A história política em torno da independência de Angola, em 1975, regista, em lugar proeminente, o facto do Brasil, sob ditadura militar, ter sido o primeiro país a reconhecer a República Popular de Angola, titulada pelo MPLA e presidida por Agostinho Neto.
Durante anos, fui ouvindo - em Luanda, em Nova Iorque e até em Paris - “zunzuns” de que havia ainda por contar outros aspetos da história da relação entre os militares brasileiros e os angolanos em guerra interna de poder. Mas nunca apurei nada de concreto.
Um estudo, agora conhecido (ver aqui), mostra que o Brasil manteve-se a jogar, até bastante tarde, em dois tabuleiros, com um apoio de assessoria militar às forças da FNLA de Holden Roberto, pelo menos até à histórica batalha de Quifandongo.
É muito interessante poder ter mais este elemento para nos ajudar a aprofundar esse tema diplomático fascinante que é a relação do Brasil com a África que fala português.
4 comentários:
Sou a autora desse estudo e gostaria de saber se o senhor conversaria comigo sobre esses "zunzuns", por e-mail ou assim que eu retornar a Portugal. Em caso afirmativo, como o procuro?
Obrigada pelo post.
Gisele Lobato
Ao tempo da batalha de Quifandongo, vivia em Luanda e tinha como colega de trabalho um alto quadro do MPLA. Comentando com ele o avanço da FNLA a partir do Caxito, e conhecendo eu a região por ter estado colocado na zona enquanto militar do exército português, garanti-lhe que nunca chegariam a Luanda: por mar era impossível, por terra bastaria esprá-los nos morros de Quifandongo. E assim aconteceu...
a história, mostra exemplos fascinantes de comportamento entre países "amigos"
- Guerra da independência dos EUA por exemplo:
...o Reino Unido da Grã-Bretanha emergiu triunfante contra a França na América do Norte…
...O envolvimento da França no conflito se mostrou decisivo para a vitória americana, mas, no geral, os franceses ganharam muito pouco e viram sua economia entrar em colapso. A Espanha foi outra que, apesar de estar no lado dos vitoriosos, não conseguiu conquistar muita coisa. Os holandeses, que também estavam em guerra contra a Inglaterra, acabaram sofrendo grandes perdas financeiras e territoriais…
a cadeira de quem sai não chega a arrefecer, apesar de nem sempre o desfecho ser o desejado nos objetivos...
Ernesto Geisel (na foto, o da esquerda)o presidente ideal para um brasil a precisar de uma boa ditadura, que se entendeu com africanos e portugueses, pretos, brancos, comunistas e capitalistas, das direitas das esquerdas ou nem uma coisa nem outra.
Só cometeu um erro, marcou abruptamente a data do fim da ditadura e deu no que deu.
Este rico brasil! mas antes assim!
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