Segundo várias fontes do Kremlin, ouvidas pela Reuters, Putin poderia estar aberto a um cessar-fogo na Ucrânia, com "congelamento" da atuais linhas de frente. A ver vamos.
As condições para a Paz vão ser ditadas pela Rússia. Penso que passam por os seguintes tópicos: renúncia total por parte da Ucrânia de adesão à NATO. Declarão peremptória por parte de Kiev de que serão para sempre neutros. Redução do Exército ucraniano para não mais do 150 mil efectivos. Admissão de que os oblasts entretanto ocupados são parte integrante da Rússia. Possivelmente, substituição de Zelenski. ESta paz terá como avalistas as Nações que integram o Conselho de Segurança Permanente da ONU (EUA, RU, França, China e Rússia), as quais se comprometerão publicamente e serão garantia de tal acordo. Em compensação, a Ucrânia poderá integrar a União Europeia, algo que seria um presente envenenado e catastrófico para uma organização já de si em muito mau estado. Uma paz do género das Coreias não é possível. A Rússia sabe que iria suceder o mesmo que sucedeu com Minsk 1 e Minsk 2: seria uma paz apenas para ganhar tempo. A Rússia está a vencer esta guerra. As sanções falharam em toda a linha e fizeram e fazem um tremendo ricochete. A estratégia de atrito militar permanente só tem favorecido A Rússia. Os russsos têm tido baixas relativamente reduzidas, ver a insuspeita Mediazona. A Ucrânia, entre mortos e estropiados, já perdeu pelo menos meio milhão de soldados. Os arsenais do Ocidente estão vazios. A Ucrânia enfrenta um gigantesco problema de recrutamento. Os poucos homens que restam escondem-se. As ruas das grandes cidades estão vazias. Há poucos dias houve um protesto dos camionistas ucranianos (como se atreveram?) que bloqueou as estradas entre Odessa e Kiev. Os recrutadores do temível SBU são odiados. O regime corre o risco de implodir por dentro. O exército terrestre russo é o mais moderno e presentemente o maior do mundo. As relações entre a Rússia e a China nunca foram tão fortes. Com outros colossos (BRICS) e com os países da OPEP idem. A economia russa cresce 5 por cento ao ano. A Rússia é praticamente autosuficiente em alimentos e em matérias primas. Possui uma tecnologia espacial avançada. A economia da UE fica-se por um cresscimento de 0,5 a 1 por cento anual. Se chegar a altura de enviarmos soldados para lá o mais certo é a maioria dos jovens europeus recusarem. O grande erro do Ocidente é presumir que pode ditar os termos da Paz. Não pode. Outro erro é presumir que a Rússia aceitaria uma adesão da Ucrânia à NATO. Restam, pois, duas opções, aceitar o menos mau possível que venha do outro lado ou continuar a esalar, rumo à última guerra mundial. M. Prieto
Que fontes, concretamente, ouviu a Reuters? Essas fontes serão reais, ou a Reuters tê-las-á inventado? Não seria melhor, em vez de ouvir fontes anónimas e de duvidosa existência, ouvir aquilo que Putin ele mesmo diz? Putin sempre disse que está disposto a negociar a paz, mas que 1) não somente todo o território já conquistado, mas a totalidade das quatro províncias do Donbass e do sul da Ucrânia, pertence à Rússia, e 2) a Ucrânia tem que ficar desmilitarizada, neutral e sem pertencer à NATO. Se a Ucrânia e o "Ocidente" aceitarem tais condições, a paz poderá ser feita.
É falso que Putin esteja aberto a um cessar-fogo ou a um "congelamento". Isso são invenções do "Ocidente". Isso são "notícias" plantadas pela Reuters, a ver se cola. Putin não quer um cessar-fogo. Ele quer um tratado de paz que proíba a Ucrânia de aderir à NATO. Foi para isso que ele começou a guerra, é isso que ele exige obter dela: que a Ucrânia não adira à NATO. O que o "Ocidente" quer é uma paz não negociada que permita à Ucrânia, por detrás dela, continuar a armar-se e aderir à NATO. Muito espertos, mas a Rússia já foi enganada uma vez e não se deixará voltar a enganar.
Os EUA e os seus lacaios fomentaram esta guerra com o objetivo de pôr a Ucrânia na NATO. Agora, como vêm que isso já não é possível, pretendem pôr na Nato somente os 80% do território ucraniano que os russos não ocuparam. A ideia do cessar-fogo é essa: em vez de entrar na NATO 100% do território ucraniano, entra somente 80%. Julgam que os russos são tolos e se vão deixar comer outra vez?
Meru caro Francisco, pesquisei por aqui o incontornável assunto. Este. O assunto em que as nossas vidas e as vidas dos nossos filhos, são sorteadas. Não valerá muito a pena caminharmos por entre eufemismos, porque na essência e no fundo é disso mesmo e não de outra coisa que se trata. As questões que alguns (vilipendiados, ostracizados, cuspidos em praça pública) vinham dizendo desde o início deste enfrentamento militar, confirmam-se agora de modo pleno: nem a Rússia foi esmagada economicamente, nem o será militarmente. Perante estes dois factos objectivos e incontornáveis a pergunta fundamental é a clássica: o que fazer? A resposta é complexa mas proponho para já dois planos de abordagem: um, dirigido às hostes domésticas e a segunda, dirigida para o plano externo e para as instâncias em que se tomarão as decisões sobre as nossas vidas. No plano interno e sobretudo na dimensão comunicacional, vai ser preciso, até onde isso for possível, encontrar maneira de uma série de gente salvar a face, passando das atoardas iniciais (os russos estão nas lonas e agora com a contraofensiva, vamos dar-lhes a sério e tudo estará bem assim e não poderia ser de outra maneira) para uma nova narrativa. No fundo, dar-lhes matrgem para que possam dizer hoje o contrário do que disseram ontem. O problema parece complexo, mas a prática é grande e não haverá dificuldade de maior. Ao fim e ao cabo, as TVs já mostraram todo o seu potencial enquanto máquinas de moldar consciências e por conseguinte, a esse nível, nada de novo. Mas para além disso, é preciso mobilizar vontades em torno da paz, o que implica que muita gente terá que deixar de ser apenas um bom aluno ou ficar de noite a suspirar por lugares nas instâncias europeias. É que se der para o torto, meu caro Francisco, nenhum, de nós cá ficará sequer para contar a história. É neste ponto que os homens e as mulheres cuja consciência ainda não se encontra completamente alienada (ou prostituída, como por certo concordaremos em relação a tantos casos), têm que assumir decididamente um papel de coragem e de lucidez, que esteja à altura dos tempos que vivemos e não das fantasias que sobre eles se possam ter construído. O Francisco bem pode, assim queira, engrossar essa fileira necessária, cuja urgência nos deve catapultar para um plano, que estando acima de naturais e desejáveis divergências, reclama agora e de modo imperativo, a unidade em torno do que é fundamental: parar a loucura belicista, antes que seja tarde de mais. Conto consigo.
8 comentários:
Vamos premiar um monstro. Uma paz podre. Quem será a próxima vítima?
Erk sabe alguma coisa que nós não saibamos? Há algum acordo à vista? Não me parece. E esse "vamos" é um plural majestático ou o Erk é ucraniano?
As condições para a Paz vão ser ditadas pela Rússia. Penso que passam por os seguintes tópicos: renúncia total por parte da Ucrânia de adesão à NATO. Declarão peremptória por parte de Kiev de que serão para sempre neutros. Redução do Exército ucraniano para não mais do 150 mil efectivos. Admissão de que os oblasts entretanto ocupados são parte integrante da Rússia. Possivelmente, substituição de Zelenski. ESta paz terá como avalistas as Nações que integram o Conselho de Segurança Permanente da ONU (EUA, RU, França, China e Rússia), as quais se comprometerão publicamente e serão garantia de tal acordo. Em compensação, a Ucrânia poderá integrar a União Europeia, algo que seria um presente envenenado e catastrófico para uma organização já de si em muito mau estado. Uma paz do género das Coreias não é possível. A Rússia sabe que iria suceder o mesmo que sucedeu com Minsk 1 e Minsk 2: seria uma paz apenas para ganhar tempo. A Rússia está a vencer esta guerra. As sanções falharam em toda a linha e fizeram e fazem um tremendo ricochete. A estratégia de atrito militar permanente só tem favorecido A Rússia. Os russsos têm tido baixas relativamente reduzidas, ver a insuspeita Mediazona. A Ucrânia, entre mortos e estropiados, já perdeu pelo menos meio milhão de soldados. Os arsenais do Ocidente estão vazios. A Ucrânia enfrenta um gigantesco problema de recrutamento. Os poucos homens que restam escondem-se. As ruas das grandes cidades estão vazias. Há poucos dias houve um protesto dos camionistas ucranianos (como se atreveram?) que bloqueou as estradas entre Odessa e Kiev. Os recrutadores do temível SBU são odiados. O regime corre o risco de implodir por dentro. O exército terrestre russo é o mais moderno e presentemente o maior do mundo. As relações entre a Rússia e a China nunca foram tão fortes. Com outros colossos (BRICS) e com os países da OPEP idem. A economia russa cresce 5 por cento ao ano. A Rússia é praticamente autosuficiente em alimentos e em matérias primas. Possui uma tecnologia espacial avançada. A economia da UE fica-se por um cresscimento de 0,5 a 1 por cento anual. Se chegar a altura de enviarmos soldados para lá o mais certo é a maioria dos jovens europeus recusarem. O grande erro do Ocidente é presumir que pode ditar os termos da Paz. Não pode. Outro erro é presumir que a Rússia aceitaria uma adesão da Ucrânia à NATO. Restam, pois, duas opções, aceitar o menos mau possível que venha do outro lado ou continuar a esalar, rumo à última guerra mundial.
M. Prieto
Que fontes, concretamente, ouviu a Reuters? Essas fontes serão reais, ou a Reuters tê-las-á inventado?
Não seria melhor, em vez de ouvir fontes anónimas e de duvidosa existência, ouvir aquilo que Putin ele mesmo diz?
Putin sempre disse que está disposto a negociar a paz, mas que 1) não somente todo o território já conquistado, mas a totalidade das quatro províncias do Donbass e do sul da Ucrânia, pertence à Rússia, e 2) a Ucrânia tem que ficar desmilitarizada, neutral e sem pertencer à NATO.
Se a Ucrânia e o "Ocidente" aceitarem tais condições, a paz poderá ser feita.
É falso que Putin esteja aberto a um cessar-fogo ou a um "congelamento". Isso são invenções do "Ocidente". Isso são "notícias" plantadas pela Reuters, a ver se cola.
Putin não quer um cessar-fogo. Ele quer um tratado de paz que proíba a Ucrânia de aderir à NATO. Foi para isso que ele começou a guerra, é isso que ele exige obter dela: que a Ucrânia não adira à NATO.
O que o "Ocidente" quer é uma paz não negociada que permita à Ucrânia, por detrás dela, continuar a armar-se e aderir à NATO. Muito espertos, mas a Rússia já foi enganada uma vez e não se deixará voltar a enganar.
Os EUA e os seus lacaios fomentaram esta guerra com o objetivo de pôr a Ucrânia na NATO. Agora, como vêm que isso já não é possível, pretendem pôr na Nato somente os 80% do território ucraniano que os russos não ocuparam. A ideia do cessar-fogo é essa: em vez de entrar na NATO 100% do território ucraniano, entra somente 80%.
Julgam que os russos são tolos e se vão deixar comer outra vez?
Muito interessante o comentário do Leitor M. Prieto.
a) P. Rufino
Meru caro Francisco, pesquisei por aqui o incontornável assunto. Este. O assunto em que as nossas vidas e as vidas dos nossos filhos, são sorteadas. Não valerá muito a pena caminharmos por entre eufemismos, porque na essência e no fundo é disso mesmo e não de outra coisa que se trata. As questões que alguns (vilipendiados, ostracizados, cuspidos em praça pública) vinham dizendo desde o início deste enfrentamento militar, confirmam-se agora de modo pleno: nem a Rússia foi esmagada economicamente, nem o será militarmente. Perante estes dois factos objectivos e incontornáveis a pergunta fundamental é a clássica: o que fazer? A resposta é complexa mas proponho para já dois planos de abordagem: um, dirigido às hostes domésticas e a segunda, dirigida para o plano externo e para as instâncias em que se tomarão as decisões sobre as nossas vidas. No plano interno e sobretudo na dimensão comunicacional, vai ser preciso, até onde isso for possível, encontrar maneira de uma série de gente salvar a face, passando das atoardas iniciais (os russos estão nas lonas e agora com a contraofensiva, vamos dar-lhes a sério e tudo estará bem assim e não poderia ser de outra maneira) para uma nova narrativa. No fundo, dar-lhes matrgem para que possam dizer hoje o contrário do que disseram ontem. O problema parece complexo, mas a prática é grande e não haverá dificuldade de maior. Ao fim e ao cabo, as TVs já mostraram todo o seu potencial enquanto máquinas de moldar consciências e por conseguinte, a esse nível, nada de novo.
Mas para além disso, é preciso mobilizar vontades em torno da paz, o que implica que muita gente terá que deixar de ser apenas um bom aluno ou ficar de noite a suspirar por lugares nas instâncias europeias. É que se der para o torto, meu caro Francisco, nenhum, de nós cá ficará sequer para contar a história. É neste ponto que os homens e as mulheres cuja consciência ainda não se encontra completamente alienada (ou prostituída, como por certo concordaremos em relação a tantos casos), têm que assumir decididamente um papel de coragem e de lucidez, que esteja à altura dos tempos que vivemos e não das fantasias que sobre eles se possam ter construído. O Francisco bem pode, assim queira, engrossar essa fileira necessária, cuja urgência nos deve catapultar para um plano, que estando acima de naturais e desejáveis divergências, reclama agora e de modo imperativo, a unidade em torno do que é fundamental: parar a loucura belicista, antes que seja tarde de mais. Conto consigo.
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