O antigo vice-presidente de George W. Bush, Dick Cheney, anunciou o seu apoio a Kamala Harris. Na lógica de que "tudo o que vier à rede é peixe", isso pode ser considerada uma boa notícia para a candidatura. Mas, pensando bem, ter o apoio de uma das figuras mais sinistras da política americana, um dos pilares da criminosa invasão do Iraque em 2003, que provocou um incêndio ainda não extinto no Médio Oriente, causou milhões - sublinho, milhões - de mortos e proporcionou a emergência do Daesh, é uma óbvia e grave fragilidade moral para a campanha de Harris. Vale tudo para não ter Trump?
11 comentários:
Raramente me encontrei neste blogue tão em harmonia com os seus textos Senhor Embaixador. "Na mouche"? É assim que se diz em português? Quando penso que fui tratado de tudo e sobretudo de americano fobia visceral por tantos, que não viam os crimes evidentes que tiveram origem nas famosas AMD ! São os mesmos que ainda estão hoje com o nazi Zelensky, à hora em que mesmo o seu MNE Kuleba abandonou o navio…depois de centenas de milhares de mortos! Lá também !
Totalmente de acordo.
Ter o mundo entregue a esta classe de gente assusta-me muito mais que ter Trump.
Mas não é de espantar, já mostraram o que valem, como bem explica, que os aceitem é que era escusado também pelas razões que apresenta, as pessoas não são todas estúpidas.
Aliás as únicas pessoas que eu considero estúpidas são as que acham que as outras pessoas são estúpidas.
Vale, caro embaixador, vale tudo. Infelizmente, andamos há muito na baixa política e, por muito que haja discursos moralizadores, os quais se podem encontrar, na sua plenitude, nas atuais duas guerras mais mediáticas, a hipocrisia, infelizmente, é o que mais impera e o que tem ditado as regras.
Considero este apoio, muito pior e perigoso, do que o facínora do Putin!
Parece-me que vai por aqui uma grande confusão e que o autor do blog e demais comentadores viraram o bico ao prego: o homem disse que votava Harris, mas não se ouviu nada de Harris a dizer que aceitava/ficava contente com esse "apoio". Se Veiga Simão ou mesmo Marcello Caetano (se ainda fosse vivo) tivessem dito, em 1995, que votavam Guterres, poderíamos ter deduzido que para Guterres valia tudo? Cheney não participará em nenhuma ação de campanha nem K. Harris o convidou para nada.
O desconhecido das 21:52 devia ter uma maior contenção no que escreve: https://youtu.be/dNVoSdUHw5I?si=AZjTkkaSHZOqH0Fj
A situação do Anónimo das 21.52 é curiosa e não me vou alongar, não vá dar-me para ser menos cordato.
É que para além da situação concreta que o nosso anfitrião já esclareceu, vem-nos dizer que se Veiga Simão tivesse dito em 1995 que votava Guterres poderíamos ter deduzido que para Guterres valia tudo.
Ora eu não faço ideia em quem é que Veiga Simão votou em 1995, nenhuma mesmo.
Mas que ele foi Ministro da Defesa no XIII Governo Constitucional (presidido por António Guterres) de 25 de novembro de 1997 a 29 de maio de 1999, governo que saíu das eleições de 1 de Outubro de 1995, lá isso foi.
Uma chatice, é o que é, com tanta gente para ír buscar já é azar.
Retracto-me parcialmente, porque não tinha visto isso. De qualquer modo, é apenas uma resposta a uma pergunta de um jornalista, nada de mais. Bem, é a democracia que está em jogo. Não me parece que isso seja mais sinistro do que ter Veiga Simão no governo (sim, votei no PS nesse ano e não me arrependo) ou ter o apoio de Adriano Moreira, que assinou o decreto da reabertura do Tarrafal.
Para quem acusa os outros de virarem o bico ao prego não está nada mal só se retractar parcialmente, isso de deitar bolas fora como o faz é bastante infantil.
Foi só uma resposta a um jornalista mas foi dada e todo o mundo já a terá visto, para si nada de mais como se tudo por lá estivesse dependente da sua opinião.
E Veiga Simão era deputado pelo PS desde 1983, há 12 anos portanto, foi um bom ministro da Economia até 1985 onde ajudou a resolver muitas sarilhadas (sei disso o suficiente) e demitiu-se mais tarde de Ministro da Defesa assumindo um erro burocrático do Ministério, o que não é para todos.
Essa conversa do “sinistro” é de quem ficou lá atrás, há mais de 50 anos.
E não vale a pena dar-me lições de democracia, como tenho aqui dito eu já era PS antes do PS existir e nunca votei noutro partido, vou-me congratulando e arrependendo, mas isso é próprio de quem vive e não se limita a ir vivendo.
PS- "Bem, é a democracia que está em jogo", um chavão para ficar bem na fotografia, mas não se fica sem explicar porquê.
23:43 e 00:55 muito bem, como sempre...
Nuno Figueiredo
Boa vontade sua, obrigado.
Digamos que quase sempre. quase sempre...
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