terça-feira, fevereiro 13, 2024

"Portugal e o Futuro"

 

2 comentários:

7ze disse...

Boa noite, Senhor Embaixador. Sem desprimor para com a sua apresentação, para a qual lhe desejo a boa performance reflexiva a que nos habituou, parece-me óbvio que o título anuncia já uma usurpação ilegítima. Como amigo pessoal do Fernando José, ambos sabíamos, por mais que amássemos o Senhor General, com suas elevadas qualidades e seus grandes defeitos, do mal-estar do depois Marechal da República - por desempenhos alheios à carreira militar - face ao ocorrido no Carmo às 13h, quando chegou armado em dono da guerra e descumpriu o regulamento militar, que obriga o superior hierárquico, quando chega a local liderado por qualquer patente, a fazer continência ao comandante in locus. Apesar do impacto que de facto teve, como atitude de desafio, é um livro atabalhoado, o qual não lustra nem o coração, nem as botas sempre impecáveis, nem a boina, nem sequer o monóculo. Meio século depois, ainda estaríamos à espera do senhor General, cujo espírito prussiano o impedia de se revoltar contra o sistema. Só o atiçava a honra de bom militar e patriota. Nenhum exército suporta perder uma guerra. Foi tudo feito nas barbas do Senhor General, mesmo na Guiné, só lhe chegavam uns zunzuns, sabendo os homens que tinham "luz amarela", tal como na operação Mar Verde, o que se define pela negativa: não era luz verde oficial; não era luz vermelha oficiosa; mas se alguma coisa corresse mal, o General não suspeitava de nada e tinha raiva a quem soubesse. Só apareceu depois de ter todas as probabilidades a seu favor, bem depois do verdadeiro ponto de viragem militar, que consistiu na rendição e posterior adesão de Cavalaria 7. Depois de presidente, curou-se da alergia anti-golpista e veio a alinhar em cenas pouco dignas, que culminam a 11 de março, quando o puto mais atrevido dos paras, que primeiro vociferava, foi enviado para negociar com Dinis de Almeida, é gozado em directo frente ao Adelino Gomes da televisão, à frente de uma jornalista da France Press, que não contém o riso, quando o Dinis lhe pergunta se tinham ido fazer um golpe de estado - o puto já em estado miserável saca de panfleto spinolista; depois de desarmados e de morto um provocador em fuga do RAL1s, o puto vai-se abaixo em directo, a população acorre, instigada pelo Partido, tenta linchar os paras, e teria conseguido, pelo menos alguns, não fosse Dinis de Almeida que, num gesto de verdadeiro líder apaziguador - o milagre dos cravos - se misturou desarmado com eles, ainda levou alguns carolos até o reconhecerem, mas evitou enfrentar o povo e um eventual banho de sangue a manchar a revolução. Ironia do destino, nesse dia foi o Fernando José que teve de ir de heli a Tancos salvar o Senhor General e seus acólitos - que o intoxicaram com a táctica do quanto pior, melhor - refugiados na Torre de Controlo, negociar para os helis os exilarem para Espanha. Com respeitosos cumprimentos, da Guiné, José Fernando

Nuno Figueiredo disse...

reduzido a uma questão de semântica.

Tarde do dia de Consoada