Recomendo vivamente uma visita a esta mostra da América dos anos 40 do século passado, um conjunto de fotografias cuja cor foi recuperada de forma magnífica.
Existem hoje em dia muitos "sítios" na net para este efeito baseados na Inteligência Artificial (que eu considero cada vez mais perigosa, mas neste caso não). Basta pôr por exemplo "colorização de fotos" e lá estão eles. De um modo geral quase todos são pagos, talvez haja algum gratuito mas não aconselho pois isso paga-se na falta de qualidade, como sempre. Não é nenhuma fortuna para quem quiser mesmo fazer a experiência e colorir as fotos a P/B ou até sépia que tem no computador ou passou para lá pelos métodos habituais. Pode-se ir de uma “assinatura” para um certo número de fotos (apresentadas como “créditos” que se vão gastando) até a todo o tipo de períodos de tempo de uso ilimitado dos “créditos”. Há de tudo, como se imagina. O sistema obriga, como é evidente, a que a pessoa se “identifique” através de uma conta, normalmente a sua conta Google ou até Facebook, é uma medida evidente de “responsabilização” do que se possa fazer com fotos que não são as originais.
Reparem na beleza, atavio, e genuinidade das pessoas, nas roupas de qualidade e bom gosto, nos cenários lindíssimos com reclames, letreiros, e publicidade que são autênticas obras de arte, nos automóveis espectaculares, nas pessoas a conviverem umas com as outras, a fumar e a beber, como fazem as pessoas normais.
Agora comparem com o século XXI e o que temos estado a vivenciar nos últimos 13 anos.
«...A vida não me traz mais nada. Eu já vi de tudo, já vivi tudo. Mas o principal é que eu odeio esta época, ela deixa-me doente. Eu odeio essas pessoas. Tudo é falso, tudo é contrafeito. Não há mais respeito, ninguém cumpre as suas promessas. Só o dinheiro importa. Todos os dias, de manhã à noite, não ouvimos nada além de crimes. Eu sei que deixarei este mundo sem arrependimentos...» - Alain Delon (referindo-se ao século XXI)
Hoje tive uma folga inesperada o que não é sempre bom, pode dizer apenas que algum compromisso foi alterado e vai complicar outro dia da semana já entupido. Seja como for recebi “instruções severas” para ir à Baixa adquirir o último CD do David Gilmour para oferecer a um neto que faz anos um destes dias. Como o neto está finalmente de férias (não tem há 2 anos e agora foi ”obrigado” a tê-las), vai com o pai a Londres ver o David Gilmour em Outubro, no 1º dia em que “abriram” as bilheteiras online lá conseguiram os 2 bilhetes (ao fim de 15 minutos já não havia nada para os primeiros 3 dias), mas o senhor vai fazer agora seis concertos (9,10,11,12,14,15 de Outubro, a 13 não faz porque pode dar azar). Pelo que percebi têm que lá aparecer os dois, os bilhetes estão “ligados” por terem sido comprados pelo mesmo, se um não puder ir o outro não pode convidar ninguém, uma curiosa mas efectiva forma de combate ao mercado negro.
Portanto lá desci à Baixa (subir era difícil) para encontrar os mesmos turistas da semana passada, se não eram pareciam mesmo. Não sei se sabem que em matéria de “carrões” a marca que mais cresceu este ano em Portugal (não a que mais vendeu) foi a Lamborghini. Houve uns anos em que havia um certo pudor (chamemos-lhe assim) por parte dos proprietários de “carrões” em se passear com eles por aí, pelos vistos passou-lhes e o Chiado já não se sobe a pé, sobe-se de Lamborghini. Ver os cidadãos remediados dos países ricos embasbacados com os carros dos cidadãos ricos dos países remediados é enternecedor mas não é consolador. O CD está esgotado e já não vem a tempo do aniversário, vem depois que nunca é tarde, mas claro que já que estava ali lá veio uma caixa de CD de Sir Adrian Boult em promoção (11 CD por 12.99€) e 2 livritos.
Andei a fazer horas para almoçar, aquilo é o tal restaurante “à antiga” e hoje foi dia dos reformados do regime geral receberem, imaginava-o cheio, estava vazio, estão ainda a banhos. Até fui objecto de uma recepção por parte do pessoal mais calorosa que o costume, o que diz tudo. Nos pratos do dia (sózinho quero é despachar-me) havia um daqueles que já estão feitos e três a fazer. Apostei comigo próprio que se escolhesse um daqueles três me iam tentar impingir o que já estava feito, facto que como se sabe nunca falha, estava bastante bom. No restaurante estava uma rapariga estrangeira dos seus 20 e poucos anos a comer comida de garfo e faca que conseguiu estar o tempo todo de perna cruzada sobre a outra, o que não deve dar jeito nenhum e além disso não é bonito. Mas tendo em conta o tamanho reduzido da saia “fechei os olhos àquilo” (metaforicamente falando, claro). Um cliente antigo perguntava aos empregados por este e aquele que não via há muito tempo, a resposta foi sempre “esse já não sai de casa”, portanto está tudo vivo e isso é bom, mas por aqui se vê como o ambiente por ali é animado.
Espero que tenham gostado de ter vindo passear comigo. Se alguma vez alguém daqui vier mesmo comigo prometo que pode escolher o restaurante.
6 comentários:
Sem dúvida!!!!!!! Impressionante trabalho de colorização. Muito obrigada.
Poderiam ser pinturas de Norman Rockwell.
Existem hoje em dia muitos "sítios" na net para este efeito baseados na Inteligência Artificial (que eu considero cada vez mais perigosa, mas neste caso não).
Basta pôr por exemplo "colorização de fotos" e lá estão eles.
De um modo geral quase todos são pagos, talvez haja algum gratuito mas não aconselho pois isso paga-se na falta de qualidade, como sempre.
Não é nenhuma fortuna para quem quiser mesmo fazer a experiência e colorir as fotos a P/B ou até sépia que tem no computador ou passou para lá pelos métodos habituais.
Pode-se ir de uma “assinatura” para um certo número de fotos (apresentadas como “créditos” que se vão gastando) até a todo o tipo de períodos de tempo de uso ilimitado dos “créditos”. Há de tudo, como se imagina.
O sistema obriga, como é evidente, a que a pessoa se “identifique” através de uma conta, normalmente a sua conta Google ou até Facebook, é uma medida evidente de “responsabilização” do que se possa fazer com fotos que não são as originais.
Fabuloso.
Reparem na beleza, atavio, e genuinidade das pessoas, nas roupas de qualidade e bom gosto, nos cenários lindíssimos com reclames, letreiros, e publicidade que são autênticas obras de arte, nos automóveis espectaculares, nas pessoas a conviverem umas com as outras, a fumar e a beber, como fazem as pessoas normais.
Agora comparem com o século XXI e o que temos estado a vivenciar nos últimos 13 anos.
«...A vida não me traz mais nada. Eu já vi de tudo, já vivi tudo. Mas o principal é que eu odeio esta época, ela deixa-me doente. Eu odeio essas pessoas. Tudo é falso, tudo é contrafeito. Não há mais respeito, ninguém cumpre as suas promessas. Só o dinheiro importa. Todos os dias, de manhã à noite, não ouvimos nada além de crimes. Eu sei que deixarei este mundo sem arrependimentos...» - Alain Delon (referindo-se ao século XXI)
11:56 nem de perto nem de longe...
Com sua licença, uma singela crónica do dia.
Hoje tive uma folga inesperada o que não é sempre bom, pode dizer apenas que algum compromisso foi alterado e vai complicar outro dia da semana já entupido.
Seja como for recebi “instruções severas” para ir à Baixa adquirir o último CD do David Gilmour para oferecer a um neto que faz anos um destes dias.
Como o neto está finalmente de férias (não tem há 2 anos e agora foi ”obrigado” a tê-las), vai com o pai a Londres ver o David Gilmour em Outubro, no 1º dia em que “abriram” as bilheteiras online lá conseguiram os 2 bilhetes (ao fim de 15 minutos já não havia nada para os primeiros 3 dias), mas o senhor vai fazer agora seis concertos (9,10,11,12,14,15 de Outubro, a 13 não faz porque pode dar azar).
Pelo que percebi têm que lá aparecer os dois, os bilhetes estão “ligados” por terem sido comprados pelo mesmo, se um não puder ir o outro não pode convidar ninguém, uma curiosa mas efectiva forma de combate ao mercado negro.
Portanto lá desci à Baixa (subir era difícil) para encontrar os mesmos turistas da semana passada, se não eram pareciam mesmo.
Não sei se sabem que em matéria de “carrões” a marca que mais cresceu este ano em Portugal (não a que mais vendeu) foi a Lamborghini.
Houve uns anos em que havia um certo pudor (chamemos-lhe assim) por parte dos proprietários de “carrões” em se passear com eles por aí, pelos vistos passou-lhes e o Chiado já não se sobe a pé, sobe-se de Lamborghini.
Ver os cidadãos remediados dos países ricos embasbacados com os carros dos cidadãos ricos dos países remediados é enternecedor mas não é consolador.
O CD está esgotado e já não vem a tempo do aniversário, vem depois que nunca é tarde, mas claro que já que estava ali lá veio uma caixa de CD de Sir Adrian Boult em promoção (11 CD por 12.99€) e 2 livritos.
Andei a fazer horas para almoçar, aquilo é o tal restaurante “à antiga” e hoje foi dia dos reformados do regime geral receberem, imaginava-o cheio, estava vazio, estão ainda a banhos.
Até fui objecto de uma recepção por parte do pessoal mais calorosa que o costume, o que diz tudo.
Nos pratos do dia (sózinho quero é despachar-me) havia um daqueles que já estão feitos e três a fazer.
Apostei comigo próprio que se escolhesse um daqueles três me iam tentar impingir o que já estava feito, facto que como se sabe nunca falha, estava bastante bom.
No restaurante estava uma rapariga estrangeira dos seus 20 e poucos anos a comer comida de garfo e faca que conseguiu estar o tempo todo de perna cruzada sobre a outra, o que não deve dar jeito nenhum e além disso não é bonito.
Mas tendo em conta o tamanho reduzido da saia “fechei os olhos àquilo” (metaforicamente falando, claro).
Um cliente antigo perguntava aos empregados por este e aquele que não via há muito tempo, a resposta foi sempre “esse já não sai de casa”, portanto está tudo vivo e isso é bom, mas por aqui se vê como o ambiente por ali é animado.
Espero que tenham gostado de ter vindo passear comigo.
Se alguma vez alguém daqui vier mesmo comigo prometo que pode escolher o restaurante.
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