quarta-feira, setembro 11, 2024

Depois do debate

Foi um debate estranho. Trump faz parte de um mundo assente um emoções simplórias, medos e mitos. A verdade ou a mentira são pormenores irrelevantes. Harris está próxima de outro mundo, mais racional, às vezes repetitivo nas fórmulas. Quem está no meio, como reagirá? A ver vamos.

Os moderadores mostraram-se, em alguns momentos, demasiado "biased" contra Trump. As contradições que procuraram em Harris foram sempre apresentadas com muito maior suavidade e simpatia. A aversão de Trump aos factos e à verdade terá ajudado a convocar essa atitude mais hostil.

Harris conseguiu provar, com à vontade, que está muito longe de ser a vice-presidente "flop" de que muita gente falava. Talvez Biden tenha deliberadamente contribuído para isso. O seu discurso é fluído, às vezes demasiado formatado, mas mostrou ser uma boa "performer".

Quem segue com alguma atenção a política americana não pode deixar de colocar-se uma questão, ao mesmo tempo simples e intrigante: o que é que aconteceu para o Partido Republicano ter chegado a este nível?

7 comentários:

jose matos disse...

Se me permite Sr. Embaixador, penso que a Kamala Harris esteve sempre por trás do Presidente Biden, activa, mas na sombra, humildemente, a deixá-lo brilhar...
Espero que ela governe, pois vê-se que tem muitos conselheiros e bons ...

Lúcio Ferro disse...

Não vi o debate. Do pouco que me inteirei, parece que quem ficou muito mal na fotografia foram os "moderadores". Sobre o único aspecto que me interessa, a política externa, só tenho o seguinte a dizer: Deus guarde o Mundo de Kamala Harris. O que é que aconteceu para o Partido Democrata ter chegado a este nível de insanidade?

Joaquim de Freitas disse...

Kamala Harris tinha um domínio magistral dos FACTOS e do seu significado. É por isso que ela limpou o chão com Trump e será uma executiva-chefe magistral. Ma

Joaquim de Freitas disse...

Kamala Harris tinha um domínio magistral dos FACTOS e do seu significado. É por isso que ela limpou o chão com Trump e será uma executiva-chefe magistral. Mas para qual politica, isso é o que importa. E não creio que possamos esperar outra coisa de Harris que a continuação da politica de Biden…em pior!
Tem razao o Sr.Embaixador "o que é que aconteceu para o Partido Republicano ter chegado a este nível?

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Trump é um fortíssimo indutor de contra-transferência agressiva, só como muito treino é que se consegue conter a vontade de o desancar de cima a baixo.

Anónimo disse...

Não vi nem penso ver o debate. Li algumas coisas e pelo que li concluo que todos ou quase todos ficaram felizes, mesmo aliviados. A simpática senhora, de cor não branca, de sorriso largo, ganhou o debate, melhor ainda, “encostou às cordas” o velhote.

Um pouco contracorrente, penso que tudo isto é um jogo falseado. Quem angaria mais dólares tem mais hipóteses de vencer e quem está disponível para pagar mais é porque acredita que irá ter maior retorno.

No final, ganhe quem ganhar, os EUA continuarão a ser o que são, continuarão a alimentar conflitos entre povos ou entre nações para justificar a expansão das suas bases militares pelo mundo (já somam mais de 800); continuarão a apoiar o genocídio do povo da Palestina; continuarão a aplicar sanções à margem do direito internacional; continuarão a manter presos sem direitos; continuarão a invadir países ou a fomentar “primaveras”, enfim, continuarão a ser a potência que exerce o poder imperial.

Claro, reconheço, o candidato que ganhar continuará a fazer tudo isso em prol da liberdade e dos direitos humanos e, sobretudo, para a preservação do nosso bem-estar.
J. Carvalho

Anónimo disse...

Jamais perderia um segundo a ver um qualquer debate deste tipo, sobre os 2, porque são sempre dois, naquela pretensa “Democracia” (quem não consegue angariar milhões e defender a Oligarquia dominante “não merece” ser candidato), que a partir de Janeiro próximo estarão ao leme do Império.
No essencial, não nada separa, em boa verdade, as duas versões de como governar, ou melhor, administrar, o Império. Ambos os candidatos regem-se pela cartilha Neoliberal, nenhum propõe, por exemplo, um NHS (SNS), “Deus os livrasse de tal !”e, basicamente, estão ambos de acordo em continuar a proteger os interesses da minoria que os financiou, quer no plano económico, financeiro, político, ou militar. É tudo uma questão de forma, de “nuance”, de como o fazer. Mais, ou menos, ostensivamente. É que não nos devemos esquecer que as eleições nos EUA são uma espécie de leilão. Quem dá mais (mais milhões, menos milhões)? No caso, dessa agora celebrada “democrata”, a Kamala, já recebeu uns 500 milhões de USD (ao que se sabe, mas a parada ainda vai no adro), trocos para os oligarcas que a financiam, um Yate deles, vale isso, à vontade. O mesmo para o traste do Trump. Ou seja, o que é que as Kamalas da vida, mais o Trump, vão mudar, ou melhorar, na vida dos americanos? Nada de substancial, mais coisa, menos coisa. Os “gringos” irão continuara a labutar e a viver tal como já labutam e vivem e os oligarcas lá continuarão a expandir os seus interesses económico-financeiros. E, no plano externo, o fascista do Netanyahu continuará a praticar crimes de guerra, genocídio, massacres, apartheid, etc. A “rapariga” Harris faz a “número” de fingir que pressiona Israel, a imprensa por sua vez divulga a “pantomina” como coisa séria e “pressão” sobre Telavive (ou dever-se-á dizer Jerusalém?), para apaziguar uns tantos norte-americanos (estudantes, etc) pró-Palestina. Já Trump assume a sua defesa do Estado Sionista e quer lá saber se as bombas dessa rapaziada matam crianças, idosos, mulheres, enfim civis desarmados. Quanto à Ucrânia, Kamala tem consciência que quem a apoia também quer a continuação do desastre militar em que a Ucrânia, por decisão da Nato/UE/EUA, se afundou. Aquilo mexe com muitos milhões de USD (além de Euros e Libras, dos vassalos europeus), que, um dia, “supostamente” terão de pagar, ou alguém por eles (os contribuintes norte-americanos e europeus). Trump, na sua verborreia, diz que irá acabar com o conflito. Também a minha tia Leocácia queria deixar a cadeira de rodas e por lá continuou até partir desta vida. Em resumo, nada de essencial, ou substancial, mudará quer para a vida dos norte-americanos, o que é para o lado que durmo melhor, nem igualmente irá mudar no plano externo, ou seja, Gaza/Israel, Ucrânia, China (América Latina, África, etc). E por cá, neste Sub-Continente Europeu, cá estaremos para beijar as solas dos sapatos quer de Trump (como já fizemos), quer da rapariga Kamala, que sendo mulher, meia negra, pró-Ucrânia e não colocará em causa Israel, será recebida com júbilo e grande emoção (já posso até imaginar as “lôas” que lhe serão tecidas!).
a) P. Rufino

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