Teve hoje lugar no Grémio Literário, o lançamento do novo livro de Nelson Lourenço, "Sociedade Global e Segurança - Modernidade, Complexidade e Incerteza".
Coube-me fazer uma apresentação do livro, com um texto que pode ser lido aqui.
6 comentários:
manuel campos
disse...
Há aqui muito por onde se pode trocar ideias e parte do texto lembra-me um comentário que fiz quando da queda do muro de Berlim: “isto é uma boa notícia e é uma má notícia”. Da leitura do texto ressalta logo à cabeça uma constatação sua que nos leva a algo que Conan Doyle pôs na boca de Sherlock Holmes:
“The world is full of obvious things which nobody by any chance ever observes.”
Muita da nossa vida de hoje tem sofrido em grande parte do que foi a “má notícia” e não me parece que , infelizmente, a “boa notícia” tenha subsistido na memória colectiva, feita quase só dos que cá estão e querem saber disso.
Do meu ponto de vista aquilo a que chama a sinofobia de Washington é mais uma “aversão” económica, provocada pela entrada de produtos (sejam os que forem) que os americanos “sentem” que podem ou poderiam substituir internamente , talvez com algumas perdas (maior custo) mas também com alguns ganhos (maior emprego). Talvez essa “aversão” descambe também em financeira, se o dólar fôr perdendo a importância de moeda única que ainda tem em muitas paragens. A economia e os trabalhadores americanos têm uma capacidade de dar a volta e se reconverterem grande, todo o contrário da Europa, não se vê como reverter por cá a deslocalização que foi feita, nem como os europeus aceitariam pagar algumas das contas daí decorrentes, de tão habituados que estão a nem sequer pensarem nisso, porque não o querem fazer e, mais ainda, porque ninguém sequer o lembra.
PS- O realizador francês Bertrand Blier fez em 1963 o documentário “Hitler, connais pas”, entrevistas a jovens dos 15 aos 22 anos, uns 18 anos depois do fim do nazismo. O título tornou-se representativo da ideia, não estando directamente ligado a um propósito específico do filme. Mas hoje nem sei bem quantos temas se poderiam pôr ali nos pontinhos “..., connais pas” num projecto semelhante.
Agradeço que me confirmem se li bem que no "Steadfast Defender 2024" estão empenhados 90000 (noventa mil) militares, dos quais 37 portugueses.
Tendo em conta o que tenho "ouvido" por aqui, cada vez que me interrogo sobre estes assuntos da defesa nacional e da nossa participação na NATO, é só para saber se, de facto, ainda sei ler.
Outro tipo de segurança, as minhas desculpas pelo off-topic.
Nunca termos o último grito da moda, antes de termos alguma certeza que não nos estamos a precipitar só para impressionar o pagode (que aliás já não se impressiona com nada), é um bom princípio. Há tempos uns conhecidos meus andavam muito contentes e orgulhosos do seu novo carro “keyless”. Depois acharam menos graça quando o emprestaram ao filho, o filho foi-se embora nele e só deram pelo facto de eles terem ficado com a chave na mão um bocado depois (vale que com os telemóveis não deu para o filho já estar muito longe).
Agora o “The Guardian” conta-nos histórias aqui “Gone in 20 seconds: how ‘smart keys’ have fuelled a new wave of car crime”.
E há seguradoras inglesas que já não os seguram contra roubo ou então triplicam ou quadriplicam o prémio.
Nos conselhos que se encontram para "How to protect your keyless entry car" está este "Use a steering wheel lock or car alarm".
Portanto uma bengala anti-roubo para o volante e um alarme para o carro.
Resumindo: o progresso levou a que nos aconselhem a usar nos carros mais sofisticados o mesmo tipo de segurança que se usava há 40 anos nos carros menos sofisticados.
6 comentários:
Há aqui muito por onde se pode trocar ideias e parte do texto lembra-me um comentário que fiz quando da queda do muro de Berlim: “isto é uma boa notícia e é uma má notícia”.
Da leitura do texto ressalta logo à cabeça uma constatação sua que nos leva a algo que Conan Doyle pôs na boca de Sherlock Holmes:
“The world is full of obvious things which nobody by any chance ever observes.”
Muita da nossa vida de hoje tem sofrido em grande parte do que foi a “má notícia” e não me parece que , infelizmente, a “boa notícia” tenha subsistido na memória colectiva, feita quase só dos que cá estão e querem saber disso.
Do meu ponto de vista aquilo a que chama a sinofobia de Washington é mais uma “aversão” económica, provocada pela entrada de produtos (sejam os que forem) que os americanos “sentem” que podem ou poderiam substituir internamente , talvez com algumas perdas (maior custo) mas também com alguns ganhos (maior emprego).
Talvez essa “aversão” descambe também em financeira, se o dólar fôr perdendo a importância de moeda única que ainda tem em muitas paragens.
A economia e os trabalhadores americanos têm uma capacidade de dar a volta e se reconverterem grande, todo o contrário da Europa, não se vê como reverter por cá a deslocalização que foi feita, nem como os europeus aceitariam pagar algumas das contas daí decorrentes, de tão habituados que estão a nem sequer pensarem nisso, porque não o querem fazer e, mais ainda, porque ninguém sequer o lembra.
PS- O realizador francês Bertrand Blier fez em 1963 o documentário “Hitler, connais pas”, entrevistas a jovens dos 15 aos 22 anos, uns 18 anos depois do fim do nazismo.
O título tornou-se representativo da ideia, não estando directamente ligado a um propósito específico do filme.
Mas hoje nem sei bem quantos temas se poderiam pôr ali nos pontinhos “..., connais pas” num projecto semelhante.
Agradeço que me confirmem se li bem que no "Steadfast Defender 2024" estão empenhados 90000 (noventa mil) militares, dos quais 37 portugueses.
Tendo em conta o que tenho "ouvido" por aqui, cada vez que me interrogo sobre estes assuntos da defesa nacional e da nossa participação na NATO, é só para saber se, de facto, ainda sei ler.
19:56 muito, muito interessante.
Como sempre, uma análise eloquente.
Outro tipo de segurança, as minhas desculpas pelo off-topic.
Nunca termos o último grito da moda, antes de termos alguma certeza que não nos estamos a precipitar só para impressionar o pagode (que aliás já não se impressiona com nada), é um bom princípio.
Há tempos uns conhecidos meus andavam muito contentes e orgulhosos do seu novo carro “keyless”.
Depois acharam menos graça quando o emprestaram ao filho, o filho foi-se embora nele e só deram pelo facto de eles terem ficado com a chave na mão um bocado depois (vale que com os telemóveis não deu para o filho já estar muito longe).
Agora o “The Guardian” conta-nos histórias aqui “Gone in 20 seconds: how ‘smart keys’ have fuelled a new wave of car crime”.
E há seguradoras inglesas que já não os seguram contra roubo ou então triplicam ou quadriplicam o prémio.
Só mais uma, que apanhei por aí:
Nos conselhos que se encontram para "How to protect your keyless entry car" está este "Use a steering wheel lock or car alarm".
Portanto uma bengala anti-roubo para o volante e um alarme para o carro.
Resumindo: o progresso levou a que nos aconselhem a usar nos carros mais sofisticados o mesmo tipo de segurança que se usava há 40 anos nos carros menos sofisticados.
É bonito!
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