A “mistura de agendas” de que fala (e é uma boa imagem) vai ter tendência a alastrar a outros partidos e, em última análise, aos partidos “tradicionais” que têm vindo alternadamente a governar. Como nunca me cansarei de relembrar o futuro é da malta nova e, mal ou bem, a malta nova está cada vez mais longe de se interessar pelas ideias “feitas” das gerações mais velhas que se deixaram anquilosar nas suas convicções e até preconceitos, que nunca aceitam rever à luz da tal realidade pois muitos terão receio de deixarem de ter as certezas que lhes garantem a ideia de segurança. Tudo muda a uma velocidade que ninguém consegue acompanhar, os cérebros vão sendo dominados por vagas e vagas de informação que ninguém tem tempo de verificar (nem quer) e considera tudo verdade segundo o princípio de “disseram na televisão”, hoje em dia muito mais grave porque não é uma notícia só pois também “foi um especialista que disse”. Ora essa malta nova cada vez se revê menos no espírito “esquerda/direita” em que , como todos os dias também vemos e lemos, acaba por “obrigar” os que se dizem de esquerda a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, bem como os que se dizem de direita também a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, lá muito de vez em quando e a medo lá aparece alguém a dar razão num ponto qualquer ao outro campo mas arrepende-se logo. O que começa a ser patente para mim é que essas novas gerações que crescem agora na Europa têm consciência do que os espera (e que não é nada entusiasmante para quem foi criado num mundo de alguma facilidade) e vão naturalmente evoluindo a favor de partidos que “misturem as agendas” das várias preocupações deles, as quais vão de coisas que a actual esquerda defende a coisas que a actual direita defende e que não têm nada de nada a ver com as preocupações das velhas gerações. Ora pelos vistos começam a aparecer partidos que o terão percebido e se começam a posicionar e, se assim fôr, os partidos das velhinhas “esquerda/direita” irão também ter que seguir por aí. O problema é que depois ficam todos iguais. Mas não é aí que vem conduzindo a “formatação” do pensamento destes tempos?
Não é preciso longos discursos ou comentários: Riem, mas é um rir falso. São cegos e surdos. Não ouviram os seus povos a gemer nos hospitais superlotados ou na fila de espera para ser tratados, e a sombra das contas da Nação que viraram ao “vermelho”; e viram os EUA e os UcraNazis cometer TERRORISMO no NordStream, e as empresas a transferir -se para os EUA, mas mesmo assim continuam a fazer de conta que não viram nada.
Lembra-me a história da hiena eternizada por Juca Chaves, ouvi-a da boca dele nos espectáculos ao vivo que deu em Lisboa no início dos anos 70, ainda as ouço quando quero porque tenho vários CD para onde transferi os LP e EP dele que me emprestaram ao longo dos anos.
Vou aqui pôr a história tal como a encontrei agora por aí: “A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?".
Pena é que a uma grande parte da comunicação social não tem saber, nem vontade de fazer um jornalismo sério. A figura e o carácter de Olaf Scholz dispensaria este tipo de trabalhos menores. Nem lhes interessa, aos tais jornalistas de pacotilha, o mau serviço que fazem à Democracia. Mas, como a ignorância é atrivida, cá temos apenas uma minoria de cidadãoes a não ceder a esta narrativa de DIREITA oculta ! Confundir Macron com Olaf Scholz, parece, se não fosse sério, coisa de almanaque ! São ignorâncias que um pretenso "povo leitor" lá vai comindo, infelizmente !
Eles podiam chorar, mas preferiram rir dos seus infortúnios!
As eleições regionais alemãs no leste do país (Saxónia e Turíngia) e no centro (Brandemburgo) infligiram certamente um duro golpe aos social-democratas no poder.
Os vencedores são a Aliança de extrema-direita pela Alemanha (quase 30% dos votos) e o novo partido de esquerda, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW).
Imaginem que o BSW foi criado pela ex-líder do Die Linke, Sahra Wagenknecht, que não conseguiu impedir que o seu antigo partido se afastasse das suas raízes de classe trabalhadora e se aproximasse do liberalismo de esquerda.
O Die Linke, por sua vez, quase não aparece nas pesquisas. O BSW opõe-se fortemente ao apoio da Alemanha à guerra da NATO e é na verdade um projecto político anti-NATO (o líder do seu partido, Sevim Dagdelen, acaba de publicar um livro com a LeftWord Books sobre a NATO e a sua história inglória - NATO: A Reckoning with a Aliança Atlântica, 2024). Livro muito, muito interessante.
O BSW disse que não apoiaria quaisquer planos para hospedar mísseis de médio alcance dos EUA na Alemanha, que foram colocados sobre a mesa pelo governo social-democrata-verde.
A Alemanha está actualmente a construir a sua primeira base militar estrangeira desde 1945. Esta estará localizada na Lituânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, e deverá acomodar 4.000 soldados da Bundeswehr até 2027. A balança de forças na Alemanha está rapidamente a virar-se contra este tipo de militarismo.
Claro que Olaf, o pobre Olaf, insultado por Biden ( ah aquela frase de Biden: Não, não Olaf, você não vai arrancar com o GazpromNord Stream II …Claro, Biden jà tinha ordenado a sua destruição…). Não, não Olaf não pode rir…
Quanto a Macron, a mesma atmosfera reina em França, onde o bloco da Frente Popular, que inclui La France insoumise e o Partido Comunista, obteve ganhos substanciais contra as forças centristas nas recentes eleições legislativas. O Macronismo estatelou-se…E Diogènes Macron , depois de ter negado a Democracia, anda à procura dum governo…que Marine farà cair quando lhe convier, porque na realidade o que ela quer é fazer cair Macron !
A guerra na Ucrânia continua, mas o apetite por esta guerra, mesmo na Ucrânia, diminuiu. A Europa não será para sempre o capacho da política dos EUA, se isso significar que as necessidades europeias devem ser subordinadas às dos Estados Unidos.
Dois idiotas. Dois políticos abaixo de sofrível. Mas que reflectem bem a Europa de hoje, sem líderes políticos à altura das situações e circunstâncias actuais e futuras. Uma Europa submissa perante os EUA, que, por sua vez, têm vindo a ser governados por uns tantos trastes, assalariados dos oligarcas que lhes financiam as eleições e a sinecura na Casa Branca, a fim de lhes defender os interesses económico-financeiros e militar. Estas duas patéticas criaturas não divergem das restantes que poluem hoje os governos desta Europa Neoliberal. O que já foi a Europa, politicamente, e no que entretanto se transformou! Sem rumo, sem ideias, sem projectos, nada. É governar como manda a cartilha Neoliberal, adoptada há uns anos a esta parte e abraçar o urso norte-americano. Enfim... a) P. Rufino
Líderes e instituições, tudo à deriva. Um exemplo :
Em 18 de Janeiro, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução explosiva, na qual deplorava e condenava uma decisão tomada algumas semanas antes pela Comissão Europeia. À medida que se aproximava o Conselho Europeu que decidiria sobre a revisão do orçamento da UE – a Comissão pretendia um aumento de 50 mil milhões de euros, em particular, para continuar o apoio financeiro à Ucrânia
Bruxelas decidiu subitamente aceitar o pagamento à Hungria de 10,2 mil milhões de euros anteriormente suspensos por incumprimento do “estado de direito” por parte de Budapeste.
A sua intenção era transparente: era obter o apoio de Viktor Orbán para a revisão orçamental em troca de uma enorme cenoura financeira.
Esta decisão despertou a ira dos parlamentares europeus; uma raiva ainda mais intensa desde que o Concílio de 14 e 15 de Dezembro terminou em fracasso.
Eles acreditam que, ao agir como agiu, a Comissão vendeu os “valores” da UE e os “seus interesses estratégicos”. Eles também se sentem indignados por não terem sido ouvidos antes.
Anunciam assim que mandataram os seus serviços jurídicos para examinarem a possibilidade de recurso perante o Tribunal de Justiça da UE, a fim de “monitorizarem a legalidade” da decisão tomada pelo Comissão. As instituições da UE estão, portanto, a chegar ao ponto em que se confrontam agora abertamente.
Está-me cá a parecer que na Alemanha já começou a "mistura de agendas" de que falou aqui e que eu comentei. Fechar fronteiras não tem sido de esquerda e se correr bem (que é o mais provável pelo menos nos discursos) não irão ser só 6 meses. E outros podem achar interessante a ideia. À suivre.
9 comentários:
A “mistura de agendas” de que fala (e é uma boa imagem) vai ter tendência a alastrar a outros partidos e, em última análise, aos partidos “tradicionais” que têm vindo alternadamente a governar.
Como nunca me cansarei de relembrar o futuro é da malta nova e, mal ou bem, a malta nova está cada vez mais longe de se interessar pelas ideias “feitas” das gerações mais velhas que se deixaram anquilosar nas suas convicções e até preconceitos, que nunca aceitam rever à luz da tal realidade pois muitos terão receio de deixarem de ter as certezas que lhes garantem a ideia de segurança.
Tudo muda a uma velocidade que ninguém consegue acompanhar, os cérebros vão sendo dominados por vagas e vagas de informação que ninguém tem tempo de verificar (nem quer) e considera tudo verdade segundo o princípio de “disseram na televisão”, hoje em dia muito mais grave porque não é uma notícia só pois também “foi um especialista que disse”.
Ora essa malta nova cada vez se revê menos no espírito “esquerda/direita” em que , como todos os dias também vemos e lemos, acaba por “obrigar” os que se dizem de esquerda a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, bem como os que se dizem de direita também a apoiarem em conjunto as mesmas visões do mundo, lá muito de vez em quando e a medo lá aparece alguém a dar razão num ponto qualquer ao outro campo mas arrepende-se logo.
O que começa a ser patente para mim é que essas novas gerações que crescem agora na Europa têm consciência do que os espera (e que não é nada entusiasmante para quem foi criado num mundo de alguma facilidade) e vão naturalmente evoluindo a favor de partidos que “misturem as agendas” das várias preocupações deles, as quais vão de coisas que a actual esquerda defende a coisas que a actual direita defende e que não têm nada de nada a ver com as preocupações das velhas gerações.
Ora pelos vistos começam a aparecer partidos que o terão percebido e se começam a posicionar e, se assim fôr, os partidos das velhinhas “esquerda/direita” irão também ter que seguir por aí.
O problema é que depois ficam todos iguais.
Mas não é aí que vem conduzindo a “formatação” do pensamento destes tempos?
Não é preciso longos discursos ou comentários: Riem, mas é um rir falso. São cegos e surdos. Não ouviram os seus povos a gemer nos hospitais superlotados ou na fila de espera para ser tratados, e a sombra das contas da Nação que viraram ao “vermelho”; e viram os EUA e os UcraNazis cometer TERRORISMO no NordStream, e as empresas a transferir -se para os EUA, mas mesmo assim continuam a fazer de conta que não viram nada.
Têm todas as razões para não rir, a começar pelo facto de de líderes já terem muito pouco.
Lembra-me a história da hiena eternizada por Juca Chaves, ouvi-a da boca dele nos espectáculos ao vivo que deu em Lisboa no início dos anos 70, ainda as ouço quando quero porque tenho vários CD para onde transferi os LP e EP dele que me emprestaram ao longo dos anos.
Vou aqui pôr a história tal como a encontrei agora por aí:
“A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?".
Pena é que a uma grande parte da comunicação social não tem saber, nem vontade de fazer um jornalismo sério. A figura e o carácter de Olaf Scholz dispensaria este tipo de trabalhos menores. Nem lhes interessa, aos tais jornalistas de pacotilha, o mau serviço que fazem à Democracia. Mas, como a ignorância é atrivida, cá temos apenas uma minoria de cidadãoes a não ceder a esta narrativa de DIREITA oculta ! Confundir Macron com Olaf Scholz, parece, se não fosse sério, coisa de almanaque ! São ignorâncias que um pretenso "povo leitor" lá vai comindo, infelizmente !
Eles podiam chorar, mas preferiram rir dos seus infortúnios!
As eleições regionais alemãs no leste do país (Saxónia e Turíngia) e no centro (Brandemburgo) infligiram certamente um duro golpe aos social-democratas no poder.
Os vencedores são a Aliança de extrema-direita pela Alemanha (quase 30% dos votos) e o novo partido de esquerda, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW).
Imaginem que o BSW foi criado pela ex-líder do Die Linke, Sahra Wagenknecht, que não conseguiu impedir que o seu antigo partido se afastasse das suas raízes de classe trabalhadora e se aproximasse do liberalismo de esquerda.
O Die Linke, por sua vez, quase não aparece nas pesquisas. O BSW opõe-se fortemente ao apoio da Alemanha à guerra da NATO e é na verdade um projecto político anti-NATO (o líder do seu partido, Sevim Dagdelen, acaba de publicar um livro com a LeftWord Books sobre a NATO e a sua história inglória - NATO: A Reckoning with a Aliança Atlântica, 2024). Livro muito, muito interessante.
O BSW disse que não apoiaria quaisquer planos para hospedar mísseis de médio alcance dos EUA na Alemanha, que foram colocados sobre a mesa pelo governo social-democrata-verde.
A Alemanha está actualmente a construir a sua primeira base militar estrangeira desde 1945. Esta estará localizada na Lituânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, e deverá acomodar 4.000 soldados da Bundeswehr até 2027. A balança de forças na Alemanha está rapidamente a virar-se contra este tipo de militarismo.
Claro que Olaf, o pobre Olaf, insultado por Biden ( ah aquela frase de Biden: Não, não Olaf, você não vai arrancar com o GazpromNord Stream II …Claro, Biden jà tinha ordenado a sua destruição…). Não, não Olaf não pode rir…
Quanto a Macron, a mesma atmosfera reina em França, onde o bloco da Frente Popular, que inclui La France insoumise e o Partido Comunista, obteve ganhos substanciais contra as forças centristas nas recentes eleições legislativas. O Macronismo estatelou-se…E Diogènes Macron , depois de ter negado a Democracia, anda à procura dum governo…que Marine farà cair quando lhe convier, porque na realidade o que ela quer é fazer cair Macron !
A guerra na Ucrânia continua, mas o apetite por esta guerra, mesmo na Ucrânia, diminuiu. A Europa não será para sempre o capacho da política dos EUA, se isso significar que as necessidades europeias devem ser subordinadas às dos Estados Unidos.
Dois idiotas. Dois políticos abaixo de sofrível. Mas que reflectem bem a Europa de hoje, sem líderes políticos à altura das situações e circunstâncias actuais e futuras. Uma Europa submissa perante os EUA, que, por sua vez, têm vindo a ser governados por uns tantos trastes, assalariados dos oligarcas que lhes financiam as eleições e a sinecura na Casa Branca, a fim de lhes defender os interesses económico-financeiros e militar.
Estas duas patéticas criaturas não divergem das restantes que poluem hoje os governos desta Europa Neoliberal. O que já foi a Europa, politicamente, e no que entretanto se transformou! Sem rumo, sem ideias, sem projectos, nada. É governar como manda a cartilha Neoliberal, adoptada há uns anos a esta parte e abraçar o urso norte-americano. Enfim...
a) P. Rufino
Excelente comentàrio de P.Rufino.
Líderes e instituições, tudo à deriva. Um exemplo :
Em 18 de Janeiro, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução explosiva, na qual deplorava e condenava uma decisão tomada algumas semanas antes pela Comissão Europeia. À medida que se aproximava o Conselho Europeu que decidiria sobre a revisão do orçamento da UE – a Comissão pretendia um aumento de 50 mil milhões de euros, em particular, para continuar o apoio financeiro à Ucrânia
Bruxelas decidiu subitamente aceitar o pagamento à Hungria de 10,2 mil milhões de euros anteriormente suspensos por incumprimento do “estado de direito” por parte de Budapeste.
A sua intenção era transparente: era obter o apoio de Viktor Orbán para a revisão orçamental em troca de uma enorme cenoura financeira.
Esta decisão despertou a ira dos parlamentares europeus; uma raiva ainda mais intensa desde que o Concílio de 14 e 15 de Dezembro terminou em fracasso.
Eles acreditam que, ao agir como agiu, a Comissão vendeu os “valores” da UE e os “seus interesses estratégicos”. Eles também se sentem indignados por não terem sido ouvidos antes.
Anunciam assim que mandataram os seus serviços jurídicos para examinarem a possibilidade de recurso perante o Tribunal de Justiça da UE, a fim de “monitorizarem a legalidade” da decisão tomada pelo Comissão.
As instituições da UE estão, portanto, a chegar ao ponto em que se confrontam agora abertamente.
C’est beau l’Europe des 27…
Está-me cá a parecer que na Alemanha já começou a "mistura de agendas" de que falou aqui e que eu comentei.
Fechar fronteiras não tem sido de esquerda e se correr bem (que é o mais provável pelo menos nos discursos) não irão ser só 6 meses.
E outros podem achar interessante a ideia.
À suivre.
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