sexta-feira, fevereiro 09, 2024

Putin

Lá estive, por mais de duas horas, a ouvir a entrevista de Tucker Carlson a Putin. Sou um masoquista. A meio, confesso, adormeci por uns minutos. Voltei um pouco atrás e ouvi até ao fim. O que achei? Sem trazer nada de substancialmente novo, acho que é uma peça necessária. E confirmei que Carlson é um primário.

19 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não vejo porquê tanto barulho sobre essa entrevista. Putin já falou por diversas vezes e o Kremlin fornece transcrições em inglês daquilo que ele diz. Se alguém precisa de saber algo sobre o pensamento de Putin, tem muito por onde escolher e uma nova entrevista é desnecessária.

caramelo disse...

O Tucker Carlson não é isento e não foi duro nas perguntas. Óbvio. Mas, no fundo, não fez diferente de tantos outros jornalistas com simpatias politicas ou pessoais por políticos ou simplesmente falta de preparação. É comum jornalistas servirem de paus de microfone, aqui e lá fora, muitas vezes por terem uma causa e se acharem do lado do bem. O Clarson não é assim um caso tão especial. Especial e inédito, e uma deriva não muito agradável, são as acusações de traição ao jornalista, de muitos dos dois lados do atlântico, e a bizarra proposta de um responsável europeu de lhe impedir a entrada na EU.
Mas uma outra noticia do dia, que espero que não passe aqui em claro, porque está a ser analisada lá fora (com muitas pinças…) é o facto de um procurador especial americano ter dito que o Biden é um velhinho com alguns problemas de falta de memória, mais exatamente “an elderly man with a poor memory”, a propósito de uma investigação sobre documentos classificados na sua posse.

Francisco Seixas da Costa disse...

Lúcio Ferro, por indelicadeza e incorreção demonstradas, está de quarentena. Julgo que sabia.

Nuno Figueiredo disse...

14:07 enhorabuena.

Joaquim de Freitas disse...

O principal do pensamento de Putin està no seu discurso de Munique. " A bon entendeur, salut"...

Luís Lavoura disse...

caramelo

Biden é um velhinho com alguns problemas de falta de memória

E então? Ronald Reagan também foi presidente quando já não regulava perfeitamente da cabeça.

Joaquim de Freitas disse...

O Senhor Embaixador escreve: " E confirmei que Carlson é um primário." Porquê?
Porque foi o único jornalista da grande mídia a opor-se descaradamente e destemidamente ao envolvimento dos EUA na guerra na Ucrânia e à agenda acordada do Fórum Economico Mundial aplicada pela administração Biden.

Esta é a prova de que nos Estados Unidos só existe um partido, como ele disse no preciso momento em que deveria ter iniciado o seu programa, e que teve 79,5 milhões de visualizações nas últimas notícias.Primàrio ?

Tenho tendência a crer antes jornalistas como ele e Glenn Greenwald,o jornalista que publicou as revelações de Edward Snowden.

De acordo com Greenwald, “a remoção de Tucker significa o fim da única oposição verdadeira ao militarismo americano, ao estado de segurança e a muito mais”.

Esta é também a opinião de dois outros famosos jornalistas de esquerda, Max Blumenthal e Aaron Mate, que enfatizaram no Grayzone, que ninguém fez tanto pela causa antimilitarista como Carlson.

Ele até denunciou a guerra na Síria, as Revoluções Laranja, que mudaram o regime, e as tentativas de derrubar Maduro na Venezuela. Segundo eles, nesta área, ele foi ainda melhor do que muitos jornalistas de esquerda, incluindo Amy Goodman do Democracy Now!

Os inimigos de Carlson, nao lhe perdoam o seu alegado apoio imperdoável a Putin e os seus ataques não menos imperdoáveis ​​contra São Zelinsky: “Zelensky, o ditador aclamado como celebridade do país mais corrupto da Europa, está a exigir-nos mais dinheiro numa altura em que a nossa própria economia está em colapso e não temos mais fronteiras.”

Durante a sua transmissão na terça-feira, 27 de Setembro de 2022, após a sabotagem dos gasodutos Nord Stream, Tucker Carlson não hesitou em apontar a provável responsabilidade dos Estados Unidos neste “acto de terrorismo industrial”.

Alors, Carlson PRIMARIO, Senhor Embaixador ?

Unknown disse...

Deixei de ser masoquista. Não tenciono ver.

Francisco Seixas da Costa disse...

Essa agora, Joaquim de Freitas! Não há nenhuma contradição entre ser um primário, um impreparado, um impressionista, alguém que trata as coisas complexas "à vol d'oiseau" e ter alguma coragem para defrontar "the powers that be". Tucker é um jornalista de segunda classe, um deslumbrado pelos autoritarismos, cuja própria expressão facial prova que só está a perceber as coisas pela metade, o que não significa que "os não tenha no sítio". Repito: uma coisa não nega a outra.

Luís Lavoura disse...

Francisco

Conclusão: a entrevista não serviu para avaliar o entrevistado (Putin), mas sim o entrevistador (Carlson). Na entrevista, era mais importante o entrevistador do que o entrevistado.

Francisco Seixas da Costa disse...

Luis Lavoura. Como é óbvio, não discuto com quem não viu a entrevista.

Joaquim de Freitas disse...


O Senhor Embaixador é implacável ! Sei que o Senhor é um profissional da política e conhece muito bem o « seu mundo ». Mas parece-me que tratar de “impreparado”, alguém:

a) Que teve a coragem de dizer a verdade, sobre um tema tão sensível como o da guerra na Ucrânia, provocada pelo Ocidente colectivo e pelas sanções delirantes que os EUA/UE tomaram contra a Rússia e a China, um velho hábito dos Estados Unidos que sancionou quase 80 países em vinte e cinco anos, correndo o risco de ser assassinado (a “fatwa” de Zelensky foi lançada,) , como cantou Guy Béart: “O primeiro a dizer a verdade deve ser executado”;

b) Impreparado, um homem que uma sondagem mostra que Carlson era mais importante para os telespectadores do que a própria Fox News. Além disso, o veredicto não demorou a chegar porque no dia seguinte as acções da Fox News caíram vertiginosamente, assim como o número dos seus ouvintes.

c) Curiosamente, Tucker Carlson foi despedido um dia antes de Biden anunciar a sua candidatura para um segundo mandato. Bom…O Senhor Embaixador conhece esse mundo melhor que eu…

d) Era, portanto, absolutamente necessário livrar-se de Tucker Carlson antes que Biden declarasse a sua candidatura.

e) Pior ainda, Carlson preparava-se para oferecer uma plataforma tanto a Donald Trump como a Robert Kennedy Jr. Recorda-se? E precisamente o pesadelo do Grande Estado é encontrar-se com Kennedy e Trump nas eleições presidenciais: ambos, tal como Carlson, questionam o envolvimento americano na guerra na Ucrânia.

f) No curto vídeo que Tucker Carlson postou no Twitter após a sua saída abrupta da Fox News, ele fala sobre a “insignificância das pessoas que vemos na TV e as mentiras que contam”, e termina com estas palavras:

g) “Onde ainda podemos encontrar americanos? quem diz a verdade? Não restam muitos lugares, mas existem alguns, e isso é o suficiente. Enquanto pudermos ouvir o que está sendo dito, haverá esperança. Até breve breve ".

h) “O que não significa que "os não tenha no sítio". Tem razão, Senhor Embaixador !

Nuno Figueiredo disse...

16:37 mas dá trela a esta encomenda?

Anónimo disse...

Quem és tu, 18:11?

João Pedro disse...

Carlson não é um primário: é um propagandista retinto, um mentiroso sem remissão, demitido precisamente da Fox por gravações que comprometiam a sua tese de que "a eleição de Trump em 2020 tinha sido objecto de fraude". Kasparov chamou-lhe, com razão, o "arauto da quinta coluna do putinismo nos EUA". A dita "entrevista" não passou de um instrumento de propaganda de Putin, em que o ditador russo voltou à sua tese de que a Ucrânia não é um país (nesse caso, quase nenhum país de África o seria). Que pessoas que o levem a sério acreditem em duas figuras tenebrosas como Trump (esse dilecto amigo de Putin) e e Robert Kennedy Jr. um negacionista que envergonha a memória do seu pai, é sintomático.

Já agora, recorde-se que a "entrevista" aconteceu no mesmo dia em que a comissão eleitoral russa recusou (que surpresa!) a candidatura do único opositor a Putin. A isto os defensores da "verdade" devem achar absolutamente natural.

Anónimo disse...

Dado ter estado fora, só agora me permito comentar este Post. Um amigo enviou-me, por WhatsApp, essa (longa) entrevista. Não perderei tempo a comentar a prestação de Tucker Carlson, mas gostei de ouvir Putin, sobretudo na parte final, quando comentou os acontecimentos desde 2008 e depois e em particular de 2014, e em diante, entre outros, até aos dias de hoje. Quanto à golpada de 2014, já um canal de TV francês tinha feito, aqui há uns anos, precisamente durante esses acontecimentos, uma muito interessante reportagem, onde se podia ver, entre outros figurões, o então chefe da CIA, o General David Petraeus e essa inqualificável criatura, a Sub-secretária de Estado, Victoria Nuland, em Kiev, numa orquestrada accção de desestabilizarão da Ucrânia. Petraues, apanhado de surpresa, recusar-se-ia a tecer comentários ao canal de TV francês. Quanto às reacções das “virgens ofendidas” ocidentais relativamente à referida entrevista, como Washinghton e os seus vassalos europeus (UE e Nato), devo dizer que me divertiram. Tenho o mais profundo desprezo pela postura dos EUA, UE e Nato com respeito à Ucrânia, postura essa que assenta essencialmente em manter a fogueira do conflito bem acesa, sem qualquer proposta de paz e, pior, com obscenas quantidades de milhares de milhões de Euros e outros tantos de USD, a par de armamento. Seria bom, no que respeita aos contribuintes europeus e sobretudo quanto a nós, saber quanto já custou e vai continuar a custar a cada contribuinte esse apoio à Ucrânia. Entretanto, registo a duplicidade de posições da UE (e dos EUA) quando se olha para o que vem passando na Ucrânia e o que se tem passado em Gaza e na Palestina, onde se assiste a crimes de guerra, genocídio, apparteid, enfim, a um sem número de barbaridades e atrocidades, de uma desumanidade chocante, por parte de Israel, que, todavia, merece apenas um olhar mais ou menos complacente da cínica e hipócrita UE (e EUA), onde o número de vítimas mortais, civis na sua esmagadora maioria, como crianças, mulheres, idosos, doentes e pessoal hospitalar, etc, já ultrapassou nos 3 meses e coisa do conflito várias vezes o número de vítimas na Ucrânia, em 2 anos. Voltando à entrevista, reitero que gostei de ouvir Putin e é-me indiferente se isso incomoda algumas sensibilidades políticas mais profanas. No fim de contas, a reacção russa resulta de um conjunto de provocações que, quer os EUA, quer os seus súbditos europeus (Nato, UE) foram responsáveis na Ucrânia.
a) P. Rufino

Anónimo disse...

Quanto a Tucker Carlson, jornalista, sigo há muitos anos as suas opiniões. Não é fácil encontrar outros jornalistas capazes de expôr, com argumentação, o reverso, a outra face de temas ... controversos. Não é sempre de concordar. Entre outras interpretações sobre a sua saída da FoxNews consta a pressão da lobi da indústria farmaceutica. T. C. foi dos primeiros a contestar, com sólida argumentação, a pseudo-vacina para o recente "Covid", a controversa posição da WHO e da maiora dos governos que realizaram "lock-downs" e campanhas de utilização das mRNA.
Por seu lado V. V. Putin, Presidente da Rússia, assume convictamente a sua presidência.

A vasta maioria da Comunicação Social nos EUA e na UE não é factual, é, óbviamente opiniática.

manuel campos disse...


A Europa é bastante mais que a UE, especialmente em termos militares, dada a enorme importância do Reino Unido nesse contexto.
E em vez de se lamentar pelos cantos de existir o risco de acabar a sua situação de subsídio dependente dos EUA, já devia andar há muito tempo a fazer pela vidinha.
Só que fazer pela vidinha, neste caso em particular, é capaz de tirar votos, pois criar Forças Armadas praticamente do nada, desviar fundos do Estado Social para armas e munições (ou aumentar impostos, ainda pior), enviar uns contingentes de filhos e filhas, netos e netas de eleitores que eram fiéis para zonas que não são de veraneio, é uma porra, com vossa licença.

Portanto convém ler tudo, mas mesmo tudinho, não é o Trump a falar no seu estilo desbocado:

"OTAN: Obama pede mais | Opinião" (El Pais - Brasil)

E já agora, em particular o quadro ao fundo da página:

"worldpopulationreview.com/country-rankings/nato-spending-by-country"

É cansativo, mesmo para quem como eu nunca se cansa de voltar uma e outra vez aos mesmos temas, de estar sempre a confrontar-nos com a falta de memória geral (por força da idade, da convicção clubística ou do oportunismo do momento).

Não digo que lá voltarei pois, como no caso da política interna, ninguém quer conversar nem debater, é tudo a radicalizar o discurso, a julgar na sua imensa inocência que convence outros a aderirem ao seu pensamento quando os outros que querem convencer tentam fazer o mesmo com eles.

Não ando virado para grandes elucubrações metafísicas, que o Juca Chaves definia como “estético-filosófico-carnavalescas”, como já aqui contei, comentários na net nem para embrulhar o peixe no dia seguinte dão.
É a vida, como se sabe (quem sabe).




Anónimo disse...

A versão oficial para a saída de T. Carlson da Foxnews foi uma afirmação por ele produzida sobre ilegalidades nas máquinas de votar. A empresa que forneceu equipamento eleitoral informático em tribunal recebeu uma significativa maquia da Foxnews.
Este tema, violação de resultados eleitorais em votação via complexas (HW e SW) máquinas de votar, ainda não está encerrado.

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