segunda-feira, setembro 16, 2024

Já agora

Haverá quem venha responder que "isso agora não interessa nada". Mas seria importante saber: que avaliação faziam as autoridades sobre o grau de efetivo cumprimento das medidas obrigatórias de limpeza de terrenos nas zonas rurais, em vigor no início deste verão de 2024?

13 comentários:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Isso mesmo!
As Hilux de caixa fechada lá passam por aí a bater umas fotos no final da primavera, passado uns tempos há umas limpezas, mas é só de uma parte.
Nem as Juntas de Freguesia têm limpado as "non aedificandi" das estradas, quanto mais.

Anónimo disse...

Ainda de volta do mito urbano das "limpezas" ?! Haja paciência !!!

Isa disse...

Hoje, pela primeira vez. fala-se no papel das populações como combatentes dos fogos.
Só quem não vive numa aldeia, há mais de 35 anos, esquece que tal papel é decisivo

aguerreiro disse...

Os governos sobre pretextos da CEE, proibem as matanças de porcos, vacas , cabras e ovelhas, até tem o desplante de as registar e "brincar", ainda há pouco uns iluminados citadinos queriam registar os frangos e as pitas, proibem as esterqueiras, impedem as vendas caseiras nas feiras e mercados aos lavradores sem registo de "produtor agrícola", o mesmo se passa com o vinho. e com as madeiras, para serrar um pau tenho, na minha terra de andar com ele 50 quilómetros de camioneta pois o ministério exige para montar uma serraria uma montanha de pareceres e papeis, o que desmotiva o pequeníssimo industrial a quem obrigou a fechar a chafarica, por não conceder licença e multar quem não fechasse os pequenos "charriots" eléctricos que ia havendo por essas aldeias
Tudo isto e mais o que não me lembro, levaram ao declínio da lavoura tradicional, a perseguição da GNR sobre que conduz tractores sem a habilitação exigida, (há meia dúzia de anos atrás bastava carta de ligeiros ou uma "carta emitida pelo Grémio ou Cooperativa). foram criando obstáculos aos cortes de tojos e matos pois proibiram as esterqueiras, subsidiam adubos químicos, acabam com os guardas florestais e depois querem limpezas? Que as venham fazer os deputados que fazem ou acatam as leis para receberem as esmolas da Europa. Que limpem eles as matas, pois se nem sequer se podem queimar os sobrantes dessas limpezas por via dos fogos, basta ver que este ano choveu até meados de maio e em junho já não se podiam fazer queimas. É tão bom falar sentado numa esplanada em Lisboa sobre fogos florestais não é sr embaixador?

Nuno Figueiredo disse...

...é que não há (mesmo) volta a dar...

Anónimo disse...

A experiência tem mostrado que a obrigatoriedade da limpeza dos terrenos é uma panaceia. O Governo criou essa medida para endossar a responsabilidade para os proprietários. O problema é que a esmagadora maioria dos proprietários não tem idade nem posses financeiras para limpar, ano a pós ano, os seus terrenos.

Depois, as autoridades centrais e locais deixam construir por todo o lado, constrói-se montes acima, com acessos que do tempo dos carros de bois, só que agora alcatifados a alcatrão, com custos de infraestruturas (água, saneamento, electricidade) absolutamente anormais.

Nenhum Governo tem ousado encontrar uma solução para este problema, que tem muito de urbanismo e de economia local.

Agora temos a lamúria do PR e do Primeiro-ministro. Só que, desta vez, em grande harmonia, sem recados nem apelos a demissões. As TVs estão a ouvir os especialistas. Nós vamos apondo, aqui e ali, uns bitaites sobre o assunto. E daqui a uns anos, quando o matagal se recompuser, o fogo voltará na forma do costume e…
outros voltarão a falar, a falar
J. Carvalho

Anónimo disse...

e a limpeza das bermas das autoestradas? parecem verdadeiros pinhais...

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

O Nuno Figueiredo, tem toda a razão, neste país cumprir certas regras é uma chatice enorme e as autoridades são o diabo a sete, mesmo com a fiscalização frouxa e a "vista grossa". As pessoas habituaram-se a fazer o que querem e depois arranjam desculpas com os vilões do costume, a maior graça é que ai de alguém que se meta nos seus terrenos (abertos e sem qualquer menção de prioridade privada) a apanhar uns paus, umas carumas e umas pinhas.

Anónimo disse...

Todos os anos é o mesmo: as imagens nos meios de comunicação, a discussão sobre as causas e os remédios. Fora isso nada muda.

Alteremos pois os pressupostos:
- Se não vale a pena limpar, é porque não há grande prejuízo;
- Se não se sabe quem é o proprietário, ele não se vai queixar.

Fora isso é instituir uma taxa de incêndio, como fazem na Califórnia, a pagar pelos proprietários. Eu é que não devo pagar pelas acções ou omissões dos outros.

manuel campos disse...

Muito bons comentários do “aguerreiro” e do “J. Carvalho”, apoiados pelos dos outros comentadores deste texto.
É gente que por aqui está a falar do que sabe, sem desatar a disparar para todos os lados, isso é cada vez mais raro.
Mas como por estes tempos cada pessoa com acesso à Internet se considera um “meio de comunicação social”, continuemos assim.
O comentário do Anónimo das 10.12 leva-me a uma pequena história.
Era eu “líder” (gosto desta) aí de uma empresa num distrito longínquo, empresa com muitas propriedades rurais por força da suas actividades, vêm dizer-me que uma árvore de grande porte à beira de uma importante estrada nacional estava a
ficar demasiado inclinada, constituindo um perigo.
Como a árvore estava naquela berma creio que de 5 metros considerada “zona de serventia” (acho que era este o nome) avisei oficialmente quem de direito (se calhar ainda a JAE, há tantos anos que foi), responderam que iam tratar do assunto.
Ora ninguém tratou de nada e todos os dias a árvore se inclinava mais, pelo que a mandei cortar antes que matasse alguém, informando do facto a tal entidade.
Resumindo: um processo contra a pessoa que tinha mandado cortar a árvore (eu).
Ralei-me tanto com isso como com o paradeiro do meu primeiro par de cuecas.
Ainda hoje estou para saber qual foi o tempo de prisão a que fui condenado.

Quanto ao tema do texto e como caricatura direi que a autoridade que fiscaliza não fica muito confortável se tiver que autuar o maior proprietário rural português, o Estado Português, a começar pelas juntas de freguesia, como frisa o nosso amigo Sousa Rodrigues).
Aliás basta lembrar as ervas nos poucos metros dos passeios de Lisboa para não me parecer nada anormal ver as ervas nos quilómetros de bermas aí pelo mundo rural fora.
Como diz o Nuno Figueiredo “...é que não há (mesmo) volta a dar...”.

Como já contei, limpo com tractor trimestralmente um terreno de 1000 (mil) m2 urbano (agora já me custa 240€ por ano), completamente cercado por um muro e anexo ao terreno da minha casa.
Do lado de fora desse muro existe um espaço de uns 50 (cinquenta) m2 responsabilidade da junta de freguesia e nem de catana se atravessa.
No caso particular desta semana não se tinham juntado tantos factores meteorológicos desfavoráveis há 21 anos, a “regra dos três 30” ainda levou com mais um 30 em muitas zonas do país, pois para além do “temperatura mais de 30ºC, vento mais de 30 Kms/hora, humidade menos de 30%” ainda houve locais com “falta de chuva há 30 dias”.
Tendo em conta que em zonas com que passei a tarde de ontem e manhã de hoje quase todo o tempo em contacto se verificaram menos de 10% de humidade e mais de 60 Kms/hora do vento, temos a “festa” feita.
É de investimento em meios técnicos e tecnológicos de previsão (e alguns meios aéreos) que precisamos pois considero que em meios humanos treinados e viaturas em bom estado o país está bem servido (trabalhei em 5 distritos).

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Ignorar a vírgula após Figueiredo, sff.

Anónimo disse...

Exactissimamente !

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

"Isso agora não interessa nada" e já agora "Epá, mas..."
QED ou CQD

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