há muito se foi).

Do que gosto menos neste novo governo? De pouco. Mas, num dia como este, nem às paredes confesso.

13 comentários:

Vasco Pereira disse...

Honestamente o que mais me agradou foi a nomeação de Gomes Cravinho. É garantia da continuação do forte apoio da República de Portugal ao governo reformista de Guaido na Venezuela. E penso que só isso já valeu a pena.

disse...

Um governo feito à medida do aparelho do PS. Não há mal nisso. Excepção: a professora Elvira Fortunato. Uma das grandes cientistas portuguesas. Uma pessoa que está na primeiríssima linha da ciência mundial, que poderia ser professora catedrática em **qualquer** universidade de topo do mundo e que, mesmo assim, escolheu ficar por cá. Que inacreditável generosidade ter prescindido do seu tempo para tentar melhorar a forma como por cá se gere a ciência.

Luís Lavoura disse...

Desde logo, acima de tudo, da continuidade de Marta Temido na Saúde.

Isso é certamente aquilo de que gosto menos no novo governo.

O desempenho dela durante a epidemia foi lamntável.

O mínimo que se exigiria é que já tivesse demitido Desgraça Freitas há muito tempo.

Luís Lavoura disse...

Fernando Medina assume uma pasta muito difícil, mas não tenho a menor dúvida sobre a sua capacidade para a conduzir com êxito.

A pasta das Finanças esteve nos últimos seis anos entregue a técnicos competentes que se desempenharam com brilhantismo. Acho que foi um erro substituí-los por um político.

jj.amarante disse...

Há aqui um silêncio notável (para não dizer ensurdecedor") que fala por ele e pelo embaixador. Outros silêncios terão pouco significado.

Anónimo disse...

Helena Carreiras na defesa?! Eu só posso imaginar como os russos devem de estar a rir... A NATO é uma anedota total. Quantos soldados é que Portugal tem prontos para partir para a guerra em caso urgente? Mil? Ahahahahaha... A sério, o Sérgio Shoigu em Moscovo deve estar a rir às bandeiras despregadas...

Anónimo disse...

O Seixas da costa acha que cabe na cabeça de alguém colocar na pasta da defesa uma pessoa que nem sequer cumpriu o serviço militar? Acha que isto tem alguma lógica?!

João Cabral disse...

Ó senhor embaixador, mas que opinião tão inesperada e surpreendente. Gosta de tudo e de todos. Poupava tantas linhas.

jose duarte disse...

Sr embaixador,boa apreciação do novo governo.É de louvar atitudes serenas sobre o constituição do governo e em particular das escolhas, Obviamente políticas. Esperava-se o quê?

José Lopes disse...

O anónimo das 11.23h ignora que vários países europeus já tiveram ou têm mulheres a chefiar o ministério da defesa? Que as questões políticas relativas à defesa numa democracia moderna podem perfeitamente ser decididas num ministério presidido por uma mulher?

joão pedro disse...


É caso para dizer, Sr. Embaixador: Diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és !

João Pedro

Nuno Figueiredo disse...

Elvira Fortunato.

P. Monteiro disse...

O anónimo das 11:23 diz "O Seixas da costa acha que cabe na cabeça de alguém colocar na pasta da defesa uma pessoa que nem sequer cumpriu o serviço militar? Acha que isto tem alguma lógica?!" (leia-se "uma mulher que não distingue uma granada de um canhão. Se ainda fosse para trabalhar na messe..."). Tendo deixado o serviço militar deixou ser obrigatório em 2004 e que as forças armadas têm cerca de 13% de mulheres, pergunto eu REALLY?

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