A razão pela qual Benjamin Netanyahu não aceita um cessar-fogo - já é quase irónico falar de cessar-fogo, depois de mais de 40 mil mortos em Gaza "and counting" - é muito simples: desde o início, ele sempre achou que arrasar o território e esmagar o Hamas valia bem a vida dos reféns. Pensou que a vitória total se conseguiria em muito menos tempo e, provavelmente, não contou que Israel fosse pagar um preço reputacional tão elevado. Mas a parada valia o desafio. E, para ele, ainda vale, tanto mais que o desequilibrar da Cisjordânia a favor dos colonos está no pacote final do problema palestino.
5 comentários:
Concordo com a sua análise; a extrema direita israelita também é um problema porque nunca vai aceitar a tese dos dois estados; nem os EUA conseguem demover Bibi; o conflito eterniza-se!?
Enquanto Israel arrasa Gaza e mata em abundância, o tema “cessar-fogo”, mais a variante “dois estados”, tem sido usado pelos líderes dos EUA e da Europa, incluindo os portugueses, para convencerem as respectivas populações que estão a procurar por termo a esta guerra, que nem é bem uma guerra, tal a desproporção de meios em presença.
É uma hipocrisia continuada, assumida, desavergonhada. Se outra razão não houvesse, esta deveria motivar o povo a correr com esta gente sem princípios, que assiste ao genocídio de um povo e ainda arma e justifica a intervenção de Israel com o HAMAS, como se o cerco, a colonização da palestina não tivesse começado há décadas, provavelmente bem antes da existência do HAMAS.
Vergonha maior, para nós, é saber que somos, ainda hoje, fornecedores de armamento a Israel e ainda termos de ouvir Paulo Rangel (ou António Costa) a condoer-se, a apelar ao cessar-fogo.
J. Carvalho
Palestine: The Name of Infinite Injustice
“Aparentemente, a única coisa moral que resta aos palestinianos é morrer. A única coisa legal que nos resta é vê-los morrer. E em silêncio. Caso contrário, arriscamos as nossas posições académicas, financiamentos e modo de vida.”
Arundhati Roy, escritora indiana
Subscrevo na íntegra!
Estou convicta de que o ataque do Hamas em 7/10/2023 foi consentido por Bibi para ter o pretexto de levar a efeito - tanto em Gaza como na Cisjordânia - o genocídio a que estamos assistindo em directo.
A cumplicidade activa dos EUA e a indiferença dos países que se proclamam defensores dos direitos humanos é uma afronta à Humanidade. Assim como a duplicidade de critérios que sanciona a Rússia , mas não Israel.
Hitler tinha razão quando afirmou que o poder económico dos judeus era imenso : isso garante-lhes total impunidade!
Enviar um comentário