domingo, fevereiro 11, 2024

Domingo à tarde

11 comentários:

manuel campos disse...


Priceless?
Se é!

Flor disse...

Não há melhor!

manuel campos disse...


Hoje desci a Rua Garrett depois de almoço.
Na Bertrand uma multidão, era 2ª feira de descontos, muita gente nova a reconciliar-me por uns momentos com a juventude, a saberem e a falarem de livros, com conversas interessantes.
Um momento de felicidade, foi só voltar à rua e defrontar-me com a realidade.
Na Rua do Crucifixo uma turista jovem e bonita, ocupada com o iphone, tropeça na minha frente, só tive tempo de abrir os braços e segurá-la, ficámos momentaneamente abraçados.
Muito sorriso e “excuse me, thank you”, com esta minha idade só me veio à cabeça um “tarde piaste!” que um tio nosso que adorávamos dizia nestas situações.

manuel campos disse...


No restaurante onde almocei, escolho uns filetes de cherne e querem-me impingir a cabidela à força, que estava muito boa, que era o que eles tinham almoçado, que ía ficar com vontade de lanchar mais cedo, lá tive que explicar delicadamente que almoço fora os 5 dias da semana há mais de 50 anos, a tentativa de despachar o que não dá muito jeito guardar para o dia seguinte não pega por aqui.

Na mesa ao lado pediram bacalhau à minhota mas um deles acabou por ceder à cabidela.
E para beber?
Água tónica para os dois.
Tenho visto de tudo mas admito que este acompanhamento para o bacalhau e a cabidela nunca tinha visto.

Flor disse...

Manuel Campos
E então o empregado não lhes impingiu um bom e caro vinho branco? Realmente água tónica a acompanhar a comida, nunca vi.

manuel campos disse...


Flor
Ainda se fosse a acompanhar fast-food, mas boa e honesta comida portuguesa…
Um empregado ouve aquele pedido e sabe logo com quem está a lidar, nem perde mais tempo.

Ainda passei pela FNAC, ando a arrebanhar todos os livros de Pérez-Reverte e Javier Marias em castelhano que ainda não tenho e apanho por aí, cada vez aparecem menos como é de imaginar.
Faltavam-me poucos mas faltavam-me os mais recentes e algumas re-impressões de outros já esgotados há anos.
Já a semana passada encontrei alguns no El Corte Ingles, não há muitos em castelhano (noutras línguas não há mesmo) mas ali tem a vantagem de estar sempre o stock a ser renovado (e eu vou lá todas as semanas ao Supermercado, a livraria faz parte da rotina).

Como vou passar uns dias aí no meu “algures” onde as voltas da vida, com alguns retornos a pontos de partida que se dispensavam, me impediram de ir nos últimos 4 meses, aquele sossego “priceless”, a que se junta uma folga muito relativa noutras preocupações, ajudará a um bom avanço nas leituras, segundo espero.
Sempre que possível leio no original inglês, francês, castelhano e algum italiano (alemão só nos livrinhos que acompanham os CD de música clássica, aquilo é do domínio dos “termos técnicos” para mim).
As traduções francesas do inglês são habitualmente muito boas e também marcham bem, na falta às vezes até melhor que o original, passe o exagero.


manuel campos disse...


Tive aí uns netos a almoçar.
Aqui em casa não se fala de política nem religião, não faço ideia do que pensam sobre uma e outra.
Também não há telemóveis presentes na sala de jantar nem nunca houve ecrãs de televisão por perto, à mesa sempre foi para falarmos uns com os outros, é a única oportunidade que, de um modo geral, as famílias têm de estar juntas.

Ora não temos nenhum neto com menos de 19 anos, nenhum vive com os pais (e ainda menos com os avós, claro), uns trabalham, outros estudam e trabalham, a única ajuda que nós damos é nas propinas da universidade (e já é uma boa renda porque são privadas).
É a tal “cultura familiar” que faz com que nenhum filho tenha alguma vez precisado da nossa ajuda depois de sair daqui quando começou a trabalhar (e nenhum vive mal, é um descanso).

Isto para dizer que quis saber a opinião deles (que também são as dos outros todos com quem convivem) sobre as redes sociais, o FB, o Twitter, o Tik-Tok, Instagram (e fiquei a saber de mais umas quantas de que nem fixei o nome, parece que não vale a pena).
Como aqui em casa não estamos nem alguma vez estivemos em nenhuma, gostamos de saber destas coisas das redes sociais (onde aliás um deles tem mais seguidores que alguns partidos políticos, como já contei).

Leio por aí que estão todos os dias inflamadas com tudo e mais alguma coisa de que já ninguém se lembra no dia seguinte.
E ainda nos rimos a bom rir com este vazio que enche a vida de tanta gente.

Flor disse...

Manuel Campos
Desejo-lhe uma boa estadia no seu "algures". :) :)

manuel campos disse...


Flor

Muito obrigado.

Estou "algures" mas continuo aqui.
Quando há uns "séculos" atrás (pelo menos parece) vivi uns bons tempos do outro lado do planeta (e já tinha os filhos todos), até um simples telefonema para casa e lhes ouvir a voz custava uma enorme fatia das minhas ajudas de custo (que eram bastante boas).
Algo que é difícil de explicar hoje aos netos e netas, nasceram e cresceram neste mundo, telefonam para os amigos em Nova Iorque ou em Singapura como se estivessem a falar para os amigos que moram ao fim da rua.
E ainda bem que assim é.

Uma boa noite para si


manuel campos disse...


Como tenho que fazer com frequência a Avenida de Ceuta para irmos ali a uma instituição perto da Torre de Belém, acompanhei com frequência mensal ou até quinzenal as obras de “Reforço Sísmico e Reabilitação do Viaduto Duarte Pacheco”, obra que começou em Agosto de 2022 e com o seu fim previsto para este mês de Fevereiro de 2024.
Se já estão acabadas ou não, não sei, mas parece.
Hoje já só vi o viaduto como talvez nunca o tivesse visto (ou era muito miúdo para me dar conta disso), sem andaimes e pintado de fresco de um branco (até ver) imaculado.

Aquele é um viaduto que sempre achei muito feliz e não devo ser só eu, a Ponte da Arrábida no Porto é “irmã gémea”.
Em Engenharia Civil pontes, viadutos, túneis são designados como “obras de arte”, a que por vezes se junta “especiais”, por oposição a outras obras mais banais como edifícios, por exemplo.
Vá lá que até agora se vinha livrando de pichagens mas temo que o aspecto actual atraia bastante os pichadores, as bases do pilares estão logo ali, ainda que de um dos lados não deva dar tanto gozo, há muita vegetação.
Não estou a dar ideias a ninguém, é tudo gente que não precisa que lhes dêem nunca ideias.

A praga das pichagens tomou conta das cidades da Europa (Barcelona à cabeça, segundo me dizem).
As portas de armazéns e estores de protecção de lojas são os preferidos e, quanto mais os pintam de novo, mas depressa voltam a aparecer pichados.
A porta da garagem de recolha onde tenho os carros é larguíssima mas tem-se safado à conta do cartaz “sorria, está a ser filmado”, ainda que não me pareça que lá esteja câmara nenhuma, isso não é ao gosto de cada um.

A solução adoptada pelos lojistas menos teimosos é “um pacto com o inimigo” (porque os teimosos, com as teorias que a polícia isto e aquilo, nem querem pensar nisso mas acabam a pintar tudo outra vez de 2 em 2 meses).
Pedem (e pagam) assim a artistas reais que lhes pintem os estores com motivos à escolha de cada um, lá aparecem naturezas mortas mas também Torres de Belém, Pontes 25 de Abril, Amarelos da Carris, o habitual.
Como noutras actividades, há um respeito muito interessante entre os amadores e os profissionais, o que leva a que esses estores e essas portas se mantenham livres de vandalismos anos e anos.

Também por isso (e em boa hora) se vem optando por murais, alguns muito bonitos mesmo, em empenas de prédios ou muros isolados e mais expostos.
Por aqui há um mural que está impecável há quase 30 anos.
Ali ninguém … (presente do indicativo do verbo “pichar”, conforme nos diz o dicionário).


Nuno Figueiredo disse...

muito fraco, muito fraco...

Tarde do dia de Consoada