quinta-feira, setembro 19, 2024

E assim acontece


Hoje, durante um almoço com algumas pessoas, entre as quais o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, veio à conversa uma historieta passada com ele em Paris, há cerca de 12 anos. 

Eu tinha convidado Carlos Moedas, na altura secretário de Estado envolvido nas negociações com a Troika, para conhecer o antigo diretor-geral do FMI e antigo governador do Banco de França, Jacques de Larosière, na altura consultor do BNP Paribas. 

Larosière, uma grande figura da vida económico-financeira de França, tinha-me dito, semanas antes, na ocasião em que eu lhe fora apresentado por Artur Santos Silva, que teria muito gosto em trocar impressões com alguém do governo português de então. Amigo de Portugal, o antigo banqueiro, homem com uma experiência internacional ímpar em França, disse-me ter algumas ideias que, no seu entender, poderiam ser úteis ao nosso país. 

Organizei então um encontro na embaixada entre Moedas e Larosière. Foi uma conversa interessante e, quero presumir, com alguma utilidade para nós.

"Que será feito de Larosière?", hoje com 95 anos, interroguei-me hoje durante o almoço.

A realidade respondeu-me. No final, passei pela FNAC do Chiado e comprei o "Le Point" de ontem. Traz uma entrevista com Larosière, em torno de um livro que acaba de publicar.

E assim acontece a vida, como diria o Carlos Pinto Coelho.

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

Gostava de saber como é que Larosière diz ser possível equilibrar o orçamento francês.

(Para quem não saiba, o orçamento francês, tal como o britânico e o estadounidense, estão fortissimamente deficitários, e isto já há uns anos. Esses países andam a gastar como se não houvesse amanhã.)

manuel campos disse...

"Nous savons tous que notre monde s’est beaucoup endetté depuis des décennies et que sa “financiarisation” a atteint des proportions jamais atteintes auparavant, du moins en temps de paix.
Mais quelle est la gravité de ce phénomène ? Quelles sont ses conséquences sur la solidité de notre système financier, sur le fonctionnement de notre économie et sur l’avenir même de notre société ?
Il faut surtout comprendre comment notre monde a changé subrepticement de modèle : il a glissé, depuis deux décennies, vers un paradigme étrange, celui où l’essentiel de l’activité économique se traduit désormais par la hausse des valorisations d’actifs financiers au détriment de la croissance, des revenus salariaux et de l’investissement productif.
Il est temps de mettre fin au règne de l’illusion et de remettre en valeur les ressorts économiques fondamentaux sans lesquels il ne peut y avoir de vraie croissance." Jacques de Larosière

Não posso estar mais de acordo.
Mas nem isto nem quase nada se resolve hoje com "un peu nem com beaucoup de jugeote", do meu estrito ponto de vista "on n'est plus la".
Ça ira à la va comme je te pousse.

E assim acontece

Hoje, durante um almoço com algumas pessoas, entre as quais o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, veio à conversa uma historieta ...