Ontem, coloquei por aqui uma imagem, pedindo que identificassem o autor da "obra".
Turner foi, a grande distância, o pintor referido como mais provável, pelos muitos comentadores, em diversas redes sociais. Outros nomes foram ainda sugeridos: Kroeger, Carlos Araújo, Beckman, Vieira da Silva, Susana Ayres, Mário Botas, Rothko, Domingos Sequeira, Constable, Goya, Victor Hugo, Noronha da Costa, Leonardo da Vinci, Tanya Hayes Lee.
Posso agora revelar esta coisa muito simples: trata-se das traseiras, bem sujas, de um autocarro da Carris, à descida da Calçada da Estrela, que ontem fotografei.
Não fiquem zangados! Ah! O prémio, que ninguém ganhou, era um passe da Carris...
32 comentários:
Hahahahahahaahha! Boa, lá se vai o amarelo CARRIS! O "horário" (era assim que se designavam os autocarros no norte Madeira, há 40 anos, pois passavam dois ou três por dia, sempre à mesma hora, eram uma espécie de relógio) está a precisar de reforma.
O Arlindo Mano acertou:
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Arlindo Mano disse...
Quadro feito pelo próprio.
21:29
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Os autocarros da Carris já têm pinturas do Turner?...
Diga-se de passagem que este quadro da "Carris" até é muito mais interessante que grande parte da obra de alguns dos autores que foram aqui sugeridos.
Ao menos neste consigo imaginar uma ilha cheia de vegetação ali à esquerda, uma superfície de água sobre a qual o sol se põe, um bonito "sunset".
Aqui há uns 12 anos, teria esse meu neto 12 anos, deu-lhe para a pintura.
Comprámos então o material todo, até porque ele estava de férias connosco "algures" e, enquanto pintava estava quieto dado que sempre foi muito dado a "desportos radicais" como subir a árvores que lá temos com 15 metros e coisas assim
O facto é que essas "obras" estão expostas lá no quarto dele e já ouvi de algumas pessoas "Muito interessante, quem é o autor?".
Os autocarros da Carris mais antigos (este é de Maio de 2004) andam normalmente pouco limpos, não sei se por limitações "oficiais" sobre os usos da água em lavagens de veículos em organismos e empresas ligadas ao Estado (mas não o excluo).
Curioso, então numa altura em que se queriam acabar com veículos anteriores a 2005 a Carris ainda tem autocarros de 2004? Hum, como dizem nossos irmãos brasileiros, "sei não" da veracidade da data da foto. A ser verdadeira, belo serviço de transportes tem a capital, não é um país tropical mas quase, hum, hum.
Se Lúcio Ferro volta a pôr em causa a factualidade de algo que eu escreva por aqui vai passar a ferro para outra freguesia. O "sei não" é insultuoso, a menos que seja vulgar nas pessoas com quem se dá. Eu não minto.
Fernando Neves
Boa
Esta manhã desci a pé toda a Avenida Almirante Reis, do Areeiro até à Rua da Palma, sua continuação, que desemboca no Martim Moniz.
Estas precisões que insisto em aqui trazer poderão parecer por vezes inúteis para quem conhece bem Lisboa, mas um bocado de bom senso (não é preciso muito) traz-nos à cabeça que talvez estejamos a ser lidos por quem nem mal a conheça (ou já não a conheça).
A Almirante Reis é a avenida de Lisboa de longe a mais curiosa da cidade, pois é várias avenidas numa só.
Do Areeiro à Alameda é uma, dali à Praça do Chile é outra, depois até ao edifício do Banco de Portugal outra, até ao antigo Cinema Lys outra ainda, chegados à Rua da Palma e até ao Martim Moniz estamos num ultimo quarteirão que pertence a um mundo que não tem nada de nada a ver com a avenida que lá em cima parte do Areeiro.
São 3 kms (fui medir ao Google Maps) que, não sendo fascinantes nem nada que se pareça (pelo menos para mim, mas eu conheço-os bem e de há muito), são muito educativos sobre a (nossa) vida de hoje como cidade.
No Martim Moniz enfiei pela Rua Barros Queirós em direcção ao Largo de São Domingos e virei para a Rua das Portas de Santo Antão onde entrei na Livraria Bizantina, no piso térreo do Palácio da Independência, como sempre faço.
A Livraria Bizantina é um conhecido alfarrabista da Rua da Misericórdia, frente ao Largo da Misericórdia, esta sucursal é uma espécie de outlet, com livros em bom e mesmo óptimo estado com preços entre 1€ e 5 €, com muito raras excepções acima disto.
Trouxe “Algumas distracções” (2007) de Francisco José Viegas, autor que muito aprecio, textos estes que tinham sido publicados nos seus blogues.
Eu tenho já este livro e pensava relê-lo, só que não sei bem onde e não ía andar a revolver prateleiras com livros em 2ª e até 3ª fila só para poupar o que gastei.
Na contra-capa diz-nos o autor e passo a citar:
“O que escrevi aqui é matéria pessoal, quer se trate de política ou de religião, de literatura ou de futebol. São distracções em relação à “vidinha real” portanto. E podem ser coisas incoerentes, ineficazes, impopulares ou até injustas. Mas concordo com quase tudo.”
Pois é exactamente o que eu penso e faço quando por aqui venho.
Claro que fui até à FNAC e recebi um prémio de lá ter ido, já que não me safei por aqui por evidente falta de “cultura estética”.
Já falei aqui dos tais preços “simpáticos” de algumas caixas.
Havia por lá, noutro escaparate, uma caixa de 20 CD também em sleeves de “American Classics” (Joplin, Ives, Grofé, Gershwin, Copland, Barber, Bernstein, etc).
Ora o preço era um pouco mais de 60€ e eu tenho algumas linhas vermelhas, neste caso ainda mais porque tenho quase tudo aquilo, os que não tenho não justificavam o “desperdício” de dinheiro no conjunto.
Como hoje estava aquele exemplar perto dos outros, pensei que lá o tinha alguém posto por engano, fui espreitar só por espreitar e o preço tinha mudado ontem e agora era 15€ (estou aqui com ele ao pé, tipo(!) miúdo com o brinquedo que queria mesmo ter).
Do Maurice André nem uma, espero que tenha sido alguém daqui que seguiu o meu conselho.
PS- No Martim Moniz há ali uma esplanada com um guarda-vento onde um idiota de um turista tinha deixado uma trotinete com a ponta traseira de fora.
A desviar-me de um casal não me dei conta, tropecei na ponta da trotinete, fui uns 10 metros por ali fora “a voar baixinho” já com as mãos bem estendidas para prevenir a queda, toda a gente a desviar-se porque ía tudo à frente, lá me consegui reequilibrar.
É nestas alturas que vejo como manter algum estilo “atlético” nesta provecta idade é importante.
Ando eu a tentar não ser atropelado pelas trotinetes há anos e ía parar ao hospital por ter tropeçado numa que estava quietinha…
Não achei piada! Tive 20 min as consultar obras no Google de impressionistas
Bela partida!
E a indução é mesmo poderosa e perigosa - eu até achei que conhecia o quadro!!!
eheheh...ainda pensei em vermeer, delph, a pintura mais bonita do mundo...
eheheh...um passe. ainda pensei em Vermeer, Delph, a pintura mais bonita do mumdo
Foi giro! Sr.Emaixador aconselho-o a enviar esta fotografia para a Carris e quem sabe ela seja emoldurada e colocada no museu?:)
Sim, a CCFL ainda tem autocarros 2004-2005 ao serviço em bastante bom estado. Este da foto até é um mini Mercedes Sprinter com carroçaria Irmãos Mota.
Perfeitamente de acordo com o que diz Francisco Sousa Rodrigues às 12.16.
Como ando neles e, quando não ando neles, eles andam à minha volta todos os dias, não vejo a que propósito um autocarro de 2004 não possa estar mais que operacional, é tudo uma questão de manutenção, como todos por aqui que temos "oldies" (e gastamos dinheiro neles) bem sabemos.
Já agora, raramente se vê autocarros da Carris avariados em Lisboa (e se eles levam uma vida desgraçada por aí!).
Mas para isso é preciso olhar sempre com olhos de ver.
Já agora.
Este modelo é o que serve desde há muito tempo as zonas mais antigas de Lisboa, aquelas onde os autocarros de tamanho “normal” não podem ir.
Posso assim afirmar que já fiz e ainda faço por vezes muitos quilómetros neste modelo.
Acontece que nestes se entra pela frente e se sai por trás.
Ora para ganhar espaço interior sem aumentar o tamanho do “bicho”, tem a Carris vindo a optar por um outro modelo que só tem a porta da frente, o que torna as viagens muito mais interessantes.
Assim, as pessoas vão entrando e ficando ali por perto da porta, os que vão entrando a seguir vão-nos empurrando para caberem, como ninguém se quer chegar lá atrás porque depois tem que vir a abrir caminho ao murro e ao pontapé para sair, passam-se ali momentos de genuína alegria popular, muitas vezes com uma componente vernácula de indiscutível utilidade, tenho aprendido muito.
No meu caso é “passavam-se ali momentos...”, quando vejo que a carreira é servida por um destes mais recentes apanho um táxi.
Manuel Campos,
Tal e qual! Hoje em dia qualquer coisa com 20-25 anos em matéria de carros e afins tem um ar muito mais moderno do que antigamente, apesar do pessoal achar que dantes é que as coisas duravam.
Esses carros de uma porta é que não dão jeito nenhum, até pensava que fosse ilegal para transporte público. Mais vale ir de "taxe", mesmo.
Um rico dia de domingo!
Francisco de Sousa Rodrigues
Há duas coisas nos carros de hoje que me levam a não conseguir evitar ir comentando por aí no dia-a-dia, ainda que nenhuma delas tenha a ver com os motores, sejam eles o que forem.
A 1ª é que são todos iguais, passe o exagero, uma nuance aqui outra ali não altera o princípio geral, mesmo quem percebe alguma coisa de carros, a 50 metros já não distingue a maior parte deles uns dos outros, quase que é preciso ver-lhes o emblema para o “afinal é um…”.
Como o automóvel representa para muitas pessoas em todo o mundo um “estatuto” de diferenciação em relação “ao outro”, por isso ao longo dos tempos as marcas se esforçaram por fazer carros mais bonitos e vistosos que a marca ao lado, isto poderia levar-nos longe em matéria de “psicologia das massas” (aí o meu amigo está mais bem colocado que eu para ajuizar).
A 2ª é a invasão dos SUV, que começa a ser travada nas grandes cidades europeias, a começar por Paris.
Não tenho nada contra o facto de alguém ter um SUV, desde que esse alguém não me olhe depois com ar de quem me acha “anormalzinho” quando lhe digo que nunca por nunca me passaria pela cabeça comprar um.
Os estacionamentos que há por aí, quase todos dos tempos pré-SUV, tornaram-se complicados, os lugares tendo que ser bem aproveitados tinham larguras adequadas aos carros de há uns anos, tornaram-se agora muito estreitos e é vulgar ver carros parados de maneira que, ou não conseguimos lá arrumar, ou não conseguimos depois saír do carro, ou os mais descuidados nos fazem riscos com as portas deles, ou arranjamos uma hérnia inguinal porque os carros têm todos uma consola central com a alavanca das mudanças e só com muita ginástica nos dá para entrar ou sair pela porta do outro lado.
Para mais não é por acaso que foi em França que começaram a olhar de outra maneira para certo tipo de viaturas.
Nas redes sociais começaram a surgir grupos onde as pessoas se gabavam de usarem os apoios à compra de viaturas eléctricas para comprarem o modelo acima do que tinham previsto gastar, normalmente mais pesado e, portanto, mais poluidor quando andavam em modo “não eléctrico”.
Mas isso é uma conversa que fica para outra vez, como as coisas estão é certo que ainda vai correr muita tinta.
Como comprei um carro respeitável da gama média de uma marca respeitável há sete anos (agora com 75 mil kms) , recebo com frequência convites para ir experimentar os “eléctricos” que estão agora a comercializar: o mais barato é “a partir de” quase 80 mil euros.
Está-se mesmo a ver, é que é já a seguir!
Os autocarros de uma porta também são dos “Irmãos Mota”, têm só uma porta mas com o dobro do tamanho de cada uma das portas dos outros, bem como uma rampa que sai até ao passeio para permitir a entrada de cadeiras de rodas.
É evidente que só posso estar de acordo com isto, só quem anda de autocarro como eu ando, se dá conta do problema que isso é para quem tem a infelicidade de ter que andar numa cadeira dessas e sair á rua.
Nos autocarros “normais” entram pela porta de trás, normalmente ajudados na entrada e na saída por passageiros de boa vontade (nos quais me incluo).
Nos que dão acesso aos bairros com ruas estreitas serão estes que irão ficar, é importante que assim seja, mas o facto é que já andam aí desde Abril do ano passado, já andei muitas vezes neles, serão decerto muito úteis pontualmente mas, de um modo geral, é a bagunça que referi que prevalece todo o santo dia.
Uma boa noite para si!
Esqueci-me de dizer que estes agora são MAN (os mais antigos são Mercedes).
Vou dar aí umas voltas evitando cuidadosamente utilizá-los, as manhãs de 2ª feira não são a altura adequada para discussões em transportes públicos (se é que alguma altura é!).
Amanhã é dia de "espada", rotinas para o lado de Belém e de Alcântara de um e do outro, as horas adequam-se para depois ir almoçar longe disto tudo.
O Francisco de Sousa Rodrigues já tinha dito que os mais antigos eram Mercedes.
Sorry!
Para se ter uma ideia daquilo de que falei aqui vai um conjunto de fotos destes novos MAN, que incluem uma do espaço interior e outra da rampa de que falei.
"IRMÃOS MOTA INICIA O FORNECIMENTO DE 33 MINI AUTOCARROS À CARRIS"
Não há outro remédio senão ter mini autocarros em certas áreas, disso não tenho dúvidas, vivo numa delas.
Mesmo nas áreas onde ainda há eléctricos, estão tomados pelos turistas, os nacionais mais novos nem entram, os velhos estão tramados, não temos muito civismo mas o turista "médio" ainda tem menos, ninguém se levanta para lhes dar lugar, nem dos lugares prioritários, é preciso "puxar-lhes as orelhas", começam por dizer na língua deles que não nos percebem, há que lhes responder na língua deles que percebem logo, especialmente se acrescentarmos no fim da frase "espèce de con" ou o elogio equivalente noutras línguas.
São áreas habitadas por gente idosa, doente e, na maioria dos casos, de muito fracos recursos, são os que cá ficaram, a que se juntaram expatriados com folga financeira e alguns como nós, sem problemas financeiros sérios, por aqui há quase 50 anos e que já não saberíamos viver noutro sítio de Lisboa.
Um mundo de contrastes no que ainda tem (muito pouco) da "aldeia" que ainda era há uns 20 anos, onde os da "velha guarda", pobres e ricos, se tratam todos pelo nome.
E é essa gente idosa e doente que se acotovela ali dentro, que se estiver lá ao fundo tem que vir a gritar "não feche já a porta, sr. condutor!", a que se junta logo o coro geral, é assim.
Manuel Campos,
Os carros estão mesmo muito parecidos e no que respeita à questão do estatuto, presentemente já nem ter um carro de marca "premium" diferencia, por si só. Costumo brincar e dizer que hoje ter um Opel novo é muito mais exclusivo que ter um Mercedes ou um BMW.
Os carros em geral cresceram muito, hoje qualquer carrinha segmento C / Pequeno Familiar é maior que o meu carro, que sendo um TT em formato carrinha, tinha na sua época dimensões equivalentes ao segmento D / Familiar Médio. O segmento D acabou praticamente com o segmento E. Os estacionamentos com tudo isso ficam pequenos, se bem que mesmo alguns parques já de uma era bem recente sejam de uma miséria franciscana para qualquer carro maior que um citadino.
Quanto aos autocarros, até está bem pensado, mas na prática a falta de segunda porta dá azo às complicações que tem testemunhado.
Essa do coro faz-me lembrar quando tiraram as campainhas da camioneta que fazia a carreira da Foz, ou quando os horários no verão calhavam com carros ex-turismo/expresso que também não tinham as campainhas funcionais, e também se tinha de mandar um bom volume um "Pode parar na próxima!" (mais tarde repuseram as campainhas).
Espero que a esgrima tenha sido boa!
Francisco de Sousa Rodrigues
Mais uma vez dou-lhe toda a razão no que diz respeito ao “diferenciar”, algo em que por cá se fez habitualmente muita questão mas deixou de ser evidente com a “normalização” em curso.
Os carros cresceram todos muito, nos meus passeios pela Marginal até ao Guincho andam sempre por ali outros desocupados (e reformados como eu) com os seus clássicos e pré-clássicos, por vezes até faz confusão ver um Mini, um Triumph Spitfire ou até um MGB, são carros que se vêem muito por aquelas bandas durante toda a semana, em especial em dias de sol quando os levam a bronzear (estou com esta conversa mas é o mesmo que eu faço com “o espada”).
Com os carros mais recentes a passar ao lado, o Mini é hoje minúsculo e o Spitfire quase insignificante (mas não me importava de ter uma daquelas insignificâncias), ainda que a ter ainda mais algum carro na vida só para vaguear por aí seria um Mazda MX-5 de há uns 10/15 anos, o carro que no binómio prazer de conduzir/fiabilidade/preço de usado me parece o mais feliz de todos.
Os parques são aproveitados ao máximo e raros são os que dão alguma margem, eu procuro sempre um lugar em que o lado esquerdo fique junto a uma coluna e assim a porta do condutor tenha espaço para abrir, com o “espada” é terrível por causa das portas dos coupés serem mais compridas (para isso vou direito aos últimos pisos, mais desertos).
Hoje apanhei um autocarro normal entre duas paragens, uma lá muito em baixo e outra lá muito em cima, quando ía a saír vinha também a saír uma senhora talvez mais nova que eu mas de bengala, com algum peso e que mal se mexia, da rua ajudei-a a descer, desequilibrou-se mas não caíu (a bem dizer "não caímos").
Se vir no jornal “idoso morre esborrachado numa paragem da Carris” já sabe: fui eu.
Quando os electricos de Lisboa ainda tinham aquela corrente a todo o comprimento para puxarmos “o sino”, a confiança que as pessoas tinham na acuidade auditiva do guarda-freio era tanta que puxavam aquilo ao mesmo tempo que gritavam o “Pode parar na próxima!".
Os primeiros Mini, para além das janelas de correr, também tinham um sistema de abrir as portas parecido (como alguns autoclismos) e, mesmo em modelos posteriores, o fecho da porta partia com uma pancada seca, levaram uma TV a minha mulher aqui à porta há uns 45 anos, naqueles 3 minutos em que ela veio buscar algo a casa, foi uma limpeza.
A esgrima é sempre óptima e até calha o que dissemos sobre diferenciação: como vou nas calmas, há quem me ultrapasse na Marginal, apite, aponte para o carro, faça o sinal com o polegar para cima de “fixe” e siga.
Não me babo todo porque vou ali sempre com uns kleenex à mão.
Uma boa noite para si
*em bom volume
Escrevi "o binómio prazer de conduzir/fiabilidade" juntei-lhe depois o "preço de usado" e não revi o texto.
É trinómio.
Acontece aos melhores ainda que os piores sejam mais propensos.
Manuel Campos,
Ricos carros com que se cruza, por vezes também vejo por aqui, embora o "espada" seja o "espada", é outro conforto e tecnologia, não sendo ainda um computador sobre rodas.
For falar em carros clássicos, em Alfeizerão, o stand RigorPrestige tem sempre uns belos exemplares para venda.
Adoro o MX-5, tem toda a razão quanto ao trinómio (heheh). Temos um amigo que tem um de 2019, estava oscilante entre comprar um mais antigo ou um novo, mas optou pelo novo e parece-me que fez bem.
Outro problema dos estacionamentos são também as malasartes de alguns condutores que deixam o carro como o enfiaram.
"Se vir no jornal “idoso morre esborrachado numa paragem da Carris” já sabe: fui eu."
Vou andar o dia todo a rir com esta (pelo menos nos intervalos das consultas). Claro que esta manchete nunca se aplicará a si!
"Não me babo todo porque vou ali sempre com uns kleenex à mão."
É assim mesmo, o seu xodó também é para ser apreciado ;)
Também me cruzo com mais frequência do que se imaginaria com alguns Jaguar E, estes mais na zona do Guincho, no entanto são “outro campeonato”.
O “espada” é de facto muito vistoso, a conjugação do azul escuro de origem e de garagem com o interior em pele clara e as madeiras do tablier e portas do modelo “Elegance” é muito feliz.
Anda aqui há um ano com uma mania.
Põem-se a trabalhar com ele frio, mete-se o Drive, começa a andar e acende a luz vermelha da bateria e a indicação de me despachar a ir à oficina.
Como aquela luz vermelha só tem indirectamente a ver com a bateria, dado que o que nos indica é mais que o alternador não está a cumprir bem a sua obrigação, lá levei o carro à oficina por descargo de consciência, apagaram lá uns avisos na centralina, verificaram o alternador, tensão da correia e isso tudo, mas continuou a acender a luz quando arranca a frio.
Só que, se passados uns quilómetros desligar o carro e o voltar a ligar, aquilo faz lá as verificações todas e, quando arranca, já não está lá nenhuma avaria e não volta o dia todo a estar por mais vezes que se ponha a funcionar.
No dia seguinte lá está outra vez.
Ora o carro fez 800 kms nos últimos 8 meses e no Inverno mal andou, a bateria está boa apesar de aquilo estar cheio de porcarias a gastar energia, portanto não é daí, talvez algum fio armado em esperto, aconteceu isso há dias numa moto Honda 750 de um neto meu.
Portanto vou vivendo assim, como mudo o óleo na altura da inspecção, é altura de voltarem a olhar para aquilo, as pesquisas que fiz nos fóruns em inglês (onde aparece de tudo) dão que é uma falha comum naquele modelo e que não apaga sem ir à máquina, o que não é o meu caso em que apaga sózinho sempre.
Como o meu amigo sabe destas coisas talvez tenha ouvido falar.
(Continua com licença do dono da casa)
(Se estão a ler é porque o dono da casa deu licença)
Já andei ali de volta do stand que me indicou, muito obrigado, é mesmo uma informação muito útil e interessante pois, face aos carros, idades, quilometragens, não me parecem preços nada disparatados, como os que se vêem por aí nos stands da especialidade.
Um familiar próximo meu tem um Mercedes 170 daqueles, creio que de 1948.
Aquele S 350 Luxury GPL com 135 mil kms é interessante, mas confesso que passar uma “máquina” daquelas a GPL me faz “cócegas”, o que vale é que é reversível.
O Citroen ID boca de sapo é mais raro que o DS (de que era o modelo mais modesto), aí não consigo ter ideia se o que pedem é justo.
Suponho que o seu amigo que comprou o MX5 de 2019 “ande nele”, a minha ideia era mais “ir andando nele”, daí o ir para um mais antigo e mais em conta.
No entanto estou muito curioso em saber porque é que acha que fez bem, uma informação que vinda de si, que sabe do que fala, pode ser essencial.
Também essa das malasartes é outra grande verdade, é como calha.
As pessoas compram carros para andarem a 200 Kms/h na AE e depois não sabem o que lhes fazer a 2 kms/h.
Ainda anteontem fui á CUF-Tejo confirmar a graduação dos óculos, como todos os anos.
A saída do estacionamento é um bocado esquisita, um parque enorme e, chegados à ultima curva à esquerda, um carro maior passa ali todo entaladinho, cheio de cuidados, a parede do lado direito está cheia de riscos dos que lá roçaram.
Como o carro com sete anos com que ando todos os dias é o W205, também não é tão pequeno como isso, mas já passou à 1ª em sítios muito piores, ali passa nas calmas.
Pois um cidadão fazia manobras para a frente e para trás sem sair dali, nós todos em fila pela rampa abaixo, o condutor do carro que estava atrás “passou-se”, foi lá, não sei o que lhe disse, o outro saiu do carro, este deu a curva e devolveu o carro ao dono.
A manchete não se aplica a mim porque eu tenho reflexos rápidos e desvio-me, sendo nessa altura substituída por “Idoso perverso finge que ajuda pessoa com dificuldades motoras e acaba por lhe provocar graves ferimentos”.
Diz bem, o meu xodó!
Abraço
Só mais uma dirigida ao Francisco de Sousa Rodrigues.
Aquele Mercedes 300 de 1982 com 360 mil quilómetros é o fabuloso W123?
Manuel Campos,
Não faço a mínima ideia, mas sei que às vezes as centralinas têm dessas maluqueiras.
Rica relíquia tem o seu familiar.
Somos dois, GPL não me seduz muito.
Os preços parecem-me muito decentes, tendo em conta o que se pede por aí e a aparente (boa) qualidade dos restauros.
Sim, fez muito bem no sentido em que anda com ele frequentemente, continua a ser um carro analógico q.b., motor mais recente com bons consumos e a capota rígida fica muito bem.
É o que eu digo, há pessoal que acha que conduzir é acelerar enquanto tiver alcatrão à frente, agora manobras, andar na mão, prevenir imprevistos, olhar para a sinalização é que está quieto. Lá nesse episódio na CUF, um imbróglio desses também me ofereceria para descalçar a bota ao condutor atrapalhado.
Nessa parte da motricidade fina ao volante fui bem instruído, cheguei a ter de por o carro na garagem da Escola de Condução que era um autêntico jogo de espelhos (pesquise Escola de Condução BAVI se tiver curiosidade em ver o esquema).
O "Merche" 300 é mesmo um W123, com o indestrutível motor OM617 e o bónus de ser de registo nacional.
Abraço!
Pois é verdade as centralinas serem de manias.
Aqui há 20 anos o Passat “oldy” que tenho lá “na quinta” ia-se baixo cada vez que desengatava, fosse porque estava a chegar a uma curva ou a um sinal vermelho, o que não era simpático de ficar sem a direcção assistida e o servp-freio.
Felizmente começou a acontecer lá longe da cidade e da bagunça e, por um puro acaso “descobri” que, andando com a ventilação no mínimo, já não acontecia, o sistema compensava aquela solicitação adicional e o carro aguentava-se.
Chegado a Lisboa fui à oficina e a 1ª coisa que me perguntaram foi se tinha dado algum “encosto” de bateria, de facto tinha dado e a centralina do carro que o dá pode sofrer com isso (comprei um booster e passei a andar com ele).
Como entre a peça e a mão-de-obra já me falavam em 1500€ continuei a viver confortável com a ventilação pelo menos uns 2 anos.
Um belo dia descobri que o carro tinha deixado de se ír abaixo mesmo sem o “truque”, já lá vão 18 anos e é como diz das maluqueiras, neste caso acabou por tomar juízo.
Como já não o vejo há muito tempo (ao carro, não ao filho) esqueço-me sempre que um dos meus filhos tem há uns 3 anos um MGB ali do princípio dos anos 70, daquele “verde MG”, acho que anda pouco com ele porque o tem longe de casa (tem a mania dos Alfa para o dia-a-dia, eu acho sempre que aquilo é uma mistura de despesas de oficina com desvalorização rápida, mas posso estar enganado).
A capota rígida é essencial e é um dos problemas nos modelos mais antigos que aparecem por aí à venda, depois é raro encontrar um “hard-top”, mesmo de outra cor que não quiséssemos, pintava-se.
Lembro-me que há 50 anos se viam os descapotáveis estacionados toda a noite só com o “tonneau”, suponho que hoje ninguém possa dormir descansado em qualquer grande cidade do mundo nem com a capota macia.
A BAVI daquele portão entre duas janelas numa esquina entre 3 ruas estreitas? Já fui espreitar.
O mundo ainda está cheio de W123 com o tal indestrutível motor OM617, vulgarmente apelidado de “o pico da engenharia alemã”, como este ali nas Canárias que deve conhecer (*):
“The record-breaking Mercedes W123 Canarian taxi that has traveled more than 7 million kilometers”
(*) O motor consta não ser o original pois foi mudado uma vez em 40 anos, o que dá para cada um dos dois OM617 uns meros 3.5 milhões de kms em média, coisa pouca.
Abraço e obrigado por estas belas conversas
Manuel Campos,
O Passat passou-se, mas depois passou-lhe!
Uma tia minha teve um BMW 318tds que a partir de dada altura passou a andar de luz da pressão do óleo sempre acesa.
Sim é essa, mas a garagem é no prédio do lado esquerdo da rua, de frente para a transversal onde se localiza a entrada da Escola, com portões basculantes. Dá para ver o interior com um DS3 estacionado e umas motas à esquerda, presentemente está muito mais limpinha, aquilo eram móveis de ferramentas, motoretas, sei lá
MGB desse verde há aqui um perto.
Eu percebo as suas objeções quanto aos Alfas, mas têm aquele carisma italiano que é muito sedutor.
Mesmo que tenha levado outro motor, 3,5 milhões, "Dios mio y mi Padre".
Eu é que agradeço. Abraço!
Também vi o DS3 e as motos.
Um dia havemos de conversar sobre a designada "infame luz amarela do motor", que vai desde o tampão do depósito mal fechado até a uma boa sarilhada, passando por todas as hipóteses intermédias.
Mas como diz o dono da melhor oficina "eléctrica" que conheço (bem longe de Lisboa, por acaso), a única luz amarela que requer atenção imediata é a da reserva de combustível.
Um bom fim de semana para si
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