Querem um conselho? Nunca se disponibilizem para rever o texto de uma intervenção que tenham feito de improviso! Mas nunca deixem que a sua transcrição escrita seja publicada sem a reverem! Há uma imensa contradição nisto? Claro que há, mas ela é apenas produto da minha “raiva” comigo mesmo. Eu explico. É a quarta ou quinta vez que caio nesta asneira: faço uma palestra, a intervenção é gravada, alguém teve um imenso trabalho para pôr aquilo em texto e, por fim, ainda antes da publicação em livro, é-me simpaticamente pedido que faça uma revisão daquilo que disse. E é então que entro, invariavelmente, em pânico. O que me tinha parecido uma coisa que “até tinha corrido bastante bem”, foi, afinal, um chorrilho de imprecisões, de frases inacabadas, de parágrafos incompletos, de palavras mal colocadas, de concordâncias mal feitas. É assim preciso rever tudo, ao pormenor, sem o que o texto publicado com o meu nome me faria passar por uma verdadeira vergonha. E é então que recomeça a tal reescrita, que me demora - estimo eu, pela minha experiência - cerca de três vezes mais do que o tempo que gastaria se tivesse escrito o texto de raíz. Aconteceu-me isso há três meses, está-me a acontecer por estas horas. Nunca por nunca vou repetir alguma vez mais o erro de falar de improviso sabendo, à partida, que isso irá ser objeto de uma posterior publicação. E aconselho quem aqui me ler a não cometer um erro idêntico. Temos de ser uns para os outros, como se diz na minha terra, não é?
1 comentário:
Lido e compreendido.
Despacho:
É a diferença entre o discurso falado e o discurso escrito. Acontece a todos.
Com deferimento.
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