quarta-feira, janeiro 02, 2019

A guinada


Fiquei com a impressão de que o carro, vindo lá do fundo, na minha direção, tinha acelerado um pouco, quando o condutor me viu. Eu ia a caminhar pela berma e, por um instante, tive um sobressalto e refugiei-me na parte lateral, mais interior, da avenida que acompanha o Jardim da Carreira. Patetice minha! O condutor ia apenas aproveitar a momentânea e muito rara ocasião em que por ali não havia uma fila de automóveis, para ganhar algum tempo. Mas a minha reação também era compreensível, no subconsciente da minha memória urbana.

É que, há muitos anos, por ali mesmo, junto à zona que a fotografia mostra, teve lugar um estranho episódio. Uma senhora caminhava pelo mesmo passeio em que eu hoje ia quando, de súbito, numa inesperada guinada, um automóvel galgou a margem da avenida, que então até era um pouco mais larga, e a abalroou, por pouco não a esmagando contra o muro. Um desagradável acidente? Sim e não. Com a passagem das horas, veio a constatar-se a estranha “coincidência” da condutora do veículo “desgovernado” ser mulher de um conhecido industrial de Vila Real, que toda a gente sabia (pelos vistos, também a própria mulher...) que andava “metido” com a senhora que seguia pelo passeio. Foi o que se pode chamar uma guinada de ciúme...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ó senhor, as mulheres não cometem atos de violência!!! Deixe-se de coisas e assuma que na sua terra também há transgéneros!

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Essas coisas dão uma vontade de rogar umas pragas...
Já a dita senhora é a prova provada do machismo no feminino, o marido seria decerto um santo, a galdéria (com p) é que o desencaminhou. Caso contrário o dito industrial ainda tinha levado com alguma iguaria temperada com 605.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...