Não sei há quanto tempo conheço o Luís Moita. Há muito, pela certa. Habituei-me a admirá-lo, ainda à distância, nas suas andanças pelo catolicismo crítico, pelos caminhos da luta anti-colonial, na procura obsessiva da nossa liberdade coletiva. Vejo-o depois no filme eterno do 25 de abril, com o seu sorriso bom, entre quantos então sairam da prisão de Caxias.
O Luís passou então, brevemente, por um governo, mas manteve-se essencialmente ativo nas atividades cívicas da sociedade dita civil. E dedicou-se em pleno à universidade, onde, nos últimos anos, tive com ele o gosto de privar com regularidade. As surtidas pela política, que as foi tendo, foram sempre à margem do óbvio, eram investimentos na esperança, com aquela pontinha de aventura, quase adolescente, que todos sabemos que lhe marca o íntimo.
O Luís Moita, que o calendário nos diz que faz 80 anos, é uma figura serena, doce, compreensiva, atenta aos outros como ninguém, com o entusiasmo de uma juventude que nunca lhe abandonou o espírito. O Luís Moita é meu amigo e eu tenho um grande orgulho nisso.
3 comentários:
Excelente texto!
Grande e muito boa pessoa. Grande militante anti-fascista. Fundou? E dirigiu o CIDAC. Conheci-o bem e admirava-o, desde o tempo em que fora Padre Católico, no Beato. Está em forma: Menos magro e mais calvo!.
Francisco, o mui caro,
Reconfortante texto acerca do excelente Luís Moita [Luís Maria da Silva Moita, se bem recordo], meninos colegas que fomos no Liceu Camões, luminosa memória que o seu escrito agora me traz !
E entendo esteja nas margens dos oitentas... no que também nos encontramos.. mais
logo !
O meu texto agora é demasiado íntimo para ser difundido mas assim lho mando inter amicus: amanhã terei aqui a brindar o meu querido parente graças a quem tive a felicidade de VOS conhecer!
Ex totto corde,
L
[Luís dos Santos Ferro ]
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