sábado, fevereiro 10, 2024

P(N)S

Pedro Nuno Santos deve continuar a afirmar a sua indisponibilidade para resolver os problemas de governabilidade que surgem na direita portuguesa. Era só o que faltava que coubesse à esquerda ajudar a pôr ordem numa casa alheia em convulsão!

Para a credibilidade do sistema político, perante os seus eleitores, o pior que poderia acontecer era estes poderem começar a pensar que PS ou PSD eram rótulos e caras diferentes para uma mesma "receita" de políticas. O populismo anti-sistema ficaria encantado se isso acontecesse.

11 comentários:

afcm disse...

Mas é evidente ( para mim) que a substância dos rótulos é, hoje em dia, absolutamente equivalente. E quem fez a aproximação ( à social democracia ) foi o PS.
È isto, a meu ver, que tem alcandorado o partido populista do Dr. André Ventura.

Nuno Figueiredo disse...

anti-sistema?

Francisco Seixas da Costa disse...

Nuno Figueiredo. A extrema-direita é um populismo anti-sistema.

Unknown disse...

Acho muito bem. Como também acho que o PSD não deve contribuir para um governo de maioria relativa do PS se a esquerda não tiver maioria absoluta. Era só o que faltava que o PSD viablizasse um tal governo. Aliás, quem com ferros matou com ferros deve morrer...

Nuno Figueiredo disse...

extrema direita? por cá não é. concedo comentários curtos, mas não gratuitos.

marsupilami disse...

Uma aproximação do PS à social-democracia não implica qualquer aproximação a um PSD que nada tem que ver com ela. Sobretudo desde que este último deu uma forte guinada à direita.

Carlos Antunes disse...

Alguém que afirma que quem fez a aproximação (à social democracia) foi o PS, não sabe verdadeiramente o que está a dizer.
Realmente, em Portugal continua a afirmar-se como social-democrata um partido (PPD) que é de centro-direita, integrado no Partido Popular Europeu (PPE), e que no Parlamento Europeu agrupa os partidos conservadores, democratas-cristãos e do centro-direita.
Tanto quanto sei, a social-democracia encontra-se representada a nível do Parlamento Europeu pelos Socialistas e Democratas, S&D – integrado por membros do Partido Socialista Europeu (PSE) e outros membros pertencentes a partidos políticos fora do âmbito europeu mas programaticamente alinhados com a social-democracia – composto por partidos socialistas, sociais-democratas e trabalhistas.
A “social-democracia” é uma ideologia política de centro-esquerda surgida no final do século XX, por oposição à ortodoxia marxista, que não pondo em causa a economia de mercado (capitalista), apoia intervenções económicas e sociais do Estado, através de uma regulação económica tendente a corrigir as assimetrias do mercado e a promover uma distribuição de rendimentos mais igualitária, e uma justiça social envolvendo a construção de um Estado de bem-estar social.
Conhecendo o seu ideário conservador e de centro-direita, rotular o PPD de partido social-democrata (por mais que lhe tenham, mais tarde, acrescentado a sigla PSD) trata-se de uma profunda heresia à ideologia da social-democracia!
Que eu saiba, os últimos dirigentes sociais-democratas do PPD saíram com a ASDI de Sousa Franco e outros (Sérvulo Correia, Jorge Miranda, Cunha Leal, Olívio França, Guilherme d’Oliveira Martins, António Rebelo de Sousa, então líder da JSD, alguns dos quais viriam a integrar posteriormente o PS ou a fazer parte de governos socialistas) desiludidos com a viragem à direita de Sá Carneiro.
Mas enfim, Portugal sempre foi conhecido como um país excêntrico e repleto de originalidades, não só, mas também na política.

Unknown disse...

Gostava de saber o que é que distingue o ideário social-democrata do PS do ideário conservador do PSD, assim concretamente, sem ser no plano retórico.
Mas o que eu gostava mesmo de saber é se os simpatizantes do PS acham que o PSD deve viabiizar um governo PS com maioria relativa (supondo que não faz maioria co o BE e com o PCP). É que ainda não percebi.

Carlos Antunes disse...

Unknown
Não querendo polemizar … quando convoca para sem ser no plano retórico (julgo que se está a referir ao plano ideológico … na realidade, nos tempos que correm, defender uma ideologia, na dimensão de como a sociedade deve ser organizada, parece ser um crime de lesa-majestade!) distinguir o ideário social-democrata do PS do ideário conservador do PSD, recordo-lhe apenas as políticas do governo do PSD de Passos Coelho e as dos governos socialistas de António Costa.
Se não consegue encontrar diferenças entre a governação destes, nesse caso nada me resta dizer!
Há uns tempos atrás, li “Repensar o Estado - Por uma social-democracia de inovação” de Alexandra Roulet e Philippe Aghion, e está lá tudo bem explicado, desde a crise financeira e do poder supremo dos mercados à máxima neoliberal «menos Estado», para a necessidade de «mais Estado de outra forma», um Estado que investe no crescimento e na inovação, um Estado garante de um novo contrato social, um Estado protector num Mundo mais incerto, no fundo um novo pacto social-democrata.
Diante dos meus parcos conhecimentos do que é a social-democracia, continuar a considerar o PPD um partido social-democrata, um dia destes ainda acabo de reconhecer de que padeço de um grave défice cognitivo!!!
Post scriptum: No meu comentário anterior referi que os sociais-democratas do PPD tinham saído todos com a ASDI de Sousa Franco. Não é verdade, há um que ainda por lá anda, Pacheco Pereira, que afirma “ o partido quer que eu me demita, mas se me querem fora do partido, expulsem-me”!
Cordiais saudações

Unknown disse...

Carlos Antunes

Comparar o Passos Coelho com o António Costa não serve para ilustrar a dita social-democracia do PS e a falta dela no PSD. Por duas razões: Passos Coelho governou condcionado pelas medidas drásticas e radicais da TroiKa; e António Costa não fez uma reforma digna desse nome e o reformismo é, como sabe, uma das características mais importantes da social-democracia. Exemplo de um verdadeiro social-democrata, por muito que lhe custe: Cavaco Silva, que, por sinal, governou pelo PSD.

Carlos Antunes disse...

Unknown
Com todo o respeito, não pude deixar de sorrir com a sua afirmação de considerar Cavaco Silva como social-democrata!
Já li muito sobre a social-democracia, Rosa Luxemburg “A crise da social-democracia XX”, Avelãs Nunes “Os Caminhos da Social-Democracia Europeia”, David Castano “Socialismo democrático e social-democracia: entre o discurso e a prática de Mário Soares-1964/1979, etc. etc., diante dos quais, confesso a minha incapacidade de enquadrar Cavaco na corrente social-democrata de matriz europeia!!!
PS: Quanto ao condicionamento do governo de Passos Coelho pelas medidas da troika, relembro a entrevista à Reuters (6/06/2011) depois de ter ganho as eleições: “Eu acho que podemos surpreender pela positiva e ir além das metas comprometidas com a UE e o FMI no resgate de Portugal”.
Ao que parece não existiu condicionamento, mas sim vontade política para ir além da troika!
Cordiais saudações

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