Tudo na nossa vida tem um fim, até ao dia em que ela própria terá o seu. Decidi agora colocar um ponto final na colaboração que, desde há quase três anos, mantinha com a CNN Portugal. Foram 33 meses!
Tive um imenso gosto em fazer parte dos colaboradores da estação, desde o seu primeiro dia. Conheci por lá gente fantástica, de um imenso profissionalismo, de uma grande simpatia. Fiz ali muitos amigos e, creio, nenhum inimigo (pelo menos, que eu tenha dado conta). Contudo, depois de algumas semanas de deliberada pausa, concluí que aquele meu ciclo de trabalho, no comentário político na área internacional, estava esgotado.
Fico gratíssimo ao Nuno Santos pelo magnífico acolhimento que me deu naquela casa, que continuarei a ter como "minha", bem como à amável e insistente tentativa que nas últimas semanas fez para que eu não levasse esta minha decisão por diante. Mas cada coisa tem o seu tempo e, depois de alguma ponderação, concluí que este era o tempo certo para deixar a colaboração regular com a CNN Portugal, embora não exclua, no futuro, poder dar uma saltada pontual a Queluz de Baixo, se a ocasião se proporcionar e surgir um convite para tal.
Não vou nomear, porque são muitas, as pessoas de cujo convívio regular vou sentir alguma falta - da produção à maquilhagem, da redação aos pivots, dos colegas comentadores a tanto do restante pessoal. Elas e eles sabem a quem me refiro. A muitas dessas pessoas fico a dever atenções que não esqueço.
Uma nota especial para o "painel da guerra", às quintas-feiras, que sempre me deu muito prazer fazer: um abraço à Diana Soller e ao Agostinho Costa. Os três ajudámos a provar que o pluralismo opinativo - que é o contrário do unanimismo - é a imagem de marca única do excelente jornalismo internacional da CNN Portugal.
9 comentários:
Só mesmo um diplomata era capaz de conviver com um major-general que lhe calhou em sorte nos debates...
"conviver com um major-general"
Embora o saiba, fico sempre com uma sensação estranha quando verifico que há pessoas que pensam que é difícil conviver com quem tem opinião diferente da nossa.
Zeca
Só mesmo um Democrata é capaz de conviver e debater de modo franco e honesto com todos os que lhe calham em sorte. O incómodo perante as opiniões de quem pensa diferente não pode vir de democratas mas tão só de quem pensa que o é.
Porque há quem pense de modo diferente, ainda que necessariamente não esteja totalmente errado (o tal mundo “a preto e branco” que só existe na cabeça de quem se recusa a pensar), é que se torna essencial que outras vozes lá estejam e aceitem estar, para serem a voz da diferença e que vale para os dois lados, seria bem mais cómodo manterem-se na poltrona e darem opiniões nas redes sociais que só aos do mesmo clube interessam (quando interessam) e que só aos do mesmo clube convencem (quando convencem).
E depois estes “democratas” não percebem porque é que os extremismos vão ganhando onde menos se espera quando a culpa é toda deles, pela falta de comparência e de “fair-play” dos que se querem fazer passar por muito probos e nem conseguem perceber que as regras do jogo mudaram.
E quem não souber jogar com as novas regras nem no banco vai ficar, nem sequer na bancada, vai ficar em casa.
Muito obrigado pelos momentos que me proporcionou, sozinho ou acompanhado por outros convivas, na CNN. O Senhor Embaixador é dos poucos que eu consigo ouvir e não descarto.
Tony Fedup
O problema é que sem a sua presença, apenas com o major-general “sou doutor sou doutora” e a DS, o equilíbrio e o bom senso com que divergia das posições sectárias/facciosas daqueles, assegurando o “pluralismo opinativo”, este deixa de existir.
Acentuo, aliás, que nos restantes “fóruns” da CNN, do comentário político interno (com a predominância cada vez maior de comentadores afectos ao Governo da AD ou do centro-direita) ou na área internacional (no caso do conflito israelo-palestino, então é obsceno) o “pluralismo opinativo” é cada vez menos evidente.
Sem a presença e comentário do Sr. Embaixador não vai ser o mesmo.
Só para subscrever o comentário acima … os comentários são cada vez mais um mecanismo de condicionamento e manipulação da opinião pública em vez de servirem para expor opiniões e pontos de vista que vão para além da espuma dos dias.
Estou quase como a minha mulher - deixou de ver os canais de notícias por uma questão de higiene mental
Só uma nota e agradecimento pelos serviços prestados. Foi um prazer escutar os seus comentários durante muitos programas. Obrigado
Era escusado tanto encómio à CNN, pois de pluralismo opinativo tem muito pouco.
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