sábado, setembro 07, 2024

França e Alemanha


Líderes têm razões para rir? 

Ver aqui.

9 comentários:

manuel campos disse...

A “mistura de agendas” de que fala (e é uma boa imagem) vai ter tendência a alastrar a outros partidos e, em última análise, aos partidos “tradicionais” que têm vindo alternadamente a governar.
Como nunca me cansarei de relembrar o futuro é da malta nova e, mal ou bem, a malta nova está cada vez mais longe de se interessar pelas ideias “feitas” das gerações mais velhas que se deixaram anquilosar nas suas convicções e até preconceitos, que nunca aceitam rever à luz da tal realidade pois muitos terão receio de deixarem de ter as certezas que lhes garantem a ideia de segurança.
Tudo muda a uma velocidade que ninguém consegue acompanhar, os cérebros vão sendo dominados por vagas e vagas de informação que ninguém tem tempo de verificar (nem quer) e considera tudo verdade segundo o princípio de “disseram na televisão”, hoje em dia muito mais grave porque não é uma notícia só pois também “foi um especialista que disse”.
Ora essa malta nova cada vez se revê menos no espírito “esquerda/direita” em que , como todos os dias também vemos e lemos, acaba por “obrigar” os que se dizem de esquerda a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, bem como os que se dizem de direita também a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, lá muito de vez em quando e a medo lá aparece alguém a dar razão num ponto qualquer ao outro campo mas arrepende-se logo.
O que começa a ser patente para mim é que essas novas gerações que crescem agora na Europa têm consciência do que os espera (e que não é nada entusiasmante para quem foi criado num mundo de alguma facilidade) e vão naturalmente evoluindo a favor de partidos que “misturem as agendas” das várias preocupações deles, as quais vão de coisas que a actual esquerda defende a coisas que a actual direita defende e que não têm nada de nada a ver com as preocupações das velhas gerações.
Ora pelos vistos começam a aparecer partidos que o terão percebido e se começam a posicionar e, se assim fôr, os partidos das velhinhas “esquerda/direita” irão também ter que seguir por aí.
O problema é que depois ficam todos iguais.
Mas não é aí que vem conduzindo a “formatação” do pensamento destes tempos?

Joaquim de Freitas disse...

Não é preciso longos discursos ou comentários: Riem, mas é um rir falso. São cegos e surdos. Não ouviram os seus povos a gemer nos hospitais superlotados ou na fila de espera para ser tratados, e a sombra das contas da Nação que viraram ao “vermelho”; e viram os EUA e os UcraNazis cometer TERRORISMO no NordStream, e as empresas a transferir -se para os EUA, mas mesmo assim continuam a fazer de conta que não viram nada.

Anónimo disse...

Têm todas as razões para não rir, a começar pelo facto de de líderes já terem muito pouco.

manuel campos disse...

Lembra-me a história da hiena eternizada por Juca Chaves, ouvi-a da boca dele nos espectáculos ao vivo que deu em Lisboa no início dos anos 70, ainda as ouço quando quero porque tenho vários CD para onde transferi os LP e EP dele que me emprestaram ao longo dos anos.

Vou aqui pôr a história tal como a encontrei agora por aí:
“A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?".

Anónimo disse...

Pena é que a uma grande parte da comunicação social não tem saber, nem vontade de fazer um jornalismo sério. A figura e o carácter de Olaf Scholz dispensaria este tipo de trabalhos menores. Nem lhes interessa, aos tais jornalistas de pacotilha, o mau serviço que fazem à Democracia. Mas, como a ignorância é atrivida, cá temos apenas uma minoria de cidadãoes a não ceder a esta narrativa de DIREITA oculta ! Confundir Macron com Olaf Scholz, parece, se não fosse sério, coisa de almanaque ! São ignorâncias que um pretenso "povo leitor" lá vai comindo, infelizmente !

Joaquim de Freitas disse...

Eles podiam chorar, mas preferiram rir dos seus infortúnios!

As eleições regionais alemãs no leste do país (Saxónia e Turíngia) e no centro (Brandemburgo) infligiram certamente um duro golpe aos social-democratas no poder.

Os vencedores são a Aliança de extrema-direita pela Alemanha (quase 30% dos votos) e o novo partido de esquerda, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW).

Imaginem que o BSW foi criado pela ex-líder do Die Linke, Sahra Wagenknecht, que não conseguiu impedir que o seu antigo partido se afastasse das suas raízes de classe trabalhadora e se aproximasse do liberalismo de esquerda.

O Die Linke, por sua vez, quase não aparece nas pesquisas. O BSW opõe-se fortemente ao apoio da Alemanha à guerra da NATO e é na verdade um projecto político anti-NATO (o líder do seu partido, Sevim Dagdelen, acaba de publicar um livro com a LeftWord Books sobre a NATO e a sua história inglória - NATO: A Reckoning with a Aliança Atlântica, 2024). Livro muito, muito interessante.

O BSW disse que não apoiaria quaisquer planos para hospedar mísseis de médio alcance dos EUA na Alemanha, que foram colocados sobre a mesa pelo governo social-democrata-verde.

A Alemanha está actualmente a construir a sua primeira base militar estrangeira desde 1945. Esta estará localizada na Lituânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, e deverá acomodar 4.000 soldados da Bundeswehr até 2027. A balança de forças na Alemanha está rapidamente a virar-se contra este tipo de militarismo.

Claro que Olaf, o pobre Olaf, insultado por Biden ( ah aquela frase de Biden: Não, não Olaf, você não vai arrancar com o GazpromNord Stream II …Claro, Biden jà tinha ordenado a sua destruição…). Não, não Olaf não pode rir…

Quanto a Macron, a mesma atmosfera reina em França, onde o bloco da Frente Popular, que inclui La France insoumise e o Partido Comunista, obteve ganhos substanciais contra as forças centristas nas recentes eleições legislativas. O Macronismo estatelou-se…E Diogènes Macron , depois de ter negado a Democracia, anda à procura dum governo…que Marine farà cair quando lhe convier, porque na realidade o que ela quer é fazer cair Macron !

A guerra na Ucrânia continua, mas o apetite por esta guerra, mesmo na Ucrânia, diminuiu. A Europa não será para sempre o capacho da política dos EUA, se isso significar que as necessidades europeias devem ser subordinadas às dos Estados Unidos.

Anónimo disse...

Dois idiotas. Dois políticos abaixo de sofrível. Mas que reflectem bem a Europa de hoje, sem líderes políticos à altura das situações e circunstâncias actuais e futuras. Uma Europa submissa perante os EUA, que, por sua vez, têm vindo a ser governados por uns tantos trastes, assalariados dos oligarcas que lhes financiam as eleições e a sinecura na Casa Branca, a fim de lhes defender os interesses económico-financeiros e militar.
Estas duas patéticas criaturas não divergem das restantes que poluem hoje os governos desta Europa Neoliberal. O que já foi a Europa, politicamente, e no que entretanto se transformou! Sem rumo, sem ideias, sem projectos, nada. É governar como manda a cartilha Neoliberal, adoptada há uns anos a esta parte e abraçar o urso norte-americano. Enfim...
a) P. Rufino

Joaquim de Freitas disse...

Excelente comentàrio de P.Rufino.

Líderes e instituições, tudo à deriva. Um exemplo :


Em 18 de Janeiro, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução explosiva, na qual deplorava e condenava uma decisão tomada algumas semanas antes pela Comissão Europeia. À medida que se aproximava o Conselho Europeu que decidiria sobre a revisão do orçamento da UE – a Comissão pretendia um aumento de 50 mil milhões de euros, em particular, para continuar o apoio financeiro à Ucrânia

Bruxelas decidiu subitamente aceitar o pagamento à Hungria de 10,2 mil milhões de euros anteriormente suspensos por incumprimento do “estado de direito” por parte de Budapeste.

A sua intenção era transparente: era obter o apoio de Viktor Orbán para a revisão orçamental em troca de uma enorme cenoura financeira.

Esta decisão despertou a ira dos parlamentares europeus; uma raiva ainda mais intensa desde que o Concílio de 14 e 15 de Dezembro terminou em fracasso.

Eles acreditam que, ao agir como agiu, a Comissão vendeu os “valores” da UE e os “seus interesses estratégicos”. Eles também se sentem indignados por não terem sido ouvidos antes.

Anunciam assim que mandataram os seus serviços jurídicos para examinarem a possibilidade de recurso perante o Tribunal de Justiça da UE, a fim de “monitorizarem a legalidade” da decisão tomada pelo Comissão.
As instituições da UE estão, portanto, a chegar ao ponto em que se confrontam agora abertamente.

C’est beau l’Europe des 27…

manuel campos disse...

Está-me cá a parecer que na Alemanha já começou a "mistura de agendas" de que falou aqui e que eu comentei.
Fechar fronteiras não tem sido de esquerda e se correr bem (que é o mais provável pelo menos nos discursos) não irão ser só 6 meses.
E outros podem achar interessante a ideia.
À suivre.

Já agora

Haverá quem venha responder que "isso agora não interessa nada". Mas seria importante saber: que avaliação faziam as autoridades s...