segunda-feira, março 21, 2022

Ditaduras e democracias

A Ucrânia não é uma ditadura, embora o regime ucraniano esteja longe de ser uma democracia sem falhas, “to say the least”. Mas mesmo que a Ucrânia fosse uma ditadura - e não o é, repito - não teria menos direito do que uma qualquer democracia de ver a sua soberania plenamente respeitada.

6 comentários:

João Cabral disse...

Portugal é uma democracia sem falhas, senhor embaixador?

Lúcio Ferro disse...

Que Israel ou a China tomem conta disto, inclino-me para Israel, e que Biden ganhe juízo. Entrementes, Mariupol vai ser completamente esmagada. Por um lado, é onde estão os fanáticos do batalhão de azov, por outro, é uma lição/advertência a Kiev.

Anónimo disse...

E o Ocidente, nomeadamente, os EUA e a UE, respeitaram a soberania da Síria em 2011, quando começaram a fornecer armas a toda a espécie de grupos terroristas? E a Líbia, também respeitaram a sua soberania? E a Sérvia? O Afeganistão? O Vietname? Os golpes por toda a América Latina? Etc... Onde é que os EUA e a NATO alguma vez respeitaram a soberania fosse do que fosse?!!

Jaime Santos disse...

Na mouche, Sr. Embaixador. Aliás, se as falhas do regime ucraniano, incluindo a existência de milícias neonazis, justificassem a violação da sua soberania pela Rússia ou por quem quer que seja (logo pela Rússia, depois daquele discurso sobre o sangue e o solo de Putin, a mostrar bem as suas credenciais anti-fascistas), mais razão teriam tido os americanos para invadirem o Iraque, já que Saddam faz até o PR russo (quanto mais Zelenski), parecer um menino de coro...

O Lúcio Ferro parece muito preocupado com o Batalhão de Azov e com as lições a Kyiv. Eu preocupo-me mais com os civis que estão em Mariupol. É engraçado como a Guerra vista à distância rapidamente se transforma num exercício de geoestratégia para certas boas (?) almas com queda para o Leninismo.

Espero sinceramente, meus Senhores, que nunca se encontrem no 'receiving end' do vosso cinismo e ambiguidade moral. Mas lá que mereciam, mereciam...

Eu gostava mesmo era que, por improvável que seja, a Rússia partisse os dentes na Ucrânia e Putin fosse com as trouxinhas (ele sabe que cair da cadeira na Rússia provavelmente representaria uma queda à Salazar, e vai por isso tentar manter-se no poder custe o que custar, ou seja recorrendo a todos os truques sujos para ganhar a guerra).

Não só seria mais um facínora a perder o poder, como teríamos toda a nossa pseudo-Esquerda radical a espumar de raiva. Mais uma vez, e muito mais do que no dia 30 de Dezembro ao serão...

Lúcio Ferro disse...

Caríssimo Jaime,
Não espume de raiva por antecipação. Seguramente que é versado em Históra. Se hoje fazemos de putin a encarnação da Rússia e que julgamos que com a morte de putin a Rússia será amiga, ignoramos todas as lições da história. Há muitas rússias, do mesmo modo que há muitas américase europas e a Rússia é parte da Europa. Convém não esquecer que Alexandre II entrou em Paris e que Estaline entrou em Berlim (porque acordou com o seu aliado Roosevelt não ir mais longe). Deitando fora a propanganda dos média, que já permeia o cinema e séries de ficção que nos são 'oferecidas' por cabo, rídiculo os logotipos azul amarelos, fora a censura do outro lado, evidente vinte e quatro sobre vinte e quatro horas, está na cara que nada disto vai acabar com um brinde de espumante (logo agora que adquiri duas garrafas de Moet Chandon), mas que o zelinski já podia ser mais crescido e posar menos para as revistas, sim, já podia. Saudações cordiais, aquilo do Sahara Ocidental, bonito, hein?

Luís Lavoura disse...

Tudo aquilo que o Francisco diz, e bem, sobre a Ucrânia, aplica-se igualmente bem à Rússia.

Maduro e a democracia

Ver aqui .