quinta-feira, junho 13, 2019

Corrupção


Hoje, Valdemar Cruz, na “Newsletter” do Expresso, escreve exatamente o que penso:

“A sucessão de casos de alegada corrupção ou de práticas contrárias à lei nas diferentes estruturas do poder, seja autárquico ou nacional, assume-se cada vez mais, nestes tempos de desmesurada influência das redes sociais, como estocadas demolidoras sobre a credibilidade da democracia.

Geram o discurso fácil e demagógico. Alimentam o populismo larvar na sociedade. A incompetência ou a gula de quantos assumem a política como profissão, errada ainda por cima, e se servem da democracia para daí retirarem vantagens pessoais em detrimento do bem público, faz mais para alimentar o espectro que ensombra as democracias do que muitos dos assanhados discursos de quantos exploram os sentimentos mais primários de uma população que, ao sentir-se cada vez mais marginalizada, tende a assumir o perverso discurso do “nós”, o povo, os puros, contra “eles”, os políticos, generalizadamente apresentados como corruptos e açambarcadores.

São estas, também, as crónicas da idade dos mídia. Não é seguro que haja necessariamente mais corrupção. Há, isso sim, uma sociedade mais vigilante e menos tolerante para com estes desvios que se aproveitam da fragilidade das instituições. Há uma vigilância mais apertada de quem tem por função assegurar o cumprimento da lei, e há uma maior sensibilidade de quem tem o dever de informar. Daqui resulta uma maior visibilidade do que antes estaria escondido e silenciado.”

4 comentários:

Anónimo disse...

O facilitismo de um autarca a cometer ilegalidades(inhas) a nível local não pode ser comparado com o poder de um Governo central quando este organiza (impunemente) dívidas de milhões -a serem futuramente pagas pelo contribuinte- até quando já deixou de ser poder legislativo e executivo.

vitor disse...

Só não percebi a solução. Devia-se passar menos investigações para os media, investigar menos ou roubar menos mesmo que não se roube mais?

Anónimo disse...

Também posso concordar com o texto menos com o que está subjacente: que seria melhor não se saber. É uma tese que nem em insinuação se pode equacionar porque se for verdade o caso Sócrates este é grave demais e tem de haver consequências. E uma delas é precisamente o apertar do escrutínio sobre o pessoal que exerce funções públicas. E enquanto não se resolver esta questão estamos num interregno.
João Vieira

Anónimo disse...

Mas.... temos de no lembrar que estamos numa república-democrática saída de uma revolução não violenta mas sem rumo. A Europa deu dinheiro a rodos para alguns ficarem com hábitos capitalistas.
Que grande misturunfada de falsos marxistas.

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