Há pouco, numa conversa telefónica com um colega de profissão, falávamos de um livro recente de Gérard Araud, um diplomata francês que ocupou postos da maior relevância e que, nos últimos anos, tem vindo a colocar por escrito o fruto dessa sua longa experiência. Ambos havíamos conhecido e trabalhado com Araud e o meu colega comentou que lhe havia chegado que, nos meios da diplomacia francesa, houve quem estranhasse que, nesse livro memorialista, Araud só citasse, por uma única vez e ao de leve, o nome de Alain Dejammet, figura no entanto tutelar da sua carreira profissional. Isso estaria a ser visto por alguns como uma desconsideração para com a figura do prestigiado embaixador Dejammet. Com o que as pessoas se entretêm...
Não fui verificar se assim era, porque, no caos que hoje é a minha biblioteca, esse é um dos dois livros de Araud que não faço ideia onde para, embora tenha por única certeza que ainda não concluí a sua leitura. Mas, nisto, Araud está muito bem acompanhado, nas estantes e pilhas de livros cá por casa.
A que propósito vem isto? É que, há semanas, numa conversa com outro amigo, que não é diplomata mas que vive curioso com a vida dessa carreira que gostaria de ter tido, ele fez-me notar que, no livro que publiquei em novembro passado, eu me tinha "esquecido" de citar vários colegas e colaboradores, pessoas que ele sabia serem meus bons amigos.
Nunca me tinha passado pela cabeça tal coisa! É que, ao contrário de Araud, que escreveu um livro de raíz, eu limitei-me a coletar textos já publicados no meu blogue, ao longo dos anos. São essas histórias, e só essas, que o livro encaderna. Não era possível estar a inventar episódios só para acomodar a simpatia, "a martelo", de uma referência. Mas, pensando melhor, posso imaginar que algumas pessoas possam ter partilhado idêntica estranheza.
1 comentário:
a biblioteca de babel...
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