Hoje, durante um almoço com algumas pessoas, entre as quais o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, veio à conversa uma historieta passada com ele em Paris, há cerca de 12 anos.
Eu tinha convidado Carlos Moedas, na altura secretário de Estado envolvido nas negociações com a Troika, para conhecer o antigo diretor-geral do FMI e antigo governador do Banco de França, Jacques de Larosière, na altura consultor do BNP Paribas.
Larosière, uma grande figura da vida económico-financeira de França, tinha-me dito, semanas antes, na ocasião em que eu lhe fora apresentado por Artur Santos Silva, que teria muito gosto em trocar impressões com alguém do governo português de então. Amigo de Portugal, o antigo banqueiro, homem com uma experiência internacional ímpar em França, disse-me ter algumas ideias que, no seu entender, poderiam ser úteis ao nosso país.
Organizei então um encontro na embaixada entre Moedas e Larosière. Foi uma conversa interessante e, quero presumir, com alguma utilidade para nós.
"Que será feito de Larosière?", hoje com 95 anos, interroguei-me hoje durante o almoço.
A realidade respondeu-me. No final, passei pela FNAC do Chiado e comprei o "Le Point" de ontem. Traz uma entrevista com Larosière, em torno de um livro que acaba de publicar.
E assim acontece a vida, como diria o Carlos Pinto Coelho.
8 comentários:
Gostava de saber como é que Larosière diz ser possível equilibrar o orçamento francês.
(Para quem não saiba, o orçamento francês, tal como o britânico e o estadounidense, estão fortissimamente deficitários, e isto já há uns anos. Esses países andam a gastar como se não houvesse amanhã.)
"Nous savons tous que notre monde s’est beaucoup endetté depuis des décennies et que sa “financiarisation” a atteint des proportions jamais atteintes auparavant, du moins en temps de paix.
Mais quelle est la gravité de ce phénomène ? Quelles sont ses conséquences sur la solidité de notre système financier, sur le fonctionnement de notre économie et sur l’avenir même de notre société ?
Il faut surtout comprendre comment notre monde a changé subrepticement de modèle : il a glissé, depuis deux décennies, vers un paradigme étrange, celui où l’essentiel de l’activité économique se traduit désormais par la hausse des valorisations d’actifs financiers au détriment de la croissance, des revenus salariaux et de l’investissement productif.
Il est temps de mettre fin au règne de l’illusion et de remettre en valeur les ressorts économiques fondamentaux sans lesquels il ne peut y avoir de vraie croissance." Jacques de Larosière
Não posso estar mais de acordo.
Mas nem isto nem quase nada se resolve hoje com "un peu nem com beaucoup de jugeote", do meu estrito ponto de vista "on n'est plus la".
Ça ira à la va comme je te pousse.
Dado que estas caixa de comentários está a ficar poliglota, aqui vai sobre o assunto Moedas o meu comentário — em Arábico:
كارلوس مويدا هو ابن العاهرة الذي لا يستطيع حتى حل قضية لشبونة. تحدث محمد.
Saudações cordiais.
Lúcio Ferro
Sempre achei que V. era capaz de "dar uns toques" no francês, como um número significativo dos que andam por aqui.
E só percebi que não era assim quando, exibindo o seu dom para a língua francesa, veio aqui escrever "on y soit qui mal y pense" a propósito de nada (até porque aquela frase não quer dizer nada).
Se nos encontrarmos pelas redondezas da Avenida de Roma, logo lhe explicarei melhor a situação.
Mas desde já aviso todos os possíveis leitores que o meu comentário ao Sr. Lúcio Ferro não tem quaisquer más intenções.
Honni soit qui mal y pense.
Fiz 300 kms no meio de um trânsito como nunca encontrei na autoestrada em 30 anos, com uma quantidade invulgar de tarados tentando empurrar-me para a berma ou para o separador central, quatro pelo menos encostados a mim que eu nem lhes via os faróis durante o tempo de me desviar, isto quando eu me atrevia a ir dos 120/130 aos 150/160 (ainda dentro da margem da “contravenção leve”) para ultrapassar alguém.
É que este meu carro me “obriga” a guardar a distância de segurança para o carro da frente que ele lá acha correcta (ainda que às vezes exagere), mede a distância que nos separa, as velocidades de cada um de nós, calcula a margem de segurança, acende uma luz de aviso, depois pisca a luz de aviso, depois grita-me aos ouvidos “trava, estúpido” e, achando que eu morri, trava ele sozinho.
Ora como é que eu depois explico ao tipo que me bateu por trás (e me vai pagar um carro novo) que não fui eu que lhe fiz aquilo?
É mesmo capaz de levar a mal e achar que estou a gozar com ele.
Curioso, há cerca de duas semanas, um tolinho, ali ao pé do Hotel Lutécia, fez marcha atrás e deu-me uma valente "panada". Saiu da sua viatura, cheio de pelo na venta, que eu é que lhe tinha batido e que me dava cabo da tromba. Azar o dele, havia testemunhas, o 156 já está na oficina, o sujeito foi despedido (carro de empresa, a quem naturalmente foi por mim relatado o evento) e o prémio do seguro da dita empresa vai subir. Enfim, tudo está bem quando acaba bem. Saudações cordiais da Avenida de Roma.
Ó Lúcio Ferro
Eu sei que V. é um sujeito bué da corajoso, o que tem ficado várias vezes patente por aqui sempre que tem “que fazer marcha atrás” depois de ter metido “a pata na poça”.
Portanto longe de mim bater-lhe antes de saber se é bastante maior que eu e tomar conhecimento das artes marciais que pratica.
Como tenho excelente memória ainda me lembro de um rapaz que ficou muito escandalizado porque eu tinha posto aqui que “balio” era também o apelido do Luis Lavoura (e que o próprio e a instituição em que trabalha o tinham posto nas suas páginas) e que esse mesmo rapaz depois se dedicou a andar às turras consigo e acabou por aqui pôr a indicação de regimentos inteiros de páraquedistas.
O que eu escrevi foi “Se nos encontrarmos pelas redondezas da Avenida de Roma, logo lhe explicarei melhor a situação”, referindo-me obviamente ao seu “francês”.
Minha mulher nasceu na Avenida de Roma, eu vivi 30 anos na Avenida de Roma, um dos meus filhos e um dos meus netos vivem (cada um na sua casa) na Avenida de Roma, quem me parece que não mora lá é o Lúcio Ferro.
É preciso ser muito distraído (estou a ser simpático) para achar que deste lado está alguém que faz da farronca modo de vida (nunca por nunca devemos ver os outros à nossa semelhança).
Como é que lhe passou pela cabeça que um gajo como eu, que escreve aqui há anos “lençóis” de histórias, onde conta (e prova, se caso fôr com a ajuda da AT) que fez e faz uma quantidade maluca de coisas na vida e o que isso lhe proporcionou e proporciona, desde a possibilidade do bem-estar material constante à possibilidade da luta contra os problemas complexos de saúde na família, o estava a “ameaçar” de que lhe “batia”?
É não ter a noção do ridículo (o que não é novidade nenhuma) vir agora com esta conversa de putos para cima de um tipo que é quase bisavô e, portanto, já aturou muito a crianças (e espera ainda aturar às próximas que aparecerem).
Você não se enxerga.
Um sujeito despedido porque ia num carro de empresa, teve uma discussãozinha de cócó consigo e levou com uma queixa sua? O prémio do seguro da dita empresa vai subir por causa de uma batidela?
Além de querer fazer dos outros parvos ainda por cima não sabe do que fala.
Mas vem aqui orgulhoso de ter “despedido” o outro, o que só mostra um bom carácter e a falta de consciência de que o outro “despedido” é que é capaz de lhe bater um dia destes (se alguma coisa nesta história fosse verdade).
PS- Já cá volto agradecer ao Lúcio Ferro (e não só).
Ó meu amigo, o senhor sabe lá do que está a falar. Foi despedido o tipo e com bom motivo e só não levou com uma queixa crime porque não lhe quis dar mais cabo da vida. Por cima, não fui o único a apresentar à empresa queixa do tipo. Que aquilo ia dando raia da grossa, o carro estava devidamente identificado com as cores, logotipo e contactos da empresa e estavam muitos clientes da mesma a ver e eplo menos dois também se queixaram. Se o senhor tivesse presenciado o que sucedeu, e a merda que aquilo podia ter dado e só não deu porque eu fui extremamente disciplinado (deve ser do meu treino passado), não andava para aqui a mandar-me bocas sem sentido. Já agora, eu não me chamo Lúcio Ferro nem o senhor tem nada a ver com meu nome verdadeiro. Tenha uma boa tarde no seu retiro bucólico da província.
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